ASKING ALEXANDRIA, MISS MAY I E CHELSEA GRIN

É aquela história: tal qual um campeonato esportivo, nem sempre o time favorito ganha no final. Na escalação da matinê Metalcore no Carioca Club foram convocados dois americanos e um inglês, todos estreando nos palcos brasileiros. São Paulo ficou com a segunda data nacional da primeira turnê sul-americana das bandas Asking Alexandria, Miss May I e Chelsea Grin. Como boa parte desse estilo, todos os grupos são bastante novos (tanto de idade como de tempo de formação) e movimentam essa atual e extrema geração de fãs e grupos do Metal. Só o Asking tem mais de dois milhões de fãs nas redes sociais. E esperar casa cheia era o mínimo para esta tarde de sábado. Pois bem. Caso não você não tenha estado lá de corpo presente, vai entender o porquê da introdução. Mesmo, talvez, não concordando com o fato e com alguns críticos que dizem que, mesmo competentes, para algumas bandas ainda falta algo fundamental para ser um verdadeiro ídolo: maturidade.

A movimentação fora do Carioca era bastante grande e dentro estava abarrotado, tanto na pista como nos camarotes. Com o caldeirão fervendo, quem abriu os trabalhos foi o Chelsea Grin. O nome da banda já tem a ver com uma terminologia nada simpática usada pelos torcedores extremos, chamados hooligans, no soccer (pra eles) – futebol, pra nós. E o sexteto veio botando o palco abaixo com sons do mais recente EP, “Evolve”. Autodenominados Deathcore, a banda surpreendeu com a sua força ao vivo e bom desempenho vocal e instrumental em faixas como “The Second Coming”, “Lilith” e “Recreant”. Como todas as bandas da noite, o set foi praticamente o mesmo do show da noite anterior, em Porto Alegre.

Juventude ensandecida e não era raro, já após o primeiro show, a galera sentando ou passando mal com o calor e empurra-empurra na pista. E a cena se repetiria algumas vezes ao longo das apresentações para os sortudos com conseguissem algum espaço para poder recuperar as energias e tentar respirar.

Menos aguardado, mas com uma boa parte dos fãs esperando para vê-los, veio na sequência o Miss May I. Com um set mais curto que as demais, não incluíram músicas dos seus três discos. Ficaram de fora, por exemplo, sons do recente “At Heart”, lançado em junho deste ano. As faixas do bem sucedido “Monument” (2010), como “Relentless Chaos”, e de “Apologies Are For The Weak” (2009), como “Forgive And Forget”, foram algumas que rolaram.

Banda e fãs interagindo muito enquanto os sons agitaram e deixaram o público embasbacado com seu desempenho ao vivo. Já era meio esperado, dado a qualidade dos sons vista em videoclipes e na postura mais madura da banda em entrevistas e no enfoque mais maduro que dão visivelmente à carreira. Nem bem a atração principal veio e este já era considerado por muitos o show da noite. Os comentários de surpresa com a performance pululavam entre os presentes.

E enfim, era chegada a hora da apresentação do Asking Alexandria, que os fãs esperam por aqui há pelo menos três anos. Toda a histeria foi guardada para este momento e, até então, ninguém lembrava da incessante comparação com os compatriotas do Bring Me The Horizon, que tocaram nesse mesmo palco a quase um ano atrás. Desde o primeiro som já deu para sacar que algo não estava bem. Mesmo abrindo com as faixas “Welcome”, seguida de “Closure”, do mais recente e barulhento disco “Reckless & Relentless” (2011), o desempenho parecia inferior aos outros shows que rolaram.

Mesmo com toda gritaria, deixando inaudível por alguns instantes, houve até quem cogitasse que parecia playback. Fato é que o loirinho, gordinho e simpático Danny Worsnop (vocal), bem como o resto da banda surpreendeu ao contrário. Mesmo assim, os hits mais conhecidos e adorados como “Prophecy” e “Not the American Avarage” eram entremeados por calcinhas e sutiãs voando em direção ao palco que, determinado momento, ficou forrado com as ditas peças. Não pergunte se foram tiradas na hora porque, dada a lotação, a não ser que você estivesse do lado de uma fã mais ousada, era bem difícil saber.

Quase impossível também estava o trabalho dos fotógrafos e câmeras tentando registrar o que acontecia nessa ferveção. Quem resistia vivia ali a “Dear Insanity” – parafraseando o nome de uma das músicas da banda que rolou no set – dentro do Carioca Club. Fecharam com mais sons conhecidos como “Morte et Dabo” e “The Final Episode”.

Para um favorito, mesmo com a interação com os fãs, com um set mais longo e torcida a favor, o Asking Alexandria deixou bastante a dever. E não precisou nem relembrar o show do BMTH, que, sim, foi infinitamente melhor. Bastou ter chegado (ou entrado) mais cedo e curtir os shows anteriores que, segundo boa parte dos fãs, já na saída da casa e depois, principalmente no Twitter, repercutiram o show do Miss May I como o que mais gostaram do line-up. Novamente, tal qual uma grande competição esportiva, não adianta ter o melhor time, o melhor desempenho até o último embate, nem o favoritismo como aliado. No campo e no palco, o que vale é ganhar a plateia sem apelo. Só sendo eficiente. E jogando bonito de preferência.

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