Apesar do pouco tempo de atividade, já que a estreia aconteceu em 2019, a banda sul catarinense atualmente formada por Alyson Garcia (vocal), Diego Bittencourt (guitarra e vocal) e Gilson Naspolini (bateria), merece ter o seu material ouvido com atenção. Sobretudo, o seu recém-lançado single – For the Weak. Nele, o grupo transparece uma rapidamente adquirida maturidade, além de reforçar a personalidade musical que vem sendo lapidada. Numa breve conversa, Garcia nos conta o eles vêm aprontando. Confira.
A estreia com End’evour (2019) colocou a banda no mapa e o EP All the Evil (2020) deu um norte para a sonoridade do grupo. Agora temos o single For the Weak. O que vocês pretendem com esse lançamento?
Alyson Garcia: O single veio como uma amostra, um material inicial que dará a cara de um novo disco que será gravado entre agosto e setembro desse ano. Ele representa o início de uma nova era que estamos trazendo. Além disso, quisemos lançar esse single para mostrar a nova comunicação visual, que era uma coisa que já queríamos ter mudado. Buscávamos por algo mais moderno, mais limpo e fácil de ser visualizado. Nova identidade musical, visual e uma amostra da produção de Adair Daufembach, que também trabalhará conosco nesse novo álbum.
Você fala do início de uma nova era. O que representa essa nova fase?
Alyson: Sabe que eu refleti sobre isso no dia em que o single foi lançado. Fiz uma avaliação de onde estamos e para onde estamos indo. Lá no início, Bittencourt praticamente recrutou os músicos para End´evour… O convite veio quando eu nem estava mais cantando com banda. Eu não tinha o preparo que tenho hoje. Além da repaginada no som e na identidade visual, também tem a questão da saído do baixista, André Schneider. Apesar de ele ter contribuído muito com a banda, inclusive participando de For the Weak, por questões pessoais ele não pode continuar conosco.
Essa mudança na formação gerou alguma preocupação com relação à continuidade dos planos já traçados para 2021?
Alyson: Nesse momento não estamos preocupados. A prioridade é criar material. Estamos mais unidos e mais maduros. De End´evour para cá houve uma mudança da água para o vinho. Continuando com a mesma garra, mas sonhando ainda mais. Se no início a amizade prevalecia, hoje temos a amizade e um compromisso muito maior. Sabemos que logo encontraremos alguém que será contratado ou integrado ao grupo. De qualquer forma, essa pessoa deverá se adaptar ao nosso ritmo de trabalho e estar ciente do grau de responsabilidade. A banda é uma família e não adianta o cara ser bom, mas não ter os mesmos anseios, nível crítico etc.
Esse nível crítico é refletido na contínua melhora nos seus lançamentos. Sabendo disso, como For the Weak surgiu?
Alyson: Quando fizemos All the Evil a ideia era continuarmos ativos, além de mostrar a evolução musical da banda. Naquela época, já tínhamos em mente fazer um disco que refletisse o nosso melhor em termos de arte, produção musical etc. A ideia era achar a cara do nosso som. Inclusive, numa de nossas conversas, Bittencourt, que é o principal compositor, perguntou como queríamos soar. Se queríamos seguir a linha de Arcanum, The Devil’s Hand… Ainda, consideramos o que o pessoal estava curtindo, que tipo de comentários recebíamos dos streamings. Analisamos as impressões e entendemos a veia musical que deveríamos seguir. Calhou de Daufembach estar em Criciúma (SC) (N.R.: cidade natal de ambos banda e produtor) no final de 2020 e Naspolini sugeriu de trabalharmos uma música com ele no início desse ano. Bittencourt pegou o rascunho de uma ideia para vermos o que conseguiríamos desenvolver. Foi interessante, pois começamos a trabalhar nas ideias e quando Daufembach teve contato com a música, ele mudou tudo (risos). Eu tinha uma ideia de linha vocal que foi aprimorada junto dele. Apesar de termos tido bons resultados no passado, precisávamos desse olhar de fora, um olhar diferenciado de um profissional, para realmente produzir a banda.
OUÇA FOR THE WEAK AQUI
Como você enxerga o resultado da produção de For the Weak?
Alyson: Ousadia. Essa é a palavra que me vem à mente. Essa música soa diferente porque ousamos tanto na composição, quanto na produção. Eu, por exemplo, abordei o vocal de forma diferente tanto em termos de técnica, quanto interpretação, fazendo coisas que foram feitas nos lançamentos anteriores. Eu entrei na música com vontade de trazer um novo As the Palaces Burn. Inclusive, fiz coisas diferentes daquelas sugeridas pelo produtor e no final das contas ele concordou com a minha ideia. Acho importante a banda estar sempre se reinventando. Não posso falar especificamente dos outros instrumentos, mas percebo que tanto Bittencourt quanto Naspolini estão mais soltos. Ainda escuto a música e percebo coisas diferentes – a sua complexidade sonora. Sempre gostei de bandas como Queensrÿche por conta da produção. Agora estamos conseguindo implementar no som algo que eu já queria trazer desde o início.
Que mensagem é trazida em For the Weak?
Alyson: Ela trata de religião – de pessoas sendo manipuladas. Sabemos que muitas pessoas em momento de fraqueza sentimental acabam sendo manipuladas. Vemos muito isso na questão religiosa. Você percebe que as pessoas estão desesperadas e o pessoal tira tudo delas. Esse é um tema que trata da questão humana.
Finalizando, quando esse novo disco será lançado?
Alyson: Estamos definindo tanto o título quanto a data de lançamento, mas há chances de ele sair até o final do ano!
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