Por Marcelo Gomes
Fotos: Roberto Sant’Anna
A banda sueca Darkane, que vem promovendo seu mais recente trabalho de estúdio, Inhuman Spirits (2022), numa turnê pela América Latina, aterrissou no Brasil para um show exclusivo no La Iglesia, em São Paulo. O evento, realizado na quarta-feira (29), ainda contou com a presença das bandas brasileiras Hammurabi e Inherence.
Para iniciar os trabalhos da noite, a banda paulista de death metal/hardcore Inherence subiu ao palco às 19h. Thiago Freitas (vocal), Marcelo Liam (guitarra), Rafael B2 (baixo) e João Limeira (bateria) apresentaram músicas do debut, Dogma (2019), e do EP The Entrails of Human Desire (2019). Sons como God of Nothing, Art of Killing, Sorry, Cycle of Violence, Chapter, entre outras, fizeram parte do setlist. O público, que ainda estava chegando na casa, pôde apreciar a fúria do quarteto paulista nesse início de noite.
A Hammurabi subiu ao palco às 19h55 para apresentar o material dos seus dois discos de estúdio, The Extiction Root (2010) e Law (2018), e do EP Shelter of Blames (2008). Hoje formada pelo mentor Daniel Lugondi (vocal e guitarra), Guilherme Goto (guitarra), Gabriel Gaspar (baixo) e Yuri Alexander (bateria), a banda da terceira geração do metal mineiro apresentou seu thrash/death para o público paulistano. Músicas como Blessed By Hate, Prelude To Creation, Kings of Babylon, Highway To Death, Obliteration of Mankind fizeram parte do repertório do show. Durante a apresentação, Lugondi falou sobre ter realizado um sonho que foi dividir o palco com o The Troops of Doom num festival recentemente, pois, para ele, a fase old school do Sepultura, a qual Jairo Guedz pertencia, foi de grande inspiração para o Hammurabi. Os 45 minutos da consistente apresentação agradaram bastante e foram mais do que suficientes para aquecer o público, que já estava em número bem maior.
Na sequência veio a atração principal, Darkane, formada em 1998 e que faz um death metal com pitadas de melódico, e thrash metal. Para esta turnê, os suecos vieram quase com sua formação original, que conta com Lawrence Mackrory nos vocais, mas que foi substituído pelo Andy Solveström. O restante dos integrantes se manteve igual, com Klas Ideberg e Christofer Malmström (guitarras), Jörgen Löfberg (baixo) e Peter Wildoer (bateria). Às 21h08, abrem o show com a faixa-título do novo trabalho, Inhuman Spirits, que é um resgate da sonoridade que consagrou a banda e teve ótima recepção. A segunda da noite foi Innocence Gone, de Expanding Sense (2002), mas vale destacar que a versão de estúdio tem uma roupagem mais industrial, mas no show ela ganhou um peso extra numa versão mais metal.
Sem anúncio veio mais uma pedrada, Fading Dimensions, que tem seu refrão mais melódico e teve a participação ativa dos guitarristas Klas e Christopher. A bela introdução Sounds of Pre-Existence, que mais parecia uma trilha sonora de filme, antecedeu The Sinister Supremacy. “Vocês não estão cansados, estão?”, questionou o vocalista Andy antes de anunciar a destruidora Mansion of Torture. Mais uma introdução, agora The Arcane Darkaness junto a um pequeno solo de Christopher, que arrancou aplausos do público. Esses poucos momentos de calmaria são sempre para preceder o peso e o caos que viriam a seguir. No caso, escolheram Ostracized.
Uma das mais esperadas da noite certamente foi Layers of Lies. Os fãs, que até então batiam cabeça em seus lugares, se animaram para abrir uma roda que durou a música toda – e eles ainda tiveram fôlego para cantar o refrão. Como os músicos não estavam para conversa, mandaram mais uma paulada sem aviso, The Awakening, quando, de repente, num movimento espontâneo, o distraído guitarrista Christopher acertou o vocalista Andy em suas partes íntimas fazendo-o perde o ar. Com isso, deixou de cantar alguns versos da música. Ao final, já recuperado, o vocalista agradeceu os fãs falando que eles fazem muito barulho e que ele ama isso.
Aproveitando a turnê promocional de Inhuman Spirits, tocaram mais uma nova, The Quintessence of Evil, que mesmo sendo um som mais arrastado, fez os presentes baterem cabeça durante os vários climas e a cantarem sua melodia contagiosa. Para se despedir, eles resgataram uma antiga, July 1999, que parece mais um rolo compressor desenfreado com o baterista Peter Wildoer soltando a mão sem dó. Nada melhor do isso para terminar com a energia lá em cima. Os suecos ensaiam a famosa saída para o bis, mas abortaram quando foram surpreendidos pelos calorosos gritos de “One More Song” (mais uma música). Para iniciar o bis, Chaos Vs Order, e antes de finalizar com Convicted, para a felicidade dos suecos, eles ganharam um coro de “olê, olê, olê, Darkane”. A banda não conseguia esconder a grande satisfação de receber todo esse clamor do público.
A estreia do Darkane no Brasil não poderia ter sido diferente, um show espetacular e que teve uma recepção calorosa de um público que ansiava por esse momento há anos. O encerramento da turnê latino-americana no Brasil se mostrou acertada e a banda parecia surpresa com tamanha demonstração de afeto dos presentes. Ao final do show, os músicos desceram para atender seus fãs e prometeram voltar em breve. Agora resta aguardar.
Inherence – Setlist :
01) God Of Nothing
02) Art Of Killing
03) Phantom Eye Syndrom
04) Sorry
05) Empire Of Decay
06) Slavery Design
07) Cycle Of Violence
08) Vile But Divine
09) Chapter
Hammurabi – Setlist :
01) Blessed By Hate
02) The Emperor Returns To The Front
03) Prelude To Creation
04) Oil, Smoke And Blood
05) Kings Of Babylon
06) Highway To Death
07) Wrath Against The Dying Of The Light
08) Followers Of Black
09) Obliteration Of Mankind
Darkane – Setlist :
01) Inhuman Spirits
02) Innocence Gone
03) Fading Dimensions
04) Sounds Of Pre Existence
05) The Sinister Supremacy
06) Mansion Of Torture
07) The Arcane Darkness
08) Ostracized
09) Layers Of Lies
10) Awakening
11) The Quintessence Of Evil
12) July 1999
13) Chaos Vs Order
14) Convicted
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