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UADA – São Paulo (SP)

Jai Club - 5 de outubro de 2023


Texto e fotos: Daniel Agapito

Uada, uma das sensações do metal extremo moderno, realizou um show no último dia 5 de outubro no Jai Club (SP), marcando o início de sua turnê sul-americana, que conta também com datas em diversas regiões do Brasil e paradas na Argentina, Chile e Colômbia. O evento, organizado pela Caveira Velha Produções e Xaninho, ainda contou com a presença das bandas Evilcult, Funeral Putrid e Vazio.

A noite começou por volta das 18h, com a abertura da casa. Já o primeiro show, cortesia do Funeral Putrid, de Osasco (SP), começou próximo das 18h30 com “The Shadow” e “Enigma of Beast”. Mesmo o Jai Club estando longe de estar cheio, Gerunda (vocal), Claudio Funerador (guitarra), Victor Magalhães (baixo) e Edvaldo Pepé (bateria) não foram abalados e fizeram um show objetivo, tocando uma música atrás da outra sem rodeios. Era possível ver que as poucas pessoas presentes estavam engajadas, muitas delas batendo cabeça e fazendo os famosos gestos de apoio na sequência do set, com “Near of Darkness”, “The Wind”, “Eternal Battle” e “Lost in Darkness”. Mesmo tocando apenas 30 minutos, conseguiram mostrar o seu talento e aquecer bem o público para o resto da noite, em um espetáculo que manteve a qualidade sonora esperada dos shows da Caveira Velha Produções. O grupo, que recentemente abriu para a banda alemã Nocturnal, voltará ao palco no dia 29 de outubro como uma das atrações de abertura do Marduk.


Pontualmente às 19h15, subiram ao palco os gaúchos do Evilcult. Desde o início, era evidente que o power trio formado por Lucas “From Hell” (guitarra e vocal), Renato Speedwölf (baixo) e Blasphemer (bateria) tinha uma identidade visual distinta, lembrando as bandas de speed e black metal dos anos 80, com maquiagem nos olhos, roupas repletas de elementos brilhantes e coletes com patches. A sonoridade é claramente inspirada em bandas como Venom (primeiros dois discos) e até com notas reminiscentes do início do Sodom. Mesmo em um palco pequeno, o trio aproveitou bem o espaço, correndo de um lado para o outro e interagindo com a plateia. Vale ressaltar que à medida que o tempo passava, o local se enchia, provavelmente em antecipação à próxima banda.


Poucos minutos após o término da performance do Evilcult, membros da equipe da produtora subiram ao palco e equiparam-no com os acessórios e a cenografia para um dos atos mais esperados da noite, o Vazio. O cenário consistia em duas bandeiras laterais com o logotipo da banda e uma figura encapuzada, além de um grande pano central com apenas o logotipo. Renato Gimenez (vocal e guitarra), Eric Nefus (guitarra), Nilson Slaughter (baixo) e Daniel Vecchi (bateria) entraram em cena e tiveram grande parte do público batendo cabeça e cantando junto às músicas. Sonoramente, tudo muito bem equalizado, permitindo que os instrumentos – guitarra, baixo, bateria e vocal – fossem claramente ouvidos. Também merece destaque o uso eficaz dos samplers no sistema de PAs da casa, utilizado para tocar as introduções das músicas, frequentemente compostas por cantos ocultos ou elementos orquestrais.


Quanto ao repertório, o Vazio incluiu músicas de diversas fases, desde o álbum “Eterno Aeon Obscuro” (2020) até o novo, “Necrocosmos” – com lançamento previsto para fevereiro de 2024 –, começando com as inéditas “Escuridão Seja Minha Guia” e “Cerimônia dos Espíritos Primordiais”. Por volta da terceira ou quarta música, uma das cordas da guitarra Eric Nefus quebrou, mas a performance seguiu apenas com Renato Gimenez na guitarra e vocal. Ao final, a empolgação da plateia era palpável, com gritos incessantes em homenagem à banda. No geral, o show consolidou a posição do Vazio como um dos principais representantes do black metal brasileiro. A atmosfera sombria prevaleceu durante a maior parte da performance, que se concentrou principalmente na música.


Era chegada a hora da atração principal, com os americanos do Uada, que têm uma persona de palco intrigante, já que todos tocam encapuzados e usam longas capas pretas, ocultando suas características humanas. Antes do início dos shows, os membros da banda podiam ser vistos andando normalmente dentro e fora da casa, mas ao subirem ao palco para a passagem de som, estavam completamente caracterizados.


Esses elementos místicos e teatrais persistiram durante a maior parte de sua performance, pois quando realmente subiram ao palco para tocar, todas as luzes da casa foram apagadas e uma pequena luz no chão do palco foi acesa. Isso criou uma atmosfera de escuridão no Jai Club, tornando a banda pouco visível de certos pontos. A apresentação começou com a poderosa “The Purging Fire”, servindo como um aquecimento para o público, que entrou em frenesi com “Snakes and Vultures”, um clássico do Uada.

Mesmo sem interagir diretamente com o público, a banda conseguiu manter uma presença de palco impressionante. Todos os aspectos do show pareciam muito bem planejados, desde os trajes de palco que pareciam ter sido retirados de uma seita até a escuridão e a fumaça. Mesmo cobertos por suas roupas, conseguiram transmitir emoção, que claramente contagiou o público, que estava visivelmente animado, batendo cabeça, pulando, gritando e cantando a maioria das músicas junto com a banda.


O Uada é realmente uma formação de black metal pouco convencional. Seus riffs se inspiram em diversas vertentes do metal, a bateria abrange diversos gêneros dentro e fora do metal, e o vocalista Jake Superchi mistura várias técnicas. A apresentação no Jai Club, na segunda vinda após a presença no festival Setembro Negro de 2019, deixou evidente por que é uma das maiores sensações do metal extremo na atualidade.


Setlist – Funeral Putrid:
The Shadow
Enigma of Beast
Near of Darkness
The Wind
Eternal Battle
Lost in Darkness

Setlist – Evilcult:
Ancient Power
Sons of Hellfire
The Devil is Always Looking for Souls
The Witch
Nocturnal Attack

Setlist – Vazio:
Escuridão Seja Minha Guia
Cerimônia dos Espíritos Primordiais
Nascido do Fogo
O Chamado dos Mortos / Eterno Aeon Obscuro
Besta Interior
Necrocosmos
Eterno Vazio

Setlist – Uada:
The Purging Fire
Snakes & Vultures
Djinn
In the Absence of Matter
The Dark (Winter)
Retraversing the Void
Cult of a Dying Sun
Black Autumn, White Spring

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