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VELHAS VIRGENS

O mundo está chato. Acho que ninguém duvida disso. Não falo só pela discussão política que virou briga de torcida organizada, mas pela total falta de espontaneidade que se observa em todos os níveis. E isso acabou afetando até o Rock. Está tudo certinho, sem humor, milimetricamente calculado e o erro passou a ser uma espécie de aberração – algo no mínimo contraditório em se tratando de um gênero que nasceu para ser transgressor antes de qualquer coisa. Por isso, é fascinante quando você vai a um show e assiste tudo aquilo que uma apresentação de Rock tem que ser: autêntica, divertida, feita pra dançar e esquecer as mazelas do dia a dia. Fica ainda melhor quando os caras da banda falam bobagem, conversam com o público , bebem o tempo todo e se mostram gente que nem você e não pseudo semideuses que acreditam ser o palco seu altar.

Um dos poucos remanescentes dessa geração que entende que Rock é antes de tudo diversão é o Velhas Virgens, banda capitaneada há trinta anos pela vocalista, gaitista, baixista ocasional, compositor e showman Paulo de Carvalho. E o público sabe disso, tanto que lotou o Sebastian Bar, em Campinas, para assistir à banda. Quem vai ver um show das Velhas já chega sabendo o que vai receber: Rock em doses generosíssimas, incontáveis intervenções/comentários bem sacados por parte de Paulão e uma apresentação irrepreensível dele, de Juliana Kosso (vocais), Alexandre “Cavalo” Dias (guitarra), Felipe Cirilo (guitarra), Tuca Paiva (baixo) e  Simon Brow (bateria). E assim foi. Como a turnê era de divulgação da coletânea “Garçons do Inferno”, ao longo de duas horas a banda fez uma retrospectiva de sua carreira, apresentando nada menos que 25 temas, como as clássicas “De Bar em Bar”, “Só Pra Te Comer”, “Mulher do Diabo”, “Sr. Sucesso” e a bela balada “Não Vale Nada”, com direito ao público cantando/declamando junto com Paulão alguns versos do poema “Versos Íntimos”, de Augusto dos Anjos… – sim, Velhas Virgens também é cultura! Um dos pontos mais altos da apresentação foi o dueto de Paulo e Juliana em “Abre Essas Pernas” – e rolou até homenagem a Vera Fischer na genial “Rafaela: Eu Amo A Sua Mãe”.

A banda, por sua vez, se mostrou coesa, bem ensaiada e, o mais importante, dona daquele feeling imprescindível ao Rock’n’Roll – sim, é muito legal ver um guitarrista solando centenas de notas por minuto, mas nada substitui o groove de um Rock bem tocado. E nesse aspecto vale registrar o trabalho de Alexandre “Cavalo”, um dos guitarristas base mais criativos do Rock brasileiro, e de Juliana, que, além de mostrar excelente cantora, conseguiu uma interação cênica com Paulão que se tornou fundamental para o desenvolvimento do show – e teve direito até a cenas tórridas entre ela e uma garota da plateia em “Blues do Velcro”.

Show das Velhas Virgens tem tipo que um roteiro: não importa onde ele aconteça, você sempre sai de lá suado, meio alto de cerveja, de ouvido zumbindo (sim, os caras tocam alto!), às vezes até meio rouco, mas com um sorrisão na cara. E se não foi pra isso que inventaram o Rock’n’Roll, alguém não me ensinou direito essa lição.

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