Por Heverton Souza
Fotos: Roberto Sant’Anna
O sol já pegava pesado nessa tarde de sábado quando no Hot Stage a coisa esquentaria ainda mais com a encarnação canadense do Freddie Mercury batizada de Marc Martel. O cara que começou fazendo rock cristão no fim dos anos 1990, ganhou notoriedade na década de 2010 ao fazer covers do Queen na internet, justamente pela similaridade vocal. E depois de levar isso aos palcos ao lado da banda Queen Extravaganza, Martel sai solo pelo mundo com banda na tour One Vision of Queen. Ao som de “Baba O’Riley” (The Who) nos PAs, a banda entra em palco no exato horário das 13h05 com “Tie Your Mother Down” seguida de “Hammer to Fall”. Com sua camiseta do cantor George Michael (que por muitos anos foi apontado como o cara certo para substituir Freddie Mercury no Queen), Marc se apresenta e diz que será um show de hits, pergunta quem na platéia curte Queen e a banda dá início a “Under Pressure”, com o guitarrista Tristan Avakian assumindo a voz de originalmente de David Bowie.
Era possível notar entre o público que muita gente que iria apenas passar pelo espaço, ali parava e ficava. Comentários como “a voz é idêntica” eram ouvidos a todo momento e se fechassem os olhos, daria pra dizer que o próprio Freddie Mercury estava em palco. E não bastando a voz, Marc ensaiou todos os trejeitos de Mercury, mas não exatamente o imita em nada e carrega sim sua própria identidade, tem total domínio do público e ainda apresenta suas graças como fazer um perfeito moonwalker, do Rei do Pop Michael Jackson.
Quanto ás músicas, ele não mentiu um show de hits, apesar de muitos mostrarem não conhecerem “Stone Cold Crazy”. E o show por ser curto, ainda deixou de fora uma penca de sucessos da banda. Mas todos puderam cantar com ele clássicos como “Radio Gaga”, “Crazy Little Thing Called Love”, “I Want to Break Free”, “Bohemian Rhapsody”. Em “Another One Bites the Dust” chega até a soltar um vocal gutural por breves segundos, já em “Somebody To Love” regeu um coral do público, inclusive separando as vozes para depois uni-lás. A despedida veio como num show do Queen, com “We Will Rock You” emendada por “We Are the Champions”. Uma experiência arrepiante para quem é fã de Queen e do maior frontman da história do rock.