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ZOOMBIE RITUAL FESTIVAL OPEN AIR

No dia 11 de dezembro, quinta-feira, apesar de toda a polêmica, teve início a 7ª edição do Zoombie Ritual Festival Open Air, em Rio Negrinho, Santa Catarina. E a sensação de que a organização “deu um passo maior que as pernas”, estava mais que evidente. A edição deste ano foi anunciada com um cast de proporções inimaginável por todos. Nomes históricos nas vertentes mais extremas do metal como Carcass, Destruction, Terrorizer, Whiplash, Belphegor, Brujeria, e, sobretudo Venom, além de bandas que ajudaram a construir a cena no Brasil como Stress, Overdose, Salário Mínimo, Harppia, davam indícios que esta edição poderia se tornar um marco na música pesada do Brasil. Ao todo, mais de 40 bandas tocariam por quatro dias.

Na teoria tudo ótimo. Muitas pessoas se animaram e acreditaram na idéia, progamando-se com antecedência para comparecer ao festival. Afinal, quem veio de longe precisava comprar passagens, sem contar equipamento para acampar, ou reserva em hotéis da região. Aliado a isso, o fato de muitos terem que “dar um jeito no trabalho” na quinta e sexta-feira. Faltando cerca de um mês, os problemas começaram. Alguns cancelamentos, tanto de bandas nacionais como Stress e Salário Mínimo, como de estrangeiras como Whiplash, Incantation, Onslaught. O cancelamento mais bizarro dessa leva sem dúvida foi o do M:pire of Evil, banda que conta com Tony Dolan, que passou pelo Venom na década de 80, que, em nota no seu Facebook, disse (em português): “Para nossos irmãos e irmãs brasileiros. O M:pire of Evil não irá ao Brasil. O “agente” não é um agente e os produtores incluindo o zombie fest são falsos ou tipo isso. Mil desculpas por fazermos vocês perderem seu tempo!”.

Neste momento a produção se pronunciou, afirmando que ocorreram problemas na negociação com essas bandas, mas que em breve anunciariam outras para preencher o espaço. A internacional Vicious Rumours, os baianos do Mystifier, e os paranaenses do Kattah (acompanhados por Roy Z em uma das guitarras, que produziu o trabalho mais recente deles) foram as novas adições. Menos bandas que a quantidade de cancelamentos, mas visto o pouco tempo, até poderia ser justificável, e no geral o cast continuava grandioso.

Na segunda-feira antes do festival, 8 de dezembro, a coisa começa a azedar. A produção solta uma nota afirmando que Carcass e Brujeria também não tocariam, mas que o festival aconteceria mesmo assim, e quem quisesse reembolso poderia pedir. Poucas horas depois o Carcass se pronuncia via Facebook, detonando a produção do evento. Quem tiver curiosidade, pode acessar a nota aqui:https://www.facebook.com/OfficialCarcass/posts/549948918483099. A confusão com o nome do Ratos de Porão e o comentário do organizador do evento, Juliano Ramalho, não deixa de ser impagável.

Pouco tempo depois, o Overdose anunciou que não tocaria, e no dia seguinte os brasilienses do Device, ambas com motivos semelhantes. Porém, nestes casos a organização não se pronunciou, nem mesmo alterou o flyer de divulgação até o começo do festival. Inclusive, as apresentações por dia e hora já estavam definidas, e em nenhum momento foi dito como ficaria após estes cancelamentos, mesmo com inúmeros pedidos do público. Impossível não associar estes fatos com o Metal Open Air, que “aconteceu” em São Luís em abril de 2012, dito como o maior fracasso recente em termos de festival e na cena do metal nacional como um todo. Com todo este clima de incerteza o público se dirigiu a fazenda Evaristo, local do festival.

1º Dia
Ao chegar no local do festival, próximo das 17h, era possível avistar uma grande fila para entrar, porém, nada fora do esperado. Apenas fica uma crítica a tal “revista padrão”, pois pareceu completamente aleatória, visto que alguns veículos foram minuciosamente inspecionados, enquanto outros sequer foram revistados de fato.

Entrando na fazenda Evaristo, a primeira surpresa, o palco open air estava dentro de um galpão! Não seria algo necessariamente ruim, dado a previsão de chuva para os quatro dias de festival, mesmo sendo difícil imaginar como ficaria cheio aquele espaço quando bandas como o Destruction e Venom fossem tocar. Outra surpresa: havia sido prometido para a imprensa uma sala com acesso a Internet, o que não ocorreu, dificultando um pouco o trabalho durante o evento. No fim das contas, este seria um problema tolerável. Para esta primeira noite, as atrações principais estavam por conta dos dinamarqueses do Artillery, dos estadunidenses do Vicious Rumors, e claro, pelo Destruction (que a esta altura você provavelmente já sabe que não tocou).

Enfim, às 19h 30m o Acefalia sobe ao palco, executando seu material autoral, um Death com pitadas de Black, com letras em português. Banda de Joinville, SC, que recentemente lançou seu segundo álbum, “Estupro da Essência Humana”. Nesta hora ainda estávamos montando o acampamento, por isso a banda não foi fotografada. Cheguei apenas nos minutos finais, e pelo que percebi, não havia um número tão expressivo de pessoas lá dentro, provável que muito devido a essa questão do acampamento, pois logo anoiteceria. De qualquer forma, a banda executou um set de meia hora, sendo bem recebida por quem os assistiu.

Às 20h 15m o Dead Attack inicia sua apresentação. Também com letras em português, com um Thrash veloz, um tanto quanto semelhante ao som do Artillery, que tocaria mais tarde. Ainda com público reduzido, que aumentaria conforme a noite passava. Destaque para “Dentro do Mosh”, que como o título convida, fez parte da galera ir ao mosh. Após meia-hora, a banda se despede, para o clima de festa começar a virar.

A próxima banda que deveria tocar, de acordo com a programação do festival, era o Artillery. Inclusive, na entrada do galpão havia uma folha A4 manuscrita com os horários de todo o festival, de forma bem estranha, pois nos horários que estavam marcados anteriormente o Carcass e Brujeria, por exemplo, estava um espaço em branco, com bandas para tocar depois! Nisso já foi possível descobrir que a carioca Coldblood também cancelou, pois não estava na folha.

Cerca de meia-hora se passa quando alguém da produção sobe ao palco e pede para os membros do Inception comparecerem ao lado do palco com urgência. O Inception é uma banda de Guarapuava, PR, e segundo o cronograma, deveriam encerrar a noite. Porém, por volta das 22h eles começam a tocar. Com o maior público até então, a banda mostra seu Black, seguindo a cartilha do estilo, com direito a Corpse Paint de quase todos os integrantes (faltou o baterista). O grande destaque da banda sem dúvida é o vocalista Alesandro Rubilar, com seu impressionante alcance vocal (não indicado para ouvidos sensíveis), e boa interação com a plateia. Com certeza agradaram aos fãs do gênero, com um set de quarenta minutos.

Importante frisar que enquanto o Inception preparava o palco, anunciaram que os integrantes do Vicious Rumors estavam no local, próximos a uma mesa com merchandise da banda à venda, e quem quisesse pedir autógrafo, tirar foto, bastava comparecer ao local. Eles foram a próxima atração, iniciando seu energético show por volta das 23h 40m.

Banda com mais de 30 anos de estrada, formada em San Francisco, Estados Unidos, sempre com o status de grupo underground. O único membro constante em todos os períodos é o guitarrista Geoff Thorpe. Conta também com Larry Howe, que ocupou o cargo de baterista na maior parte da história da banda. Os demais membros estão há dois anos ou menos no grupo, tanto que o vocalista Nick Holleman não gravou nenhum álbum em estúdio com o Vicious Rumors ainda.

Justamente Nick Holleman quem se destaca, com sua potente voz e performance (ele não ficou parado por nenhum momento, chegando, literalmente, a se ajoelhar algumas vezes soltando alguns agudos). O som da banda transita entre o Metal mais tradicional, característico dos anos 80, com Power Metal, o que significa que ao vivo a dupla de guitarras ganha grande importância e força. Do lado Power, alguns refrãos melodiosos com bons backing vocals animaram quem gosta deste tipo de som.

Quanto a qualidade do som, do começo do festival até o fim da apresentação do Vicious Rumors estava aceitável. Quero dizer, a estrutura do galpão definitivamente não era a mais adequada, então é possível imaginar que um pouco da qualidade e “clareza” dos instrumentos se perderam, porém, nada que tenha prejudicado as bandas até o momento, e convenhamos, muitos shows acontecem em casas com este mesmo tipo de estrutura. Infelizmente nem sempre é possível nivelar por cima, e fica o questionamento, de que se o palco fosse open air, conforme divulgado, a situação poderia ser melhor.

Em relação ao repertório, merece destaque a sequência de faixas do álbum “Digital Dictator”, trabalho mais aclamado do grupo, logo no começo, e que vale ressaltar, funcionou muito bem. Depois de aproximados cinquenta minutos a banda se retira, de forma bem humorada, com os guitarristas colocando suas guitarras no pescoço do Nick Holleman, simulando uma guilhotina (“prendendo” o pescoço dele com as partes de trás dos instrumentos), para então ele se atirar no chão e permanecer lá por alguns segundos. Após levantar, sob muitos aplausos, a banda é fotografada de costas para a plateia, numa pose cada vez mais comum, e realmente bacana, para então se retirar. Visivelmente tiveram o maior público daquela noite. Não poderia deixar de citar algo que aparentemente não fez nenhum sentido (parecia estar lá apenas para distrair): foram colocados no palco dois baldes azuis, próximo da bateria. Quando a banda saiu, eles foram retirados, e pareciam vazios.

Uma sensação coletiva de incerteza se seguiu pelas próximas duas horas, e boatos, de vários tipos. Mesmo que a ordem das bandas tenha mudado na hora e sem aviso, enquanto alguma estava tocando, ou ao menos tinha alguém preparando o palco, o público no geral estava tranquilo. Após o show do Vicious Rumors nada acontecia no palco, nenhum roadie, ou mesmo alguém da organização para se pronunciar sobre a situação. A respeito dos boatos, o mais difundido era que o Destruction estava na cidade, mas que não tinha recebido todo o pagamento, e por isso não tocaria. Os sinais de telefonia na fazenda Evaristo são praticamente inexistentes, e tais boatos possivelmente surgiram devido a uma postagem na página do Facebook do Destruction horas antes, que dizia, entre outras coisas, isso, e que provavelmente algumas pessoas leram fora da fazenda.

Por volta das 2h o palco começou a ser preparado, para o Artillery tocar às 2h 20m. Banda formada em 1982, na Dinamarca, liderada pelos irmãos Michael Stützer e Morten Stützer, que atualmente comandam as guitarras. Se até então, como dito antes, o som estava aceitável, com o Artillery não foi bem assim. No primeiro minuto não ouvia-se a voz do Michael Bastholm Dahl, e durante todo o show, o som estava embolado, prejudicando a performance da banda. Mesmo assim mantiveram, em números, um bom público, que ainda estava com energia para fazer enormes moshs.

Destaque total para “Legions”, faixa título do trabalho mais recente do grupo, e que ao vivo parece uma espécie de hino, graças a seu estrondoso refrão. A banda obviamente executou algumas de suas músicas mais conhecidas, como “By Inheritance”, “Khomaniac” e “Terror Squad”. Após uma hora, o grupo se retira, voltando em seguida para um bis. No finalzinho um dos Stützer faz um pequeno solo com os dentes, ganhando diversos aplausos. Michael Bastholm Dahl se despede do público com um obrigado Zoombie Ritual Festival, em português, para então tirarem uma foto no mesmo estilo da que o Vicious Rumors fez anteriormente.

Mal deixam o palco e o idealizador do festival, Juliano Ramalho, sobe, para finalmente se pronunciar. Ele fala que infelizmente o Destruction não tocaria, explicando o que aconteceu. A banda estava em Santa Catarina, num hotel na cidade vizinha de São Bento do Sul, e segundo Juliano, estavam com um motorista disponível o dia inteiro, caso precisassem de alguma coisa. Ele continua dizendo que realmente faltava pagar uma parte do cachê, mas que por volta das 20h ele foi ao hotel e acertou o que faltava com a banda. Com isso, a equipe técnica do grupo se deslocou ao local do festival, e afirmaram que o equipamento não era o adequado para o Destruction realizar seu show. Alegando quebra de contrato, a banda cancelou a apresentação.

Dito isso, o público reagiu com muitas vaias e xingamentos. Juliano complementa dizendo que o cancelamento do Destruction causou uma reação em cadeia, e que a banda tinha entrado em contato com o empresário do Venom, para falar mal dele e do festival, e que provavelmente o Venom não viria também (eles encerrariam o festival no domingo). Como reação, muitas latas foram atiradas no palco, no que Juliano diz que poderiam xingá-lo, que não tirava a razão do público, para um coro de “filho da puta” se formar, misturado a mais vaias.

É bom comentar que apesar das latas e xingamentos, o público no geral foi extremamente pacífico, não depredando nada ou agindo pelo calor do momento, como muitos poderiam esperar nesse tipo de situação. Tanto que Juliano fala que se era para ficar com raiva de alguém que fosse dele, que os demais funcionários não tinham nada a ver com a situação e mereciam ser respeitados, o que felizmente acabou acontecendo. A propósito, após o anúncio do cancelamento do Venom, era visível a tristeza de muitas pessoas, inclusive com algumas lágrimas “caindo de canto do olho”.

Quando parte do silêncio é restabelecido, eis que Juliano toma a atitude mais improvável e absurda: ele pergunta se pode continuar o festival, se pode tentar consertar a situação. Então ele pede para quem quer que o festival continue levante a mão! Lembrando que já beirava às 4h, que muitas pessoas estavam dormindo, algumas acordaram com a “bagunça” e nem chegaram a ir no galpão, sem contar a quantidade que estava alcoolizada, e quem chegaria nos outros dias. Obviamente isso não deu certo, com algumas pessoas levantando a mão, outras xingando, até que alguém próximo ao palco pede para ele falar quais bandas estavam certas que viriam. Nisso ele fala que Besatt, Belphegor, Terrorizer, Enthroned e Roy Z ainda viriam.

Juliano argumenta dizendo que poderia estar longe, mas que veio ali “dar a cara a tapa”, que todos mereciam satisfação. Ele fala que o festival continuaria (lógico que não por causa das mãos levantadas), e que não seria bem uma compensação, mas como muitas pessoas pediram, ele veria uma forma de baixar o preço da cerveja, o que aconteceu nos outros dias. Além disso, ele diz quem quisesse reembolso poderia passar na portaria do evento naquele momento para pedir, apesar de não explicar como isso funcionaria na prática, parecendo apenas uma tentativa qualquer de acalmar os ânimos dos mais exaltados.

Sem vermos o contrato feito com o Destruction, tudo que foi dito a respeito não passa de especulação. No outro dia muitos estavam sem entender o que de tão errado havia com o equipamento para eles não tocarem, já que a princípio foram pagos. O fato é que naquela noite houve um problema com uma peça da bateria, e a produção pediu para alguma banda que tocou antes tal peça equivalente emprestada, isto antes do Artillery tocar. Todos que estavam no galpão no momento viram isso, já que a produção fez o pedido no palco.

Após as declarações, ele deixa o palco e o festival continua com os curitibanos do Aqueronte. O clima era o pior possível, poucas pessoas continuaram lá para assistir a banda, que até tentou animar o público por assim dizer, com seu Black e membros com Corpse Paint. O vocalista “Azrael” fala algumas palavras de incentivo, dá um banho de cerveja em quem estava na frente do palco, mas no geral o desânimo e decepção causado pelos cancelamentos eram visíveis. Assim se encerrou o primeiro dia.

2º Dia
O festival continuava, porém, praticamente sem mais nenhuma comunicação entre organização e público. A folha com a programação foi retirada da entrada do galpão, pode até ser que nem tenha sido removida por alguém da produção. Carcass e Brujeria estavam alocados para esse dia, com o desfalque deles, a banda de Black polonesa Besatt seria a principal atração, ao lado de grupos nacionais. Durante a noite, quando já estava tendo shows, colocaram um papel na entrada do galpão avisando que a banda argentina Necropolis tocaria naquela noite, fazendo um tributo ao Death. Anteriormente eles estavam escalados para sábado, então ainda permanecia aquele clima de incerteza quanto a quem realmente ainda viria, e quando.

Antes de comentar sobre os shows que ocorreram nesse dia, algumas considerações acerca da estrutura do evento devem ser feitas, com pontos que permaneceriam durante todo o festival:
●                   equipe de limpeza era praticamente inexistente no local. Com exceção dos banheiros de dentro do galpão (também não é como se tivessem sido limpos de forma tão minuciosa, e com frequência suficiente para suprir a demanda de uso), os demais banheiros da fazenda ficaram num estado precário. Até o final do festival a maioria estaria com acúmulo de papel higiênico, que formavam montanhas de sujeira, e como podem imaginar, com odor nada agradável, tornando muitos inutilizáveis. Sem contar os latões de lixo espalhados pela fazenda, que também acabariam transbordando e gerando acúmulos de latas em diversos locais;
●                   a princípio, não havia equipe médica de prontidão na fazenda. Em alguma noite, presenciei uma equipe do SAMU no local, e bem provável, que conforme alguém precisava, a organização os chamava. Claro que num evento de quatro dias com milhares de pessoas não era bem o ideal;
●                   quanto aos seguranças, complicado afirmar se estavam em quantidade adequada. O que chamou a atenção é que eles estavam armados com cassetetes e usando coletes a prova de bala, algo atípico neste tipo de evento;
●                   o Juliano Ramalho não apareceu mais na fazenda durante o resto do festival, o que acabou gerando mais controvérsia, e óbvio, muitos comentários depreciativos sobre ele;
●                   e como se não bastasse todos os outros problemas, conforme noticiado pelo jornal A Gazeta (https://www.gazetasbs.com.br/site/noticias/jovem-e-estuprada-enquanto-dormia-em-evento-no-interior-1731), uma garota de 19 anos foi estuprada no festival enquanto dormia. Nunca houve registro de algo dessa natureza nas edições anteriores. Pois é, nada é tão ruim que não possa piorar. Felizmente o autor do crime foi autuado em flagrante e levado pelas autoridades.

A música começou por volta das 17h 15m, com o Fusileer, trio de Guarapuava, tocando material autoral, um Thrash com pegada oitentista, bem na linhagem do Destruction e afins, permeado por rápidos solos de guitarra do Fernando Machado. E mal eles iniciam sua apresentação e começa a chover. A previsão de chuva para os quatro dias não se confirmou, tendo ocorrido de forma um pouco mais intensa apenas no final da tarde e na madrugada de sexta-feira. Tocaram por cerca de quarenta minutos, para um público já considerável, com destaque para a ótima “Extermínio”, essa em português, que gerou um grande mosh.

O festival continua com a gaúcha DyingBreed. Vindos de São Leopoldo, fazem um Death numa levada “oldschool”, agradando quem gosta do estilo. Com repertório constituído principalmente pormaterial próprio (devem lançar seu primeiro fulllength em 2015), tocaram também um cover do Sarcófago, referido pelo vocalista Leonardo Schneider como a maior banda do Brasil, e também, já no final, um som do Orbituary. Após quarenta minutos, a banda encerra seu set, por volta das 19h, sob aplausos e gritos de “mais um”.

Às 19h 35m, Empty Grace sobe ao palco. Trio de Teresina, mandaram um Death com alguns dedos no Thrash, com destaque para o baterista A. Fernando, dominando as constantes e velozes variações exigidas nesse estilo. A banda ainda enfrentou alguns problemas técnicos durante sua performance, porém, nada que tenha prejudicado de forma grave. Por volta das 20h 15m o grupo deixa o palco. Curiosamente, durante toda a apresentação deles o público não formou moshs.

Quando perceberam que a próxima banda seria o Besatt, muitas pessoas ficaram próximas da grade aguardando o palco ficar preparado. Formado na Polônia, em 1991, possuem nove álbuns de estúdio, o mais recente, denominado “Nine Sins”, lançado este ano.

Às 21h eles começam seu show, mostrando um Black raivoso, cheio de peso, com alguns toques atmosféricos, típico do estilo. Logo de cara, o visual do grupo chama a atenção, figurino bem produzido. A iluminação parece ter sido melhor trabalhada na apresentação deles em específico, ajudando a criar uma atmosfera sombria, completada com o plano de fundo com o logotipo da banda, e em momentos como quando o baixista e vocalista “Beldaroh” pega uma bandeira contendo um desenho da cabeça de Baphomet. Não precisou de muitas músicas para ganharem o público, que lotou o galpão, gritando entusiasmados o nome do grupo diversas vezes.

O repertório teve sons “pecaminosos” do trabalho mais recente (se chama, traduzindo, “Nove Pecados”, e tem nove faixas, cada uma com o título de um pecado/ato obscuro, sacaram?), como “Sorcery” e “Agression”, além de material anterior, bem conhecido por quem acompanha a carreira deles, como “Ave Master Lucifer”, “Final War” e “Baphomet”, esta beirando os dez minutos, com “Beldaroh” repetindo excentricamente o nome da criatura que nomeia a música.

Apesar de todo a o visual e temática, legal comentar como “Beldaroh” tem carisma e bom humor, interagindo com o público diversas vezes. Por exemplo, no início ele disse que eles eram ”Besatt from Polônia”, falou algumas vezes obrigado em português, e até mesmo um “olá Rio Negrinho”, além de um “puta que pariu” com sotaque, que gerou muitas risadas e aplausos.

A apresentação durou cerca de uma hora, e não teve encore. Mal saíram do palco e já estavam atendendo fãs, autografando material e tirando fotos, permanecendo no local por um bom tempo. Algo bacana deste tipo de festival, pois praticamente todas as bandas encontravam-sedisponíveis antes e depois de seus shows, trocando uma ideia com o público.

Seguindo os shows, a próxima banda foi o Doomsday Ceremony, de Curitiba. Na estrada desde 2000, seu trabalho possui uma proposta interessante: um Black bem puxado para o Heavy. Resumindo, temática e velocidade característico do Black, com alguns solos e passagens melodiosas tipicamente Heavy. O vocalista “Moloch” interagiu bastante com a plateia, falando algumas frases de incentivo, na linha de não deixar o Zoombie acabar, nem o metal nacional morrer, entre outras. Talvez por terem tocado após o Besatt, e por quase uma hora, o show deles pareceu cansativo em alguns momentos. Mesmo assim mantiveram um bom público, lógico que não tanto quanto o Besatt teve. De qualquer forma mostraram um boa performance, e para quem gosta de Black, vale a pena conhecer o trabalho do grupo.

Até o momento, todas as bandas que tocaram estavam marcadas para o dia, mesmo que a ordem tenha sido diferente da anunciada anteriormente. Mas como dito antes, tinha uma folha A4 na entrada do galpão anunciando que o Necropolis tocaria nesta noite, fugindo da programação inicial. E para a surpresa de todos, a banda de Manaus Brutal Exuberancia foi a próxima a se apresentar. Eles constavam no sábado na programação do festival.

Com um plano de fundo com o nome do grupo, além de uma bandeira do Amazonas, fizeram uma apresentação memorável, um grande momento do festival. Tocaram um excelente e conciso Thrash, que em muitos momentos entrava no Crossover, sendo bem recebidos pelo público. O vocalista Naldo é uma figura à parte, extremamente carismático. Logo no começo apresentou o grupo e disse que o que eles pudessem fazer para divertir o público fariam, e acreditem, ele falou sério, pois cumpriram com louvor o objetivo. As composições da banda são em português, com muitas letras falando de ufologia, outras da região onde o grupo vive. Em praticamente todas as músicas Naldo contava uma divertida história contextualizando a letra, tornando o show ainda mais interessante.

Destaque para a faixa “Metal, Essa é Minha Vida”, uma daquelas pancadarias que agradam a todos que gostam de Thrash, feita para não deixar ninguém parado. Após encerrar sua apresentação, o público pediu por mais, com gritos de “mais um”, e “Brutal, Brutal”. Eles atenderam com “Madrugada”, que se encaixou muito bem, ainda mais que já era 00h 40m. Cinquenta minutos positivamente surpreendentes.

O fato de não haver nenhum anúncio sobre como ficariam as bandas e ordem das apresentações mostrou-se mais um descaso, não só com o público, mas com os próprios músicos. E caramba, alguém se deu ao trabalho de escrever que o Necropolis tocaria na sexta e não no sábado, o que custava para a organização escrever sobre as demais atrações? No sábado à tarde isto seria feito, onde ficaria sinalizado que ocorreriam mais cancelamentos.

Então que por volta da 01h 25m os argentinos do Necropolis iniciam sua apresentação. Um show mais que especial, pois o Zoombie é um festival dedicado a memória de Chuck Schuldiner, para os desavisados, falecido líder do influente Death, tanto que um dos motivos para ocorrer nesta época de dezembro, é a data de falecimento do Chuck, 13 de dezembro. No momento em que tocavam, completava-se 13 anos da morte dele. Além disso, o nome do festival vem de uma música do Death, que logicamente não faltou no tributo.

Enfim, antes do tributo propriamente dito, a banda apresenta algumas composições próprias, obviamente com muita influência do Death. O baixista Fabian Pignataro tem um bom destaque em alguns desses sons, com seu instrumento ganhando grande espaço. O público (que permaneceu em grande quantidade, possível que na mesma quantia do Besatt) no geral esboçou boa reação nesse começo. Claro que quando as faixas do Death foram tocadas, a reação foi maior, incluindo alguns moshs e muitos aplausos. Outro show marcante.

Nesta noite ainda tocaram as bandas Infernal War 666, catarinense, de Black, e a paranaense Vomitfication, de Death/Grind “podreira”, no melhor sentido da palavra. Devido ao cansaço, não os assisti. No outro dia até estava tendo alguns comentários sobre elas, que tocaram até próximo das seis da manhã, mas principalmente sobre a performance do Infernal War 666, que disseram ter amassado latas de cerveja com a cabeça, um dos membros pego um chicote e começado a bater nele mesmo, além de pirotecnia (num lugar fechado com estrutura de madeira, mas como não assisti deixa quieto), bem na linha “true” do Black Metal.

No fim das contas esse acabou sendo o dia mais regular e estável, por assim dizer, mesmo sem o público ter certeza de quais seriam as atrações, pra verem a que ponto chegou. Todas as bandas restantes que deveriam tocar na sexta tocaram, além do Brutal Exuberancia e Necropolis. Depois que os shows começaram, o palco não ficou “largado” por longos períodos, como ocorreu nos outros dias. Teria sido melhor negócio para a galera se as bandas tivessem começado mais cedo, 15h em vez de 17h, por exemplo, pois principalmente para quem acampou na fazenda acaba sendo complicado dormir depois que amanhece, já que o sol esquenta as barracas. Até o fim da noite a sujeira ainda não estava generalizada, coisa que aconteceu durante o sábado. Resumindo, um dia que o público conseguiu aproveitar melhor, pois com mais cancelamentos sem aviso prévio nos próximos dias, o desânimo e decepção aumentariam.

3º Dia
A chuva deu uma trégua na manhã de sábado. Ela voltaria a incomodar um pouco no meio da tarde, felizmente não durou muito, com o sol predominando durante o dia. Enquanto aguardava o início dos shows, o público pôde fazer uso de uma tirolesa. E infelizmente sobrou tempo ocioso para todos, pois a confusão para que o evento continuasse não foi pequena.

O tempo passava e nada de movimentação no palco. Quem entrou no galpão por volta das 16h teve outra desagradável surpresa: viu a equipe técnica responsável pelo som guardando os equipamentos, como se estivessem prestes a se retirar. Não demorou muito para surgir boatos de que a organização não os pagou. Posteriormente, essa informação seria confirmada por algumas fontes, como na carta aberta do Coletivo Metranca (https://coletivometranca.com.br/carta-aberta-sobre-o-zoombie-ritual-2014/), por exemplo.

Quem salvou a pátria foi o Paulo, dono da tradicional loja de Jaraguá do Sul, SC, Brutal Wear, que estava com uma “tenda” no festival. Ele levantou valores para pagar a equipe técnica, e assim o festival prosseguiu, com o Frade Negro subindo no palco por volta das 17h 20m. Nesse meio tempo era colocada na entrada do galpão uma nova folha com o restante da programação. Estava com bandas divididas por dia, sem horário.

No que restava do sábado, mais desfalques: os paranaenses do Tumulto, e a paulista, pioneira na cena brasileira, Harppia. No caso do Tumulto, a banda divulgou via Facebook que não se apresentou por problemas de saúde de um integrante, enquanto o Harppia, como explicado por eles em nota oficial, devido à quebra de contrato. Nas bandas para domingo, não constavam Pentacrostic e Circle of Infinity, restando apenas três atrações: Mystifier, Headhunter D.C e Roy Z. A propósito, o Mystifier estava marcado para tocar tanto no sábado, quanto no domingo.

Lembrando que para quem estava dentro da fazenda era extremamente complicado conseguir utilizar qualquer meio de comunicação, e enquanto acontecia o festival, bandas como Harppia, Pentacrostic, e o próprio Venom, tinham se pronunciado sobre os motivos de cancelarem, porém, a maioria do público não teve acesso instantâneo a essas informações. Ainda por cima, lamentavelmente ninguém da organização fez algum pronunciamento sobre os demais cancelamentos.

Enfim, coube ao Frade Negro abrir o sábado. Banda de Jaraguá do Sul, com dez anos de estrada, e um álbum lançado até o momento, “Black Souls in the Abyss”. Mostrando material próprio, um Heavy básico e bem feito, focado em melodias bem construídas e refrões marcantes, alguns com ótimos backing vocals. A inédita “Hate” (deve entrar no próximo trabalho do grupo), “Black Warriors” e a faixa “Souls in the Abyss”, no final, se sobressaíram. Quem quiser conhecer a banda pode procurar por esses sons, vale a pena.

Os músicos tiveram uma boa interação com a plateia (ainda um tanto dispersa, aumentando conforme o show seguia), falando um pouco da situação do festival, como quando o vocalista Rodrigo Santos disse que finalmente havia banda no palco, agradecendo o publico, posteriormente, comentando que eles como músicos ficam ansiosos também, na expectativa se conseguiriam se apresentar. Em outro momento agradecem ao Paulo, dizendo que o festival está continuando graças a ele. Tocaram por cerca de trinta e cinco minutos, fazendo uma boa apresentação, melhorando o clima do dia depois de tantos percalços.

Na sequência, às 18h10m, os paraguaios do Kuazar tomam conta do recinto com seu poderoso Thrash, com a bandeira do Paraguai estendida ao fundo do palco. Logo no início o vocalista e guitarrista José María González mandava o recado: “vamos mostrar que o demônio é paraguaio”. O que seguiu por pouco mais de cinquenta minutos foi a prova disso, com a banda entregando um Thrash de extrema qualidade, agradando a plateia em cheio, que estava em grande número.
José se destacou. Além de realizar bons e precisos solos, ganhou o público ainda mais na conversa. Falando português praticamente sem sotaque, entre diversos diálogos, pediu no começo para todos demonstrarem mais animação, afirmando que o lugar parecia um velório. Posteriormente, ele pergunta para a plateia como está o som, falando que o público é o melhor técnico de som. Perto do final do show, pede para todos gritarem, pois sabe que depois de amanhã muitos voltariam a usar gravata, outros lembrariam que estão endividados, e ainda teriam que aguentar a mulher chata. Desnecessário dizer que a galera respondeu com muitos gritos.

Teve espaço no bom repertório do grupo para uma composição em guarani, “Kuriju”, carinhosamente dedicada “a todos os políticos filhos da puta”. A banda deixa o palco por volta das 19h, bem aplaudida. José despede-se e pergunta se tínhamos visto que o demônio é paraguaio. Podem ter certeza que durante o show deles sim.

Pouco depois das 19h 30m, era vez do Tressultor mostrar seu som. Fazendo um Thrash com um pé no Crossover, lembrando muito a sonoridade do Pantera em determinados instantes, principalmente nas guitarras, inclusive uma delas era decorada com a bandeira dos Estados Confederados, quem sabe uma referência/homenagem ao guitarrista do grupo texano, que usava um modelo semelhante. Com letras em português, falando principalmente sobre política, cotidiano. Destaque para “Picadeiro”, uma interessante crítica aos nossos governantes. Quarenta minutos que não deixaram o palco esfriar.

Os paulistas do NervoChaos foram os próximos, iniciando a pancadaria sonora por volta das 20h 30m. Para quem conhece o trabalho do grupo, na estrada desde 1996, já sabe o que esperar, Death rápido e agressivo, direto ao ponto. Uma das bandas nacionais com maior público no festival, que aproveitou de forma intensa a curta apresentação.

Divulgando o trabalho mais recente, “The Art of Vengeance”, sexto de estúdio, que vem recebendo elogios mundo afora. Neste show, não faltaram sons que levantaram a galera como “The Harvest”, “Total Satan” e “Pure Hemp”, esta oferecida para “todos os maconheiros presentes”, com muitos agradecendo a homenagem acendendo imediatamente um baseado, deixando aquela “marofa” no ar. Perto do final, agradecem o público, e num tom de desabafo o guitarrista e vocalista Guillerfala: “o que era para ser um puta festival virou uma palhaçada”, deixando a entender que tiveram problemas com a produção do evento, o que explicaria o curto set deles, menos de meia hora.

Mal deixam o palco e começa a circular entre o público boatos de que eles tocaram sem receber. Alguns dias após o festival a banda lança uma nota, onde comenta sobre o Zoombie e outro festival que participaram (Mega Metal Festival, ES), explicando que em ambos os produtores não cumpriram os contratos previamente acordado. Isto acaba levantando outra questão: quantos dos grupos que se apresentaram também tiveram problemas dessa natureza?

Voltando aos shows da noite, o NervoChaos sai e uma cortina preta é colocada, escondendo o palco, que começa a ser preparado para os austríacos do Belphegor, uma das atrações mais aguardada por muitos, bastava ver a quantidade de pessoas com camiseta da banda nesse dia, e quanto o galpão ficaria cheio na apresentação deles.

Por volta das 22h a cortina é aberta, para a platéia então gritar o nome do grupo, até que uma introdução pré-gravada é tocada, anunciando que o “ritual” começava. Possivelmente a banda com maior apelo visual que tocou no festival, pois além dos figurinos e corpse paint dos músicos, o palco estava decorado com um enorme plano de fundo com o logotipo do grupo, e os pedestais eram formados por crânios de bode e máscaras de oxigênio, sem falar da iluminação, trabalhadíssima. E ainda por cima os músicos não saem dos personagens no palco, quero dizer, nada de obrigado em português ou sorrisos simpáticos.

Importante ressaltar que a música também funcionou muito bem ali, os fãs com certeza não se decepcionaram. Grupo com uma sólida carreira, recentemente lançaram o décimo álbum de estúdio, “Conjuring the Dead”, representada no set pela faixa-título, entre outras. Dos trabalhos anteriores, o público conferiu coisas como “Bondage Goat Zombie”, “Lucifer Incestus”, “Impaled Upon theTongue of Sathan” (essa é pura poesia!). O show durou quase uma hora, com o grupo saindo sem voltar para um bis. No aspecto sonoro, em alguns momentos era possível perceber que o grupo utilizou algumas linhas de teclado pré-gravadas, deixando o som ainda mais denso. O vocal do “Helmuth Lehner” é realmente potente ao vivo, com certeza assusta os desavisados ou despreparados que ouvirem por acaso.

Uma cena peculiar veio de uma meia dúzia de fãs do grupo: estavam com um crucifixo, parecia construído de plástico ou algum material leve, chutando e pisando em cima enquanto o show rolava. Algo não muito usual, nem mesmo em eventos “true”.

Após o Belphegor, o público aguardou cerca de uma hora e meia até o palco ser preparado para o Terrorizer, histórica banda estadunidense de grindcore. Tranquilamente mais de meia hora foi gasta apenas na preparação da bateria, que seria ocupada por Pete Sandoval, sujeito com fama (pelo que ele mostrou posteriormente, mais que explicada e merecida) de ser um dos maiores e mais influente baterista de metal extremo.

Quando o grupo entrou em ação, e Pete começou a “brincar” com a bateria, ganhou o público, que nesse início fez grandes moshs. Executando praticamente na íntegra o trabalho mais aclamado do grupo, “World of Downfall”, de 1989, ao vivo tudo parece orientado a bateria, ou seja, guitarra, baixo e vocal são coadjuvantes da impressionante e veloz (entendam, veloz mesmo) performance de Pete. Não é brincadeira a técnica que ele desenvolveu, o que mais impressiona é que ele aparenta ter o domínio de cada movimento que faz, sabendo exatamente o que se passa e deve fazer, em frações de segundos! Justificou a longa preparação do palco, que deixou todos os instrumentos bem audíveis, sendo possível distinguir as muitas viradas e batidas do Pete.

Quando a apresentação caminhava para trinta minutos, aconteceu o que ficará para muitos como o momento mais emblemático do festival: o público, extasiado, derrubou a grade de contensão que separava a pista da área dos fotógrafos, conseguindo assim subir no palco. Resumo: a galera praticando stage diving, se alguém demorava muito no palco, o roadie do grupo jogava de volta para pista. Os músicos não se intimidaram, nem mesmo quando algum exagerado tentava tocar neles. Os seguranças claramente não contavam que isso poderia acontecer, estando meio “perdidos” com a situação. Tanto que próximo do fim, um sujeito demorou para sair do palco, e um segurança tentou joga-lo, e nisso ele caiu do palco, sendo segurado pelo público em baixo, que o levou de volta ao palco. Imediatamente o roadieo levanta e os dois começam a rir. Piada pronta para posteridade: até o segurança não resistiu ao stage diving do Terrorizer…

Alguns minutos após esse “incidente” a banda encerrou sua apresentação. Difícil dizer se eles encurtaram algo por causa dos stage divings, ou se tinham preparado apenas esse set. Com certeza os quarenta minutos mais intensos até agora, e felizmente ninguém ficou caído pelo chão.
Os noruegueses do Blood Red Throne tiveram uma missão ingrata, ter que tocar após toda a “quebradeira”. A produção tentou recolocar a grade, mas ela acabou ficando de lado. No show deles ninguém do público subiu no palco novamente.

Começaram sua apresentação por volta da 01h 50m, que durou quarenta e cinco minutos, com a plateia menor novamente. A banda fez um Death que agradou aos presentes, merecendo destaque a boa performance do vocalista Yngve Bolt Christiansen, que até arriscou falar obrigado Brasil em alguns momentos. Pode ter parecido apenas impressão, a iluminação chamou a atenção por causa da quantidade de luzes vermelhas, em maior número que dos outros grupos. Referência ao nome da banda?

Devido ao cansaço (afinal beirava às 3h), e porque já estava ficando meio “zumbificado”, não vi o show do grupo belga Enthroned, que entrou na sequência. Quando sai, o galpão ainda contava com um número considerável de pessoas esperando pela banda, visto a hora. Comentei anteriormente que no papel com a programação do dia o nome do Mystifier estava marcado para tocar tanto no sábado quanto no domingo. Porém, perguntando no outro dia pela manhã, descubro que eles não tocaram na madrugada, tendo se apresentado uma vez na tarde de domingo. No fim das contas, um dia que o festival quase parou de vez, mas que conforme as bandas entravam gerou momentos memoráveis para seus fãs, mesmo com mais cancelamentos e demais problemas.

4º Dia
 Saímos do festival domingo pela manhã, logo, não presenciamos os shows do último dia. Pesquisando pela Internet descobri que Roy Z e Kattah também não tocaram. O Mystifier fez uma longa apresentação, seguidos pelo Headhunter D.C. Vasculhando a página do Facebook do Brutal Exuberancia, é dito que eles tocaram novamente no domingo, encerrando o festival com “Metal, Essa é Minha Vida”. Em melhores condições, sem dúvida seria um belo encerramento.
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