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W.A.S.P. deverá voltar a tocar “Animal (Fuck Like A Beast)” ao vivo

Uma das bandas mais selvagens de todos os tempos, o W.A.S.P. iniciou 2022 com a notícia de que celebrará seus 40 anos de existência caindo na estrada com a “40 Years Live World Tour”. A turnê terá início em outubro e a abertura ficará com o Armored Saint, que em 2021 lançou o álbum ao vivo Symbol of Salvation Live, que celebra 30 anos do clássico Symbol of Salvation. E para tornar o momento ainda mais emocionante, o vocalista e guitarrista Blackie Lawless está cogitando a possibilidade de a banda finalmente voltar a tocar ao vivo o seu polêmico hit Animal (Fuck Like A Beast), que há muitos anos permanece completamente descartado dos shows.

Desde que se converteu ao cristianismo, Lawless resolveu aposentar o velho single em respeito à sua religião. Em 2009, ele explicou: “Não quero garotos de 13 anos cantando essa música. Se isso é algo que eles queiram fazer mais tarde na vida, é problema deles”, advertiu. “É uma questão de fé e convicção religiosa que tenho”, completou. Em 2015, em entrevista ao Loudwire, Lawless deu mais detalhes sobre sua decisão de cortar Animal (Fuck Like A Beast) do repertório. “Não é uma doutrina progressista como algumas pessoas acreditam, onde uma pessoa precisa voltar de tempos em tempos para pedir perdão por coisas que fez. A Bíblia diz que ‘o sangue de Cristo nos purifica de uma vez por todas’. Dito isso, não toco mais músicas como Animal… porque as escrituras nos dizem, ‘Não deixem que palavras corruptas saiam de sua boca’, então é por isso que eu não gostaria de fazer esse tipo de música, mas certamente não é por causa de qualquer tentativa de expiação futura de minha parte. Isso é feito no momento em que você chega ao verdadeiro arrependimento”.

Entretanto, recentemente, em entrevista ao Trunk Nation with Eddie Trunk, da SiriusXM, Lawless pareceu flexível à possibilidade de dar nova vida à renegada música. “Devo isso à (nossa) base fãs, para realmente fazer disso um verdadeiro retrospecto do que fizemos. Se eu tivesse que te dar uma resposta agora, eu diria que estou inclinado a tocá-la”. Lawless disse também que não foi apenas por sua fé que ele evitou tocar Animal (Fuck Like A Beast) nos últimos anos, mas também por estar criando “material mais sério” e não querer confundir os fãs com músicas de mensagens tão contrastantes. No entanto, ele ressaltou que ao menos ao vivo isso não será problema. “Não tocamos essa música há algum tempo – provavelmente já faz 15 anos. Mas por mais tempo que tenha passado, acho que tive meu ponto de vista. Então, estamos no processo de… Estamos discutindo – vamos colocar dessa forma”.

Manifestantes participam da audiência do Senado do PMRC em 1985 | Foto: Mark Weiss

A polêmica em torno de Animal (Fuck Like A Beast), música gravada em 1984 no homônimo e visceral álbum de estreia do W.A.S.P., vem de longa data. No ano seguinte ao lançamento de W.A.S.P., Animal (Fuck Like A Beast) foi incluída na ridícula lista “Filthy 15” (15 sujas) do comitê americano P.M.R.C. (Parents Music Resource Center), que considerou sua letra vulgar. O P.M.R.C. criou a lista com a finalidade de apontar as músicas que considerava as mais ofensivas da época. O W.A.S.P. foi inserido na lista junto com Twisted Sister, Venom, Mercyful Fate, Judas Priest, Mötley Crüe, Def Leppard, AC/DC, Black Sabbath e também Madonna, Prince, Cyndi Lauper, Vanity, Mary Jane Girls e Sheena Easton. A lista serviria como um exemplo de como o P.M.R.C. achava que os álbuns deveriam ser “classificados”.

O comitê no qual a ex-segunda dama Tipper Gore (hoje ex-esposa do vice-presidente dos Estados Unidos na época, Al Gore) atuou, sugeriu classificações baseadas em conteúdo: “X” para letras profanas ou sexualmente explícitas, “O” para referências ocultas, “D/A” para letras sobre drogas e álcool e “V” para conteúdo violento. Na ocasião, a Record Industry Association of America convenceu as gravadoras a afixar álbuns potencialmente ofensivos com os adesivos “Parental Advisory: Explicit Lyrics”. Consequentemente, a selagem de discos tornou-se um ponto de discussão, então o Comitê de Comércio do Senado realizou uma audiência sobre o “Conteúdo da Música e as Letras dos Discos” na qual Frank Zappa, John Denver e Dee Snider (Twisted Sister) testemunharam. Os músicos estavam preocupados que a aplicação de adesivos levasse as lojas de discos a se recusarem a vender álbuns, fato que se tornou realidade com o Walmart.

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