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TURNSTILE – São Paulo (SP)

16 de abril de 2024 – Tokio Marine Hall

Por Guilherme Góes

Fotos: André Santos

Durante a última década, o hardcore conquistou uma posição de destaque no cenário alternativo, impulsionado por diversos fatores. Uma parte significativa desse crescimento pode ser atribuída à popularização da internet, que democratizou o acesso às culturas alternativas. Em particular, o canal “Hate5six” no YouTube, criado em 2008 e agora com mais de 304 mil inscritos, desempenhou um papel crucial na divulgação do estilo. Suas filmagens de alta qualidade de shows capturaram a energia frenética das apresentações, com fãs engajados em moshpits e stage dives, cativando a atenção do público em geral. Além disso, a ascensão do movimento hardcore também foi impulsionada pelo surgimento de bandas excepcionalmente talentosas e profissionais, como Knocked Loose, Jesus Piece, Vein.FM, Angel Du$t, Harm’s Way e Code Orange, entre outras. Esses grupos revitalizaram o gênero e conquistaram uma legião de fãs ao redor do mundo.

Contudo, nenhum nome foi tão importante para o êxito do hardcore durante a década de 2010 quanto o Turnstile. Fundado em Baltimore como um spin-off do Trapped Under Ice, o grupo emergiu na cena no início da última década com o EP “Pressure to Succeed” (2011). Ao longo de sua trajetória, os membros exploraram uma variedade de estilos, desde o punk rock tradicional até o rock psicodélico e o funkcore. No entanto, foi com o lançamento do álbum “Glow On” em 2021 que a banda finalmente alcançou o mainstream, consolidando sua presença nos principais festivais do mundo, além de participações em programas de televisão de grande audiência, como o “Jimmy Kimmel Live” e o “Late Night with Seth Meyers”.

Após a aclamada participação no Lollapalooza sul-americano de 2022, a banda finalmente resolveu embarcar em uma turnê solo pela América Latina, com direito a duas datas no Brasil. Em São Paulo, a apresentação aconteceu na Tokio Marine Hall na última terça-feira, dia 17.

  • Show lotado e intenso

Em 2022, os ingressos para o “side show” (Lolla Party) dos rapazes no Cine Joia foram esgotados em menos de 24 horas. No entanto, desta vez, a procura não foi tão intensa. Na semana que antecedeu o evento, a produtora Live Nation lançou várias iniciativas promocionais, reduzindo os preços das entradas. Felizmente, os descontos surtiram efeito, com o público lotando a casa de espetáculos com capacidade para mais de 3000 pessoas.

Ao circular pelo hall de entrada do clube, logo após a abertura dos portões, o que chamava a atenção era a diversidade do seguidores do Turnstile, com pessoas vestindo camisetas de bandas de hardcore extremo, como Terror e Merauder, grupos de hardcore melódico, como Millencolin, NOFX e Lagwagon, e até mesmo de emo e pop punk, entre eles: Simple Plan, Blink 182, NX Zero e Fresno.

A banda Joker foi responsável pela abertura do evento. No entanto, devido a atrasos no processo de credenciamento, muitos profissionais de mídia acabaram perdendo a apresentação do grupo paulistano (caso do repórter que vos escreve). Logo em seguida, o músico Liam Benzvi subiu ao palco e tentou cativar o público com seu dream pop experimental. Porém, foi perceptível um certo desinteresse por parte da plateia em relação ao set, já que o trabalho do jovem ia completamente na contramão da atração principal.

Assim como nos últimos espetáculos do Turnstile realizados em outros países da América do Sul, uma discotecagem irônica começou a tocar um pouco antes da banda entrar no palco, embalando o público com sucessos dos anos 80, como “Forever Young” (Alphaville) e “I Wanna Dance With Somebody” (Whitney Houston). Contudo, ao contrário do que ocorreu em Buenos Aires e no Rio de Janeiro, onde a plateia iniciou um moshpit ao som da seleção musical (inspirados em uma tendência que começou em um show em Worcester, no estado americano de Massachusetts, em 2022), os fãs paulistanos não aderiram a brincadeira.

Com antecedência de oito minutos em relação ao horário oficial, Brendan Yates (vocal), Franky Franz (baixo), Daniel Fang (bateria), Pat McCrocy (guitarra) e Meg Mills (guitarrista convocada para participar na turnê) surgiram no cenário “derrubando a porta com uma voadora de dois pés” com a explosiva “MYSTERY”, um dos principais singles do aclamado álbum “Glow On” (2021). Ainda no começo, todos os presentes na pista cantavam em uníssono, em uma sincronia absurda com a banda, enquanto alguns se aventuravam em crowdsurfing. A festa continuou com outras faixas do mesmo disco, como “WILD WORLD” e “ENDLESS”. Já um brilhante medley composto por “Come Back For More” (Time & Space) e “Fazed Out” (Nonstop Feeling), representando a fase mais hardcore do grupo, encerrou o primeiro bloco com maestria.

Seguindo com a apresentação, Franz e Brendan comandaram um dos momentos mais cativantes da noite ao incitar a plateia a entoar o refrão de “UNDERWATER BOI”. Aqui, os rapazes conduziram os fãs como verdadeiros maestros regendo um concerto. O set prosseguiu com a música que habilmente entrelaça passagens lentas com riffs pesados e batidas agressivas, destacando-se como uma das criações mais originais do universo rock dessa década. Em seguida, veio “DON’T PLAY”, uma das faixas mais aceleradas de “Glow On”. Mantendo a atmosfera carregada com uma energia agressiva, o quinteto lançou mais duas faixas enérgicas de sua fase hardcore – “Drop” e “Real Thing”. Embora os membros da banda tenham mantido uma interação limitada com a plateia, expressando apenas breves agradecimentos, impressionaram pela energia desenfreada e vitalidade no palco, correndo de um lado para o outro, pulando e incitando coros contagiantes.

Próximo ao encerramento, Daniel Fang teve a oportunidade de demonstrar seu talento em um extenso solo de bateria que foi emendando com a finalização da faixa “FLY AGAIN”. No entanto, na reta final do show, quem realmente assumiu os holofotes do show foram os seguidores. Apesar de terem mantido moshpits e crowdsurfings durante toda a apresentação, a energia da plateia ainda conseguiu surpreender. Em “BLACKOUT”, os fãs iniciaram moshpits em quatro pontos distintos da casa (tanto na pista comum quanto na premium), resultando em uma cenário desolador de total porradaria. Como se não bastasse, a violência persistiu durante “HOLIDAY” e “T.L.C. (TURNSTILE LOVE CONNECTION)”, encerrando o show de forma memorável. Admirados com a entrega dos fãs, os integrantes do Turnstile desceram até a pista após o término do repertório para cumprimentar alguns seguidores próximos à grade de proteção.

Em 2015, durante a fase do disco “Nonstop Feeling”, o Turnstile iria realizar sua primeira turnê pela América do Sul, com um show em São Paulo agendado para o Morfeus Club, um pequeno bar/porão na região da República, com capacidade de abrigar algo em torno de 300 pessoas. No entanto, após uma série de imprevistos, toda a excursão teve que ser cancelada. É quase inacreditável que, menos de 10 anos depois, a mesma banda tenha conseguido lotar uma das principais casas de espetáculos da metrópole. Esse feito não apenas atesta a qualidade singular do grupo, mas também representa uma conquista significativa para toda a comunidade hardcore.

Setlist 

MYSTERY

WILD WRLD

ENDLESS

Come Back for More / Fazed Out

UNDERWATER BOI

DON’T PLAY

Drop

Real Thing

Big Smile

NEW HEART DESIGN

Gravity

FLY AGAIN

Blue by You

BLACKOUT

ALIEN LOVE CALL

HOLIDAY

T.L.C. (TURNSTILE LOVE CONNECTION)

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