DEAFHEAVEN – São Paulo (SP)

Por Vitor Rubens Swerts da Silva

Fotos: Rafael Andrade

No último dia 12 de março, o Deafheaven realizou sua segunda apresentação em solo brasileiro, após uma espera de quase sete anos, em um show único em São Paulo. A banda de blackgaze, composta por George Clarke (vocal), Kerry McCoy e Shiv Mehra (guitarras), Chris Johnson (baixo) e Daniel Tracy (bateria), continua a promover seu mais recente álbum, Infinite Granite (2021). O show ocorreu no Fabrique Club, localizado na Barra Funda, e contou com a abertura da banda curitibana Terraplana.

O show do Terraplana começou pontualmente às 18h. Composta por Stephani Heuczuk (baixo e voz), Vinícius Lourenço (voz e guitarra), Cassiano Kruchelski (voz e guitarra) e Wendeu Silvério (bateria), a banda de shoegaze apresentou um repertório de belas melodias sem deixar de lado o peso dos instrumentos.

Por volta das 19h10, o Deafheaven subiu ao palco e logo de cara iniciou o set com uma pedrada, Black Brick. O público pulava e batia cabeça regido pelo maestro George Clarke, que a todo momento fazia gestos chamando a atenção do público para o palco. Enquanto uma gravação da breve Irresistible tocava ao fundo, Clarke agradeceu a presença dos fãs e os convida a se aproximarem mais ainda do palco para ouvirem Sunbather. Socos eram desferidos ao ar em compasso, e numa primeira pausa tranquila da música o público aplaudiu e ovacionou, mas Clarke não satisfeito fez o sinal pedindo ao público que abrisse uma roda ao centro. A música volta a estourar enquanto o mosh se formava no meio da galera. Ao fim da música o vocalista deixou a cargo da plateia a parte final, que cantava a plenos pulmões: ‘Always and forever! Always and forever!’.

Antes de dar prosseguimento ao show, George Clarke agradeceu ao público e convidou os casais a dançarem ao som de Shellstar, bela canção do novo álbum tocada com um certo peso a mais ao vivo. Para os fãs que duvidavam das músicas do mais recente trabalho, bem mais melodiosas e cantadas com o vocal limpo, neste momento a banda provou que era manter a energia alta. In Blur veio na sequência, com destaque para o solo de Shiv Mehra. Chega então a vez de Great Mass of Color, o grande hit do último álbum que deve permanecer no set list das próximas turnês, muitos pulavam, outros socavam o ar, alguns batiam cabeça e outros até mesmo choravam. O refrão foi entoado como hino e em diversos momentos Clarke simplesmente deixou que todos cantassem em seu lugar. Certamente um dos pontos altos da noite.

O público aproveita para descansar um pouco durante a melodiosa introdução de Canary Yellow e Clarke logo volta a cantar com seu gutural potente, sem dar sinal algum de cansaço, a não ser pela roupa encharcada de suor. A banda se mostra em total harmonia e apresenta uma versão impecável da música. Após o fim da música inicia-se a introdução de Mombasa, também do novo álbum. Clarke retorna ao vocal limpo enquanto o público é embalado pelas notas tranquilas, quase como uma canção de ninar. A música lentamente evolui até uma explosão final, onde o vocal gutural de Clarke rasga mais uma vez o momento de tranquilidade, a bateria se acelera em um frenesi e as guitarras entrelaçam seus solos em consonância até o épico fim. A banda sai do palco enquanto é ovacionada, respira durante alguns instantes e retorna para o encore.

George Clarke agradece mais uma vez a presença dos fãs, pede desculpas pelo longo hiato de shows no Brasil e promete que não demorarão a retornar. Por fim ainda anuncia que um novo álbum será lançado no ano que vem. O som de uma distorção e sinos começa a tocar e o público sabe o que está por vir, Brought to the Water. Dessa vez o espaço aberto para o mosh é maior e ao redor os participantes aguardam o momento para entrarem. A Música se inicia com o seu clima pesado ditado pelo baixo marcante de Chris Johnson, digno de trilha sonora de filme de terror, enquanto é possível ver todo o tipo de pessoa em meio ao mosh. Em meio ao solo Clarke faz seus movimentos, como se regesse o público e chamasse mais uma vez para que participassem do momento final da música.

Enquanto a banda ajeita seus instrumentos para o gran finale, Clarke agradece a todos e dedica a última música a todos os fãs presentes, a todos que fizeram a noite ser possível e a sua equipe. Kerry McCoy dedilha algumas notas e logo inicia a inconfundível Dream House. O público está disposto a entregar suas últimas energias e é impossível ver alguém parado na multidão. Clarke aproveitou o solo lento da música para tocar as mãos dos fãs à beira do palco. A música retoma, e sorrindo o vocalista nem pensa duas vezes antes de apontar o microfone para o público cantar. Até o fim da música o cantor alterna cantando e deixando para o público cantar até o último “I want to dream”.

Após o fim do show, os integrantes, muito simpáticos e atenciosos, deram autógrafos, tiraram fotos e conversaram com alguns fãs que permaneceram no local. A noite termina apenas com pontos positivos, o Fabrique Club apresenta uma ótima acústica e com uma boa visão do palco por todos os lugares da pista. O Deafheaven termina sua turnê na América Latina voltando a tocar apenas em abril no Roadbrun Festival, na Holanda.

Set list – TERRAPLANA:

1 – Me Encontrar

2 – Me Esquecer

3 – Olhar pra Trás

4 – Conversas

5 – Memórias

6 – Fall

7 – Você

8 – Cais

Set list – DEAFHEAVEN:

1 – Black Brick

2 – Irresistible

3 – Sunbather

4 – Shellstar

5 – In Blur

6 – Great Mass of Color

7 – Canary Yellow

8 – Mombasa

9 – Brought to the Water

10 – Dream House

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