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THE VINTAGE CARAVAN

É apenas Rock’n’Roll, então como não gostar? Daria para resumir assim a primeira passagem do The Vintage Caravan pelo Rio de Janeiro, mas a verdade é que Óskar Logi (guitarra e vocal), Alexander Örn (baixo) e Stefán Ari (bateria) botou abaixo o modesto La Esquina, na Lapa – a turnê brasileira, aliás, contemplou outras seis cidades: Porto Alegre, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Florianópolis. Todas parte do itinerante Abraxas Fest, e os cariocas tiveram como palinha dois representantes brasileiros antes do trio islandês
A começar pelo Muñoz, formado pelos irmãos Mauro (guitarra e vocal) e Samuel Fontoura (bateria), naturais de Mineiros, em Goiás, mas que formaram o duo em Uberlândia, Minas Gerais, e hoje estão radicados em Florianópolis, Santa Catarina. Geografia à parte, os dois fizeram um show visceral infelizmente visto por poucos – dava para contar nos dedos quantas pessoas estavam na casa, o que no início foi bem preocupante. A ausência do baixo é compensada, além de o instrumento ser emulado graças a uma generosa pedaleira, com um peso e uma distorção de agraciar os ouvidos. E o Stoner com uma clara referência de Black Sabbath, principalmente no vocal de Mauro, se saiu bonito em músicas como “N.U.M.B” e “Vulture”. O suficiente para atiçar a curiosidade e correr atrás da audição de seus dois discos, “Nebula” (2014) e “Smokestack” (2016). Muito recomendáveis, diga-se.

Formado por Diogo Fleury (vocal e guitarra), Braz Torres (guitarra e vocal), Augusto Scartezini (baixo) e Rodrigo Andrade (bateria), o Hellbenders veio a seguir e… Bem, se a primeira impressão é a que fica, o cartão de visita da banda goiana não foi lá muito legal. O visual chega a ser curioso: o vocalista parece saído do Los Hermanos – sem querer ofender – e incorpora Renato Russo no palco; o guitarrista e o batera parecem oriundos de um grupo de Punk Rock; e o baixista é Heavy Metal até o talo. E estética à parte, uma canção como “Memorize It”, curiosamente uma faixa de trabalho, também não ajudou muito. Outra como “Where I Hide” teria descido mais redonda não fosse os vocais irritantes em partes dela. Mas faça-se a ressalva: não estamos falando de um caso perdido. Há bons momentos instrumentais, e a postura de palco é genuína. E mesmo mais alternativo do que o necessário, o quarteto tem lá suas qualidades.

Com a casa cheia, era hora do The Vintage Caravan. E teria valido a pena esperar pela banda mesmo que o Los Hermanos – perdoem-me pela expressão de baixo calão – tivesse tocado antes. “Craving” e a espetacular “Babylon”, que teve ótima resposta do público, não apenas deixaram pés e pescoços inquietos, mas como colocaram um baita sorriso no rosto de cada um dos presentes. Que coisa linda ver aqueles garotos nascidos na Islândia detonando daquele jeito! Dizer que fazem música de gente grande é até sacanagem, mas os três se comportam como se estivessem nessa brincadeira faz muito tempo. Örn não para um minuto sequer, mesmo num palco pequeno, e Logi dá uma aula em todos os aspectos – que solo o de “Babylon”!

Alternando músicas de seus dois discos, o ótimo “Voyage” (2012) e o ainda melhor “Arrival” (2015), o trio apresentou o groove contagiante de “Shaken Beliefs”, deixou a fabulosa “Let Me Be” ainda mais pesada e emocionou na belíssima “Innerverse”. Pouco menos de 30 minutos de show e um recado para quem não foi: ajoelhe-se e peça perdão por tamanho pecado. “Crazy Horses” provou ser uma das mais aguardadas pelos fãs, as paradinhas de “Cocaine Sally” funcionaram com louvor ao vivo e “The King’s Voyage” foi uma deliciosa viagem pelo peso e pela psicodelia num instrumental reproduzido de maneira impecável.
Quer mais groove? Tome “Carousel”, não menos que espetacular, e “M.A.R.S.W.A.T.T.”, e se alguém conseguiu ficar indiferente, só há uma saída: procurar ajuda medida. Na troca de guitarra – de uma Fender Telecaster para uma Gibson Les Paul – antes de “Last Day Of Light”, uma brincadeira instrumental com o início de “Raining Blood”. Sim, o clássico do Slayer que, não interessa o estilo, faz as pessoas urrarem de satisfação. E foi curioso ver Ari usar o surdo para reproduzir os dois bumbos de um dos maiores clássicos da história do Thrash Metal.
Descontração total que, ao fim de “Last Day Of Light” levou a “Expand Your Mind”, mais uma amostra de riffs matadores que carregam o suingue do baixo com eles. E o riff com um quê de “Paranoid”, do Black Sabbath, anunciou que a apresentação estava chegando ao fim, num bis que dispensou a saída da banda no meio do público para depois voltar. Como não gosta desse negócio chamado Rock’n’Roll? E daí que tem um monte de gente fazendo lixo? Neste caso, o bom exemplo veio da improvável Islândia. Enquanto garotos como Óskar Logi, Alexander Örn e Stefán Ari estiverem empunhando guitarras, baixos e baquetas, a boa música vai sobreviver
Set list
1. Craving
2. Babylon
3. Shaken Beliefs
4. Let Me Be
5. Innerverse
6. Crazy Horses
7. Cocaine Sally
8. The King’s Voyage
9. Carousel
10. M.A.R.S.W.A.T.T.
11. Last Day Of Light
12. Expand Your Mind
13. Midnight Meditation
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