Produtor de nomes como Alice Cooper e Deep Purple, Bob Ezrin também é muito lembrando por seus trabalhos com o KISS, especificamente nos álbuns Destroyer (1976), Music From The Elder (1981), Revenge (1992) e Destroyer: Resurrected (2012). Em entrevista recente ao podcast Rockonteurs, o canadense relembrou seus primeiros dias trabalhando com a “banda mais quente do mundo” e seu objetivo em Destroyer.
“O propósito do Destroyer, do meu ponto de vista, era fazer com que eles deixassem de ser uma banda de rock que atrai garotos espinhentos de 15 anos e ninguém mais”, recordou. Ezrin revelou que buscou inspiração em um antigo filme com Marlon Brando para convencer o KISS a mudar seu direcionamento e atrair outros tipos de seguidores. “Quando nos conhecemos, eu disse a eles que há um filme famoso dos anos 50 chamado The Wild One, com Marlon Brando e Lee Marvin. Havia dois motoclubes em guerra. Bandidos – todos bandidos. O problema é que Lee Marvin era monocromático, vestido de preto, um cara muito, muito, muito mal. Lee Marvin era simplesmente desagradável. Já Marlon Brando, havia algo nele que era um pouco vulnerável, um pouco mais humano, e a garota, a linda filha de alguém importante – um bom cristão, uma garota adorável, sabe, virgem, o que quer que seja -, viu algo em Johnny – personagem de Marlon Brando pelo qual ela se apaixonou… Então, eu disse a eles, ‘Agora vocês são Lee Marvin. E isso é um teto de vidro. Isso é legal’. Mas queríamos expandir para onde todas as garotas na América olham para você e dizem: ‘Eu posso consertar isso. Eu os amo e vou consertá-los’. Porque é isso que as garotas fazem”, afirmou o produtor.
O sucesso Beth, composição do baterista Peter Criss, foi o mote para a transformação, segundo Ezrin. “(A música) Era um pouco mais, meio pau e bolas, meio arrogante. (Era sobre) Um cara basicamente dizendo, ‘Dane-se, você sabe, eu não vou voltar para casa. Eu e os garotos somos mais importantes’, e todas essas coisas, e era um pouco mais animada. Voltei para meu apartamento na 52nd Street, me sentei ao piano e não sei de onde veio, mas (assobiando) simplesmente saiu. Pensei, ‘Essa realmente é uma música muito triste. Por quê? Ele não está voltando para casa? Ele sabe que está partindo o coração dela. Por que está acontecendo?’. Então, nós a transformamos em uma balada, uma balada realmente sensível e triste. E Peter simplesmente tem esse tipo de voz ‘esfumaçada’ que se presta perfeitamente à música dessa forma. Eu sabia que era um sucesso, mas o resto da banda não sentia que representava o KISS – e não mesmo, sabe, não na época. Não representava o KISS como as pessoas os conheciam. Mas era o representativo do Kiss de Destroyer.”
Ouça a entrevista completa com Bob Ezrin:
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