RED FANG – São Paulo (SP)

Leandro Coppi
11/05/2023

Por Marcelo Gomes

Fotos: André Santos

A banda americana de stoner rock Red Fang se apresentou pela quarta vez em São Paulo no sábado, 6 de maio, no tradicional Fabrique Club e ainda contou com a presença da All Is Allowed, banda de Campinas (SP).

Com a casa ainda vazia, o All is Allowed, formado por Frank Santos (vocal), Felippe Benassi (guitarra), Juhanni Perondi (baixo) e Guto Aielo (bateria), começou sua apresentação às 17h55 tocando sons dos seus dos EPs, “Into The Storm” (2021) e “Just Keep Walking” (2022). O grupo formado em 2019 faz um som com influências de Black Sabbath, Alice In Chains, etc. Durante o show, é notório que as canções passeiam entre o stoner setentista do Sabbath e a música alternativa dos anos 90. Com 30 minutos de performance consistente, a banda acabou caindo nas graças do público que ainda chegava na casa.

Durante os preparativos para a apresentação do Red Fang, os próprios integrantes da banda foram ajustar seus instrumentos. Mesmo com tudo pronto, o público ainda teve que esperar mais 20 minutos pra efetivamente começarem o show às 19h15. Aaron Beam (vocal e baixo), Bryan Giles (vocal/guitarra), David Sullivan (guitarra) e John Sherman (bateria) atualmente vem promovendo o álbum “Arrows” (2021) mas a apresentação de turnê no Brasil ainda contou com músicas de diversas fases da carreira, incluindo sons dos álbuns “Red Fang”, “Murder The Mountains”, “Whales And Leeches” e “Only Ghosts”.

A apresentação começou com o peso de “Blood Like Cream” que tem sido usada como abertura nas últimas turnês. A faixa funciona muito bem ao vivo, não deixando ninguém parado. Fazem uma sequência com “Malverde”, “Crowns In Swine”, “Arrows” e “Into The Eye”, praticamente sem pausas e interação com o público. Os fãs puderam curtir ao máximo o que a banda poderia oferecer de melhor, que são as músicas.

A intensidade do show continua com rápida “Antidote”. A apreensão fica no ar quando o guitarrista David Sullivan entoa acordes sombrios que precedem “Wires”, uma das mais festejadas da noite. Em uma das poucas interações com o público, Aaron diz que está muito feliz de estar de volta em São Paulo para então tocar “Freeride”.

Resgatam uma antiga, ” Number Thirteen”, outra daquelas que deixam os fãs felizes. Cheia de improvisos, a arrastadíssima “Humans Remain Human Remains” fez a cabeça da galera, se é que você me entende… Contrastando, vem “Sharks” para agitar forte plateia que pulava e abria rodas. Tocam ainda “Dirt Wizard” e encerram com “Prehistoric Dog”, uma de suas músicas mais conhecidas e que não poderia ficar de fora do setlist. Saem do palco ovacionados e retornam para delírio dos fãs com “Hank Is Dead” e finalizam com “Throw Up”.

A apresentação que pareceu fria devido as poucas interações com os fãs não faz jus a energia que o show teve e reação calorosa que os fãs tiveram. O som arrastado e denso que caracteriza o stoner proporciona reações quase que imediatas já nas primeiras notas de cada música. Os presentes que em sua grande maioria estão acima dos 35 anos, claramente curtem um som que remete a uma fase inicial de suas vidas, na qual começaram a ouvir metal. Claro que parte do sucesso do Red Fang se deve ao Black Sabbath, banda que iniciou tudo isso e criou esses laços afetivos. No entanto, o quarteto americano resgata essa nostalgia com maestria, e não é a toa que é muito cultuada e tem sua relevância dentro do cenário atual, conquistando cada vez mais adeptos saudosos.