Se você ainda não conhece Undertow, fique alerta. When Tears Became Scars, que abre Bipolar, nono álbum da veterana banda alemã, é puro doom melancólico. Mas On Fire, logo na sequência, mostra outra faceta de Joachim Baschin (vocal e guitarra), Markus Brand (guitarra), Andreas Hund (baixo) e Oliver Rieger (bateria). É groove metal à la Crowbar e com bom nível – ouça Life Kills –, ainda que a linha sonora deles inclua thrash metal e sludge.
O peso da ótima Call of the Sin contrasta com a lenta Shadows. A variação é invertida de imediato com a melancólica e arrastada The Longest Breath e a bela pancadaria de Unstoppable. A bacana inexistência de preocupação por se manter fixo a padrões é reforçada com a instrumental Undertow, que envolve um pouco de cada característica adotada pelo grupo, que aguardou quase duas décadas para gravar uma música com seu nome.
Para fechar, outra surpresa: I Remain é uma inesperada balada acústica, na qual um ar de tristeza e emoção faz do momento tão introspectivo uma das partes mais brilhantes do álbum. Recomendo várias audições. Para se aprofundar mais, procure ao menos o trabalho anterior, lançado em 2018, Reap The Storm. Vale cada minuto.
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