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DISCHARGE – São Paulo (SP)

Por Marcelo Gomes

Fotos: Roberto Sant’Anna

Quando foi anunciada a volta dos ingleses do Discharge ao Brasil depois de 18 anos, a procura por ingressos para o show de São Paulo foi tamanha que precisaram abrir uma data extra. Sendo assim, os shows sold out ocorreram nos dias 10 e 11 de dezembro no Fabrique Club.

O Surra foi encarregado de abrir a noite. O trio santista formado pelo Leo Mesquita (vocal e guitarra), Guilherme Elias (vocal e baixo) e Victor Miranda (bateria) subiu ao palco do Fabrique às 18h30 para apresentar seu thrash/punk ao público paulistano. Um dos destaques foi a execução do EP Ninho de Rato (2021) na íntegra. Apesar de um show curto, de 20 minutos, a banda conseguiu aquecer o público, que abriu rodas desde o começo. Guilherme Elias, em certo momento, agradeceu a produtora (Agência Sobcontrole) pelo show cedo – “Depois dos 30, precisa ser assim”, disse o baixista.

Então veio o Discharge, banda veterana do punk/hardcore britânico, referência do D-Beat e uma das mais queridas dentro do metal chegou depois de quase duas décadas mantendo as referências que a consolidou, mostrando o porquê de duas noites com ingressos esgotados. O set começou no horário previsto, às 19h30, no sábado. JJ Janiak (vocal), Terry Tezz Roberts e Tony Bones Roberts (guitarras), Roy Rainy Wainwright (baixo) e David Bridwood (bateria) subiram ao palco uns minutos antes para ajustar seus instrumentos, sem roadies, sem nada, coisa bem rara nos tempos de hoje. O guitarrista Bones chegou a tocar até o riff de Symptom of the Universe do Black Sabbath nesse meio tempo. Com tudo certo, eles saíram do palco e soltaram a introdução… A casa não estava cheia, estava abarrotada, num calor absurdo e cheio de fãs sedentos pela banda após quase 20 anos de espera. Sim, a expectativa era enorme.

O set começou com uma trinca sem intervalos de The Blood Runs Red, Fight Back e Hear Nothing See Nothing Say Nothing. Fazendo um parênteses, quem foi aos shows do GBH e The Exploited nas últimas duas semanas viu que o público agita muito, sobe no palco, faz stage diving… Enfim, tudo dentro da tradição punk/hardcore. E tudo no Discharge foi com uma intensidade absurda. Logo de início, o show ficou tenso por conta dos seguranças da casa, que ficaram em cima do palco parecendo não entender o ritual de um show desses. Situação estranha porque, duas semanas antes, o GBH tocou no mesmo lugar, os fãs subiram e nada disso aconteceu.

Após o vocalista JJ Janiak comentar ao microfone “Já faz um tempo, Brasil”, tocam The Nightmares Continues, A Look At Tomorrow, The End e Hell On Earth. Rodas insanas, stage diving sem parar e os seguranças tentando combater quem subia no palco. Bem, era como tentar enxugar gelo.

Então, JJ Janiak foi ao microfone para falar que não ligava que os fãs subissem no palco, que eram bem-vindos, mas pediu para que não pisassem no equipamento. A partir daí o show seguiu bem, os seguranças saíram e foi só festa. O set seguiu com Ain’t No Feeble Bastard e o hino Protest and Survive, com seu refrão gritado por todos. Depois, sem anúncio, mandaram Hyped Overload. Impressionante como a banda veterana tem esse gás todo mesmo depois de 45 anos.

Do trabalho mais recente, End of Days (2016), mandaram a faixa New World Order, que mantém a fúria e a energia dos tempos áureos. Após Corpse of Decadence veio Hatebomb, outra mais recente e que mantém o espírito da banda e a energia do público. Porém, foi em Never Again que os fãs realmente explodiram, cantando como se não houvesse amanhã. O mesmo se repetiu com outro clássico, a rápida e intensa State Violence / State Control.

Depois, uma fã subiu ao palco e cantou boa parte do refrão de Decontrol. O clima era de total celebração e a banda pouco se importava em dividir o palco com seus fãs. A seguinte começou com a bateria de David e o público acompanhando com as palmas antes de dar início a Accessories by Molotov. O vocalista anunciou a seguinte como sendo “sobre os jogos dos poderosos”, e mandam War Is Hell, continuando com mais críticas às guerras em War’s No Fairytale. O set chegou ao fim com as poderosas You Deserve Me e The Possibility of Life’s Destruction.

A segunda noite não foi muito diferente, tendo a casa lotada, mas com João Gordo do Ratos de Porão ao lado para acompanhar a apresentação de uma das maiores referências do punk/hardcore britânico. O guitarrista Tezz subiu ao palco usando a camiseta do Ratos de Porão e não poupou elogios à banda, dizendo que era sua favorita e dedicou A Look at Tomorrow ao grupo. Em determinado momento, o vocalista JJ Janiak perguntou quem estava na noite anterior e poucos levantaram a mão, ou seja, era um público diferente. Deu para perceber pela reação mais comedida na segunda noite, mas nem por isso as rodas insanas deixaram de acontecer no show todo.

O clima estava mais tranquilo, não tinha ninguém da segurança no palco e os fãs que quiseram subir, ficaram à vontade para fazer stage diving e alguns até cantaram alguns refrãos com a banda. O setlist foi o mesmo da noite anterior, só que dessa vez fecharam com Decontrol tendo a participação mais que especial de João Gordo.

O que o Discharge fez nessas duas noites em São Paulo lavou a alma dos fãs, que aguardavam por muito tempo esse momento. Os caras que estão na casa dos 60 fizeram duas apresentações antológicas passeando por quase todas as suas fases. Tudo com muita agressividade, fúria e intensidade, fazendo com que os fãs saíssem dos shows torcendo a camiseta. Sem dúvida, duas noites que ficarão na memória.

Setlist – 10 de dezembro:

01) The Blood Runs Red

02) Fight Back

03) Hear Nothing See Nothing Say Nothing

04) The Nightmare Continues

05) A Look at Tomorrow

06) The End

07) Hell On Earth

08) Ain’t No Feeble Bastard

09) Protest and Survive

10) Hyped Overload

11) New World Order

12) Corpse of Decadence

13) Hatebomb

14) Never Again

15) State Violence State Control

16) Realities of War

17) Decontrol

18) Accessories by Molotov

19) War Is Hell

20) War Is No Fairytale

21) You Deserve Me

22) The Possibility of Life’s Destruction

Setlist – 11 de dezembro:

01) The Blood Runs Red

02) Fight Back

03) Hear Nothing See Nothing Say Nothing

04) The Nightmare Continues

05) A Look at Tomorrow

06) The End

07) Hell on Earth

08) Ain’t No Feeble Bastard

09) Protest and Survive

10) Hyped Overload

11) New World Order

12) Corpse of Decadence

13) Hatebomb

14) Never Again

15) State Violence State Control

16) Realities of War

17) Accessories By Molotov

18) War Is Hell

19) War Is No Fairytale

20) You Deserve Me

21) The Possibility of Life’s Destruction

22) Decontrol (Participação de João Gordo)

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