SÃO PAULO METAL FEST – São Paulo (SP)

Por Marcelo Gomes

Fotos: Roberto Sant´Anna

Os paulistas ganharam mais um festival de música pesada. Estamos falando da estréia do São Paulo Metal Fest que aconteceu no último dia 14 de abril, no Carioca Club e reuniu atrações brasileiras e estrangeiras, dentre elas, o New Democracy e Hatefulmuder do Brasil, além do Weight Of Emptiness (CHI), Beyond Creation (CAN), Cynic (EUA) e os nossos irmãos portugueses do Moonspell.

Os primeiros a subir no palco foram os mineiros do New Democracy, banda de death metal melódico com mais de 10 anos de estrada.  Formada por Rafael Lourenço (vocal e guitarra), Mozart Santos (guitarra), Wellington Rodrigues (baixo), Vinicius Borges (teclado) e Alexandre Madeira (bateria), a banda se apresentou num volume altíssimo para um pequeno público que ainda estava chegando na casa. Concentrou seu repertório em seu mais recente trabalho, The Plague (2022).  Fizeram parte do setlist Black Blood, Blood On Nile, Creation Of My Skin, The Way We Die, além do cover Angels Don’t Kill, do Children Of Bodom.

Os cariocas do Hatefulmurder vieram a seguir. A vocalista Angélica Burns pede para o publico se aproximar do palco e anuncia que o baile vai começar! Renan Campos (guitarra), Thomas Martinoia (bateria) e Felipe Modesto (baixo) completam o time que logo iniciam a pancadaria com Reborn seguida por Worshippers Of Hatred. Antes de iniciar a próxima, Angelica pede um wall of death. e a porrada come solta ao iniciar Silence Will Fall. Não foi diferente em Red Eyes que apesar de todo peso, tem influência de ritmos brasileiros. A introdução de bateria precede My Battle e o show continua com uma faixa recém lançada, Psywar, um metalcore que agita a galera. Para encerrar, tocam Creature of Sorrow. Os 30 minutos foram mais do que suficientes para aquecer o público que já estava em número bem maior.

Chegada a vez dos chilenos do Weight Of Emptiness, o vocalista Alejandro Ruiz surge com parte do rosto pintado de preto e com um capuz dando um ar sombrio a apresentação da banda que mistura progressivo, death e doom metal. Acompanhado por Juan Acevedo (guitarra), Mario Urra (baixo), Alejandro Bravo (guitarra) e Mario Basso (bateria), os chilenos tocaram sons do seu mais recente trabalho, Whitered Paradogma (2023) e dos outros dois discos da banda. Fizeram parte do setlist as faixas Defrosting, Chucao, Wolves, Weight of Emptiness e Unbreakable. Em sua segunda passagem pelo Brasil, a banda entregou show excelente e ganhou uma recepção calorosa do público.

Os canadenses do Beyond Creation chegaram para essa turnê sem  seu baterista Philippe Boucher que foi substituído pelo competente Michel Bellanger. Na companhia de Simon Girard (vocal/guitarra), Kévin Chartré (guitarra) e Hugo Doyon-Karout (baixo), a banda subiu ao palco do Carioca Club ao som de Fundamental Process para iniciar o primeiro show da turnê latino americana. O death metal técnico com influências do progressivo ficam evidentes logo de início. “São Paulo, como vocês estão? É um prazer estar novamente aqui“, diz Simon antes de iniciar Earthborn Evolution. As longas partes instrumentais demonstram todas as habilidades dos músicos e ganha a participação do público. O vocalista não perde tempo, afinal o tempo é curto e as músicas longas, anuncia In Adversity que tem ótima recepção. Ao final, os presentes já gritavam o nome da banda.

Os two hands de Simon e Kévin entregam a melancólica Ethereal Evolution. A pancadaria volta com Algorithm que tem um instrumental impressionante e diversos elementos que criam uma atmosfera única. Para encerrar, tocam Coexistence e uma bela roda se abre na pista, seguida por Omnipresent Perception, ambas do álbum The Aura (2011). Nessa última, Simon vai bem a frente do palco e começa a bater cabeça durante seu solo, é impressionante ! O que se pode dizer do show é que mesmo afastados dos palcos por 3 anos, os canadenses mostraram estar em plena forma. Não foi bem um show mas sim uma aula altamente virtuosa que mesmo diante da complexidade de suas composições, conseguiram manter os fãs entretidos e empolgados durante toda a apresentação. Sem dúvidas, um dos pontos altos do festival.

Uma das mais aguardadas da noite, sem dúvida foi o Cynic que finalmente fez sua estreia no Brasil. Da formação original, somente o guitarrista Paul Masvidal continua na banda já que em 2020, o baterista Sean Reinert faleceu assim como outro integrante importante, o baixista Sean Malone. Para acompanhá-lo, Paul recrutou Max Phelps (guitarra e vocal), Brandon Griffin (baixo), Matt Lynch (bateria), que subiram ao palco no horário previsto (22h30) para executar seu debut, Focus (1993) na íntegra, em comemoração aos 30 anos do lançamento.

Executam as músicas exatamente na ordem do disco em versões muito próximas as originalmente gravadas. O público que inicialmente estava empolgado parece que começou a desanimar no decorrer da apresentação dos caras. Não tem o que falar da competência dos músicos, mas parece que toda aquela viagem musical que mistura progressivo, death metal, fusion e partes bem experimentais tiveram um efeito contrário nos fãs. Nem mesmo a homenagem aos ex-integrantes Sean Reinert e Sean Malone conseguiram reverter esse quadro. Além do disco Focus, tocaram Kindly Bent To Free Us, Adam´s Murmur, Aurora, Box Up My Bones, Evolutionary Sleeper e In A Multiverse Where Atoms Sing. Volto a dizer, a execução foi impecável, mas talvez esse o tipo de som funcione melhor para um show solo. Além do mais, não cumpriram o horário e fizeram a apresentação mais longa do festival prejudicando o show do Moonspell.

Após os atrasos, finalmente a atração principal da noite, o Moonspell  apresentou seu show em comemoração aos 30 anos de carreira. Com um palco mais clean ( sem amplificadores ) deixando mais livre a visão para o telão ao fundo, Fernando Ribeiro (vocal), Ricardo Amorim (guitarra), Pedro Paixão (teclado/guitarra), Aires Pereira (baixo) e Hugo Ribeiro (bateria) iniciam a apresentação ao som de The Greater God, seguida por Extinct. Em poucos minutos, os portugueses conseguiram reacender o público. Fernando aproveita para dar boa noite e dizer que é uma honra e um privilégio poder encerrar essa turnê em São Paulo.

Voltam no tempo e resgatam a animada Opium que é cantada por todos. Nesse momento a banda já estava sendo ovacionada e então Pedro vai para a guitarra e tocam Finisterra. Sem intervalos, mandam In And Above Men. Acompanhado pelas palmas, Hugo inicia From Lowering Skies que tem um clima mais dark. Prosseguem fazendo uma sequência matadora com Scorpion Flower, Nocturna, Breathe e Em Nome Do Medo. Na faixa Todo Os Santos que possui uma forte critica, imagens de lideres políticos mundiais como Vladimir Putin (Rússia), Xi Jiping (China), Saddam Hussein (Iraque), Donald Trump (Estados Unidos) são apresentadas no telão enquanto Fernando cantava o refrão, fazendo uma alusão irônica aos causadores de miséria e guerra pelo mundo.

O vocalista então fala que só tem tempo para mais duas canções e não poupou criticas ao Cynic dizendo que foi a única banda que não respeitou o tempo e por isso o Moonspell não poderia fazer o setlist completo de 30 anos. O descontentamento dos fãs foi imediato. Para remediar a situação e para delírio do público, tocam a clássica Alma Mater. Aires Pereira estava completando 50 anos no palco, Fernando aproveita para puxar um animado parabéns à você  que é cantado por toda a casa e se despedem ao som de Full Moon Madness. Certamente não foi a comemoração que o Moonspell tinha em mente, mas os fãs entenderam a situação e apoiaram a banda do início ao fim.

Apesar desse detalhe com o Cynic, todas as bandas fizeram ótimos shows e São Paulo ganhou mais um festival. Único ponto a se pensar, é o horário de encerramento do evento por conta das pessoas que dependem de transporte público. No mais, foi excelente e tem tudo para que aconteça uma segunda edição.

 

New Democracy setlist:

01) Black Blood

02) Blood On Nile

03) Creation Of My Skin

04) Angels Don´t Kill ( Children Of Bodom)

05) The Way We Die

 

Hatefulmurder setlist:

01) Reborn

02) Worshippers Of Hatred

03) Silence Will Fall

04) Red Eyes

05) My Battle

06) Psywar

07) Creature Of Sorrow

Weight Of Emptiness setlist :

01) Defrosting

02) Chucao

03) Wolves

04) Weight Of Emptiness

05) Unbreakable

Beyond Creation setlist :

01) Fundamental Process

02) Earthborn Evolution

03) In Adversity

04) Ehereal Kingdom

05) Algorythm

06) Coexistence

07) Omnipresent Perception

Cynic setlist :

01) Veil Of Maya

02) Celestial Voyage

03) The Eagle Nature

04) Sentiment

05) I´m But A Wave To

06) Uroboric Forms

07) Textures

08) How Could I

09) Kindly Bent To Free Us

10) Adam´s Murmur

11) Aurora

12) Box Up My Bones

13) Evolutionary Sleeper

14) In A Multiverse Where Atoms Sing

Moonspell setlist :

01) The Greater Good

02) Extinct

03) Opium

04) Finisterra

05) In And Above Men

06) From Lowering Skies

07) Scorpion Flower

08) Nocturna

09) Breathe

10) Em Nome Do Medo

11) Todos Os Santos

12) Alma Mater

13) Full Moon Madness

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