O “Executer Fest”, realizado em Amparo (SP) para a comemoração de 25 anos da banda Executer, entrou no rol daqueles shows que irão ficar gravados para sempre na memória e os que compareceram certamente irão dizer orgulhosamente, daqui a alguns anos, “eu estava lá!”. Mostrando a força e união do interior paulista, tivemos shows inesquecíveis, tudo isso feito com profissionalismo e respeito aos fãs, começando pelo local do show, o ótimo Athenas Music Hall e pela pontualidade do horário estabelecido.
O festival começou com o Mortage de Campinas, com seu Thrash/Speed calcado nos anos 80. Mesclando músicas de seus dois discos – “Trench for Evolution” e “The War is Not Over” –, a banda fez a galera se esquentar e já começar a banguear com sons como “Violent Hatred”, “Prisoner of Lies”, “The War is Not Over”, entre outras cacetadas. O set foi encerrado com a pedrada “Kill or Die”.
Depois de uns minutos para recuperar o fôlego é a vez dos Amparenses do Sangrena, fazendo um Death Metal rápido e brutal com aquela pegada única brasileira! Tocando músicas do seu furioso ‘debut’, “Blessed Black Spirit”, mostraram o poder de fogo da banda num show simplesmente brutal. Trocadilhos a parte, a cidade está muito bem amparada em matéria de som extremo!
Após uma pequena pausa para umas cervejas, chegara a hora do mosh com oBlasthrash e seu Thrash oitentista e empolgante. “Freedom Lies Dead”, do segundo disco, “Violent Just For Fun”, abriu o show e foi emendada com “Nudity On TV”, do primeiro disco, “No Traces Left Behind”. Sem dar trégua, a banda disparou sons velozes e garbosos como “Violent Just For Fun”, a obrigatória “Possessed By Beer”, “Like A Living Dead”, “… And Then All My Hope Is Gone”, “Beer & Mosh”, terminando o set com a insana “Psychotic Minds”. O Blasthrash irá gravar em breve um Split com os japoneses do Fastkill e certamente vem coisa muito boa pela frente!
Depois de um breve intervalo, um nó na garganta e uma crise de ansiedade, surgem os anfitriões da noite: Executer! Abrem-se as cortinas e lá estão Béba, Elias, Paulo e Juca, comemorando 25 anos de banda num show que foi gravado para futuro lançamento em DVD. Começa o ‘fim do mundo’ com “Money”, seguida da “And The Rottenness Goes On” e “Inspiration Of Crimes”, esta duas últimas de “Welcome To Your Hell” (2006). A execução continua com “You’ll Come Back Before Dying”, som que abre o seminal “Rotten Authorities” (1991). Difícil escolher entre banguear ou ficar olhando a banda tocar hipnotizado, mas vale ressaltar a grande quantidade de jovens e adolescentes juntos com os mais velhos, tudo em perfeita paz e união, mostrando que o Metal tem que se renovar.
“No More Racism” veio na sequência e o pau comeu solto com o pessoal se amontoando na frente do palco. “Involuntary Suicide” não deixou a peteca cair e então o grupo mandou um som que estará no próximo disco, “Damn Speech”, servindo de aperitivo e dando uma prévia do poder de fogo do próximo trabalho de estúdio. O set seguiu com “No Destiny” e “My Hell”, mas o que mais impressionou e até emocionou foi ver as caras e a expressões de cada membro no palco. Pareciam adolescentes em seu primeiro show e os olhos de todos os integrantes pareciam querer saltar do rosto, tamanha a felicidade por estarem lá junto com a galera totalmente extasiada. Depois do cover “Power Thrashing Death” do Whiplash, o show foi encerrado com “Rotten Authorities”. Que showzaço!
Para lavar a alma após mais um breve intervalo, eis que entrou no palco nada menos que os veteranos do MX, antológica banda de Santo André (SP), cuja formação atual traz Alexandre Favoretto (guitarra e vocal), Alexandre Cunha (vocal e bateria), Décio Frignani (guitarra) e Alexandre Gonsalves Dumbo (baixo). Após a introdução do padre do disco “Simoniacal”, o massacre começou com “Mental Slavery” e “Fighting For The Bastards”. Logo naquela altura impressionou a garra e o entrosamento da banda, fazendo o sortudo público presente moshear como louco.
Sem pausa para respirar seguiram hinos como “No Violence”, “Behind His Glasses”, “I’ll Be Alive” até que veio a troca de guitarra e baixo entre Alexandre Dumbo e Morto… A máscara anunciou o que veio a seguir com a clássica absoluta “Jason”, seguida de “The Gulf” e mais um clássico, “Dirty Bitch”. Sem tirar o pé do acelerador vieram dois covers – “A Lesson In Violence” (Exodus) e “Angel of Death” (Slayer) – para destruir de vez o lugar e finalizando para o tema da “Dirty Bitch” para encerrar o show de forma avassaladora. Espetacular!
Depois da execução e da demolição era hora de por fogo no que sobrou com o Thrash incendiário do Andralls, nome que tem tudo a ver com os shows deles. Divulgando o disco novo, “Breakneck”, o set foi feito literalmente para quebrar pescoços e o trio mandou ver músicas novas e outras dos discos “Massacre, Corruption, Destruction…”, “Force Against Mind” e “Andralls”, fazendo com que a galera que estava se recuperando do MX gastasse suas últimas energias. O baixista Eddie C. foi o personagem do stage diving mais insano da noite no show do Executer – parecia que o cara iria sair voando até o teto.
Para finalizar o evento e sepultar os fortes que ficaram até o final, tivemos o Funeratus com seu Death Metal tradicional e extremamente técnico! O power trio infernal já entrou no palco jorrando sangue geral com um som instrumental que sairá no próximo disco, seguido por “Indian Healing”, do EP “Vision From Hell”, além de “Storm Of Vengeance”, “Soaked Blood Sword”, “Aphalt Eaters”. O grupo ainda mandou “Miserable Mortals”, “Abyss Legions”, “Postmortem” (Slayer) e fechou o show com “Echoes In Eternity”, demonstrando uma performance impecável ao vivo. Só resta agora aguardar ansiosamente o DVD para quem foi poder relembrar e quem não foi ver o que perdeu! Se pudesse definir todo o evento em uma só palavra, seria: MÁGICO!