Em uma nova entrevista ao Hear 2 Zen, da Austrália, o vocalista Tim “Ripper” Owens, conhecido por sua passagem pelo Judas Priest e por gravar dois álbuns com Yngwie Malmsteen — Perpetual Flame (2008) e Relentless (2010) —, compartilhou suas experiências e percepções sobre trabalhar com o lendário guitarrista sueco.
Quando questionado sobre o maior “mal-entendido” em relação ao guitarrista, Owens foi direto: “Bem, (Yngwie) realmente trata as pessoas mal, no geral. Mas ele nunca me tratou mal. Eu me dei muito bem com ele. Ele foi um dos caras mais fáceis com quem já trabalhei no estúdio”.
Owens destacou que, apesar do comportamento notoriamente difícil de Yngwie, sua convivência pessoal foi tranquila. “Ele podia ser muito agradável e engraçado”, comentou. No entanto, reconheceu momentos tensos, como quando Yngwie parava shows por detalhes técnicos ou confrontava membros da banda. “A banda às vezes nem podia ficar no camarim, precisávamos nos sentar em um armário”, relembrou.
Apesar das peculiaridades, Owens elogiou a simplicidade de Malmsteen no estúdio, contrastando com sua reputação de excessos. “Eu dizia: ‘Acho que posso fazer melhor’, e ele respondia: ‘Não, já está bom. Vamos seguir em frente.’”
Sobre sua saída da banda de Malmsteen, Owens explicou que foi uma decisão prática. “Ele continuava me pedindo para fazer shows, mas eu já tinha compromissos com minha carreira solo”, disse. Ainda assim, não descarta a possibilidade de uma nova colaboração: “Talvez eu fizesse outro álbum com ele e uma turnê curta, mas não consigo encaixar isso agora.”
Owens também mencionou a postura de Yngwie com fãs, afirmando que o guitarrista prefere manter certa distância. “Ele não é como Ronnie James Dio com os fãs. Ele provavelmente nem assina algo que enviem para o ônibus. Mas está tudo bem”, ponderou.
Controvérsias à parte, Owens mantém uma visão positiva sobre seu tempo com Malmsteen. “Sempre que eu saía do palco, mesmo se achasse que não tinha ido bem, ele dizia: ‘Cara, você foi incrível.’”
A relação entre vocalistas e Yngwie também é um tema recorrente. Em 2019, Malmsteen declarou que prefere assumir os vocais em seus álbuns, alegando que os cantores anteriores causavam problemas. Declarações assim geraram atritos com nomes como Jeff Scott Soto, Joe Lynn Turner e o próprio Owens, evidenciando o histórico complicado entre Malmsteen e seus colaboradores.
Apesar dos desafios, a colaboração entre Owens e Malmsteen marcou dois capítulos notáveis na carreira de ambos, destacando a habilidade do guitarrista em encontrar vocalistas que complementem sua visão musical, ainda que os relacionamentos nem sempre sejam harmoniosos.
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