O guitarrista Doug Aldrich, que realizou quatro shows com o Whitesnake no Brasil recentemente – entre 10 e 15 de setembro, junto com o Judas Priest – concedeu uma rápida entrevista para a ROADIE CREW. Nela, o músico fala sobre os fãs brasileiros, a experiência de tocar com David Coverdale, dividir as guitarras com Reb Beach (Winger) e de ter trabalhado com outra lenda, Ronnie James Dio.
Todos os músicos que entrevistamos falam do quanto é incrível tocar na América do Sul. Na sua opinião, o que o Brasil tem de tão especial?
Doug Aldrich: Acredito que seja porque no Brasil e no resto da América do Sul os fãs participam de verdade dos shows, além de serem muito leais e apoiam de uma forma incrível a música que eles amam. No Brasil, os fãs demonstram um amor imenso às bandas de que gostam quando as veem tocando e isso é algo único. É o público mais insano que eu já vi…
Desde que você se juntou ao Whitesnake, em 2002, se tornou o principal compositor (ao lado de David Coverdale, naturalmente). É um trabalho difícil de se fazer?
Doug: Não, na verdade. É algo muito gratificante e bem sucedido, eu acredito. No começo, havia uma certa pressão, naturalmente, porque fazia onze anos que a banda não lançava nada de novo. E quando você tem a oportunidade de compor para um cantor como David Coverdale, tem que fazer um trabalho que o inspire a fazer sua parte. Normalmente, eu passo a ele algumas ideias. Ele também manda para mim alguns de seus esboços. A partir daí, começa um processo natural. Nós já escrevemos muitas músicas juntos e me sinto muito orgulhoso de tudo o que fizemos.
A propósito, como é trabalhar com David Coverdale?
Doug: É uma honra! A cada dia, ele prova que é um dos melhores de todos os tempos no que faz. E ele ainda tem determinação para fazer sempre o melhor, sempre tenta se superar. Ele nunca se acomoda com o que já conquistou e eu gosto muito disso.
E como é dividir as guitarras com Reb Beach?
Doug: Acho que nós conseguimos atingir um nível de excelência tanto no disco Forevermore (2011) como nessa turnê. Nós começamos a trabalhar juntos em 2003 e criou-se uma espécie de competição entre nós. Acontece que ambos estávamos acostumados a ser o guitarrista solo de nossas bandas. E eu gostava do jeito como eu fazia as coisas, enquanto ele preferia o jeito dele. Mas ao longo dos anos trabalhando juntos, descobrimos que a essência do Whitesnake é diferente. Hoje sabemos que quando tocamos juntos um riff como o de Love Will Set You Free a coisa funciona muito bem. E, por tudo isso, acho que hoje somos a dupla de guitarristas que mais tempo trabalha com David, o que eu acho muito legal.
Você também tocou com Ronnie James Dio. Como foi essa experiência para você?
Doug: Puxa, o que eu posso dizer?… Ele era incrível! Ele me apoiou imensamente tanto no estúdio como nos palcos e isso me deu uma enorme confiança em mim mesmo. Eu me sinto muito gratificado por ter tido a oportunidade de ter trabalhado com ele e mais feliz ainda por ter sido seu amigo. Ronnie me ajudou imensamente e trabalhar com ele era muito inspirador. Ele Ronnie e David são daqueles sujeitos que fazem com que os músicos que trabalham com eles se tornarem ainda melhores.
Doug: Olha, é uma lista enorme! E nem precisa ser necessariamente um guitarrista. Pode ser um cantor ou mesmo um trompete. O que me inspira são o ‘feeling’ e a música. Mas, falando especificamente de guitarristas, poderia citar Jimmy Page, Jeff Beck, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughn, Tony Iommi, Ritchie Blackmore, Randy Rhoads, Eddie Van Halen, Gary Moore, Duane Allman… A lista não acaba!Muito obrigado pela entrevista e, por favor, deixe uma mensagem final.
Doug: Obrigado aos fãs brasileiros por todo o apoio que têm dado ao Whitesnake.Sites relacionados:
www.whitesnake.com
www.dougaldrich.com
Fotos: Divulgação/Ash Newell