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THE OCEAN COLLECTIVE – São Paulo (SP)

Por: Heverton Souza

Fotos: Bel Santos

Pela segunda vez os alemães do The Ocean, como eram conhecidos anteriomente, se apresentaram em solo brasileiro. Na oportunidade anterior, a banda tocou no festival Epic Metal Fest, em 2015, com um show curto, mas bastante intenso, para curiosos e uns poucos que já conheciam a banda, que está em atividade desde 2000. Sete anos depois, a banda não aumentou tanto seu público em nossas terras tropicais. Então numa noite de quarta-feira, beirando o fim do ano, o guitarrista e líder Robin Staps, Loïc Rossetti (vocal), Paul Seidel (bateria), Mattias Hagerstrand (baixo), David Ramis Åhfeldt (guitarra) e Peter Voigtmann (teclado), pisaram no palco do já tradicional Carioca Club para mais uma vez trazer sua intensidade sonora aos brasileiros.

Enquanto telas espalhadas mostravam uma imagem em movimento referente ao álbum Phanerozoic II, último registro de estúdio dos caras, lançado em 2020, cerca de metade da casa se fazia presente para ver a banda, que mesmo com o cancelamento da abertura, subiu em palco no horário previsto, mais precisamente, às 21h09.

Tudo começa com o alto som de sintetizadores e uma luz vermelha diretamente no tecladista Peter. Robin surge com uma taça de vinho em mãos, oferecendo um brinde ao público, Loïc simpaticamente chega cumprimentando os presentes na pista e tudo começa de fato com a viagem caótica de Triassic. E, impressionantemente o som estava perfeito, o que raramente acontece com qualquer shows já na primeira música, mesmo com os artistas normalmente fazendo a passagem de som antes de cada apresentação. Talvez o fato de não ter acontecido o show de abertura tenha permitido que o som ficasse intacto desde a citada passagem e, com isso, não apenas começou perfeito como se seguiu assim por toda a apresentação.

Voltando agora em 2018, com o Phanerozoic I, tivemos Silurian: Age of Sea Scorpions, já com Robin e David Ramis dando um show à parte tocando suas guitarras em cima de pequenas mesas posicionadas intencionalmente nas laterais dos palcos. E o baixista Mattias também teve seus momentos de destaque tomando a frente do palco, como nas sequências de Bathyalpelagic.

Peter seguia sob capuz e mais ao fundo com seus teclados e sintetizadores, como estivesse fechado em um mundo seu ali, tocando um show à parte que sincronizava com o restante da banda. Pouco visto, o baterista Paul Siedel chamava atenção pela riqueza dos arranjos e pela força que aplicava em cada batida, mas claro que o grade destaque individual é mesmo de Loïc Rossetti, que não bastando cantar de forma perfeita, mesmo com todas mudanças entre guturais, gritados e sua voz limpa meio Chester Benington, meio Perry Farrell. O cara se movimenta o tempo todo e está sempre em contato direto com os fãs mais próximos ao palco.

O show segue numa sequência de Phanerozoic II: Mezoic/Cenozoic, agora com Miocene/Pliocene e Oligocene.
Mas um momento se tornou especial nesse meio tempo. Já incomodado antes com a presença de cadeirante espremido na pista, beirando o palco, Loïc chamou um roadie e juntos subiram o rapaz em sua cadeira de rodas e o colocaram na lateral do palco para assistir ao show dali, colado na banda.

Se falta acessibilidade em eventos como esse, uma banda de músicos conscientes e de atitude podem mudar tudo com uma simples ação de empatia. E claro, a atitude foi mais que aplaudida, merecidamente. Permian: The Great Dying traz mais um grande momento de destaque do baixo de Mattias Hagerstrand, seguindo em todo material mais recente da banda, que encerrou essa primeira parte com a misteriosa Pleistocene, dono de um trecho em blast beat que mostra mais uma vez toda a força e capacidade do baterista Paul.

Luzes se apagam, o rapaz cadeirante é retirado do palco e o falso fim logo acaba, com a banda retornando ao som de Cryogenian, para a execução de Holocene, outros dos grandes momentos do álbum Phanerozoic II, assim como Jurassic Cretaceous, que não apenas um dos grandes épicos do disco, como foi do show. Banda se despede, o pequeno, mas fiel público permanece na pista. Pede por mais uma, grita por “Oceano”, em português mesmo e os caras voltam para Firmament, trazendo de volta um passado próximo da banda, mais especificamente do álbum Heliocentric, de 2010. E agora sim, já com quase 1h30 de show, temos o fim da última apresentação internacional de 2022.

Apesar do show ignorar quase todo o passado dos alemães, que já têm dez álbuns lançados, não se ouviu um fã reclamando de absolutamente nada. Ter foco nos últimos discos deixa o show dos caras mais coerente em suas nuances de viagens, peso e agressividade, sempre com uma iluminação que mantém uma ambiência musical mais progressiva e por vezes explode em refletores amarelos no chão do palco. E arrisco em dizer que ao vivo, o The Ocean Collective consegue dar mais clima e intensidade às suas músicas que em qualquer um de seus discos. Tocaram para poucos, mas que privilegio desses poucos!

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