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WITHIN TEMPTATION

Ficou claro que ao longo da carreira os holandeses do Within Temptation vem tentando mudar um pouco a sua sonoridade. Ora adicionando elementos eletrônicos, ora contratando orquestras inteiras para participar dos álbuns, enfim, o fato é que a trupe formada por Sharon Den Adel (vocal), Robert Westerholt (guitarras e vocal), Ruud Jolie (guitarras), Martijn Spierenburg (teclados), Jeroen Van Veen (baixo) e Mike Coolen (bateria) está alcançando bastante espaço na mídia não especializada e isso tem deixado os fãs mais antigos bem aflitos. Sharon Den Adel concedeu uma entrevista exclusiva e conta detalhes do processo de gravação do último trabalho.

O álbum The Unforgiving têm elementos de música eletrônica e pop. É notório que na carreira da banda vocês usaram influências de Enya e muitos outros tipos de música, mas neste álbum em especial porque resolveram dar atenção nestes elementos. Você concorda?
Sharon:
 A inspiração para este álbum veio das nossas influências e de diferentes movimentos dos anos oitenta, quando nós crescemos como crianças; a música (Metallica, Iron Maiden, mas também Chris Isaak & Kim Wild), histórias em quadrinhos e tudo isso serviu como base para a idéia de um álbum conceitual.

O novo trabalho é um álbum conceitual baseado em uma história em quadrinhos criada pela banda, do roteirista Steven O’Connell (BloodRayne ,Dark 48) e as ilustrações feitas por Romano Molenaar (Witchblade, Darkness, X-Men). Quem teve a ideia e como foi o processo de criação?
Sharon: 
Queríamos uma boa história. Precisávamos produzir por nós mesmos. Então nós procuramos Steven Romano Molenaar (escritor de quadrinhos) e dissemos a ele a história que estávamos procurando. Depois ele voltou com boa parte do texto e o personagem principal, a partir daí a história cresceu cada vez que ele falava conosco, dando informações sobre o que gostamos e também o que provavelmente não gostaríamos.

Você considerou um desafio fazer um álbum com a narrativa do Steven?
Sharon: 
Não, não quando você está com a pessoa desde o início, você cresce na história ao mesmo tempo de quem escreve.

As orquestras são um dos destaques deste trabalho. Vocês conseguiram unir novamente estes elementos com a guitarra com exatidão. O quão importante é o trabalho de mixagem para que nada dê errado na hora de juntar a orquestra e a guitarra?
Sharon: 
Especialmente para a mistura que fazemos é muito importante fazer escolhas claras entre a orquestra e guitarra. Para lhes dar tanto espaço suficiente no momento certo e só depois então eles podem coexistir.

A faixa In The Middle Of The Night é um destaque do álbum. Ela é mais intensa do que o habitual dentre as músicas do Within Temptation.
Sharon: 
É uma das nossas canções favoritas também. É apenas uma daquelas músicas que você gostaria de escrever mais vezes, mas elas não vêm no fim de um processo de gravação, infelizmente.

The Heart Of Everything foi um álbum fantástico, onde eu acho que a banda encontrou sua própria identidade. Qual a sua opinião?
Sharon: 
Eu acho que nós sempre tivemos a nossa própria identidade, mas gosto de experimentar e é por isso que cada álbum é um pouco diferente do que o anterior.

Muitos fãs dizem que a banda mudou muito desde álbum Mother Earth. O que você acha sobre isso? É sobre encontrar o próprio estilo como dissemos antes?
Sharon: 
Isso tem muito a ver quando o fã se apaixona com a música de alguém, e esse momento acaba sendo o mais importante para ele. Neste caso, o álbum será o favorito do fã. Tem mais a ver com o fã do que a banda em si.

Você tem sido uma fã de Keith “Mina” Caputo (Life Of Agony) por um tempo, inclusive dividiu os vocais com ela em What Have You Done. Como você vê a sua transição de homem para mulher?
Sharon: 
Eu acho que ele é a pessoa mais corajosa que eu conheço. Ela tomou um caminho difícil e sua vida nunca foi fácil. Ela é e sempre será uma inspiração para muitas pessoas.

A principal referência que as pessoas têm do Within Temptation é você. Sente a pressão quando está cantando no palco? Quero dizer, você se preocupa com sua imagem para os fãs e a indústria musical em geral?
Sharon: 
A cantora estará sempre no centro das atenções, algo que eu realmente não gosto, mas isso vem com o peso da posição. Eu costumava me importar com o que todos falavam, mas eu aprendi a não ser o que você quer e também que não podemos agradar a todos.

Você se formou em moda, correto? De alguma forma isso ajuda você a ter um visual mais interessante, tanto no palco e fora também?
Sharon: 
Roupas da banda e de ‘merchandise’ é algo que eu faço e que me envolvo bastante. Já coisas relacionadas ao palco e shows, isso fica a cargo do guitarrista Robert Westerholt.

Qual é a sua memória de turnê anterior no Brasil?
Sharon: 
Pura paixão pela música, é isso que eu me lembro. Loved it!

Cinco melhores álbuns segundo Sharon den Adel
Little Earthquackes – Tori Amos
Alice In Chains – Dirt
Pearl Jam – Ten
Paradise Lost – Symbol of Life
Muse – Absolution

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