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GLENN HUGHES – São Paulo/SP, 21 de abril de 2018

Em 15 de março de 1976, Glenn Hughes fazia, no palco do Liverpool’s Empire Theatre, na Inglaterra, seu último show como integrante do Deep Purple. Agora, passados quarenta e dois anos, ele resolveu rememorar ao vivo os velhos clássicos que registrou durante sua passagem pela banda e se lançar em turnê mundial. E é claro que o Brasil não poderia ficar de fora da rota, já que por aqui Hughes possui uma imensa legião de fãs, que sempre lotam os seus shows. Assim sendo, nesta segunda quinzena do mês de abril a “Glenn Hughes Performs Classic Deep Purple Live Tour” teve oito datas agendadas no país. As duas primeiras aconteceram em Brasília (17) e em Belo Horizonte (19). Já na noite deste sábado (21), foi a vez de São Paulo receber o consagrado músico inglês. E como era de se imaginar, a Tropical Butantã estava abarrotada de gente. Eram pessoas de várias gerações reunidas, inclusive crianças.

Marcado para começar às 19h30, a curta introdução mecânica soou com apenas quinze minutos de atraso. Ovacionados, Søren Andersen (guitarra), Jesper Bo “Jay Bo” Hansen (teclado) e Fer Escobedo (bateria) tomaram seus postos e viram a histeria rolar solta quando Glenn Hughes entrou em cena para dar início com a eletrizante “Stormbringer”, do homônimo álbum do Deep Purple, que fora lançado em 1974. Tudo estava perfeito, desde a qualidade sonora – Hughes é afortunado por ter um ótimo profissional como técnico de som, pois todo show seu que assisto soa impecável -, até a bonita iluminação, que, inteligentemente, predominava em cor roxa (purple).

Para a sequência, uma seleção de músicas do clássico “Burn”. A primeira foi “Might Just Take Your Life”, em que ao final Hughes mandou um “eu amo vocês”, antes de Andersen, que o acompanha desde sua última visita ao Brasil (em setembro de 2016), puxar a grooveada “Sail Away” – nessa ficou legal a emenda dos solos convencionais de teclado e de guitarra. Após Hughes reafirmar aos paulistanos que os amam e perguntar três vezes como se sentiam, sendo que a terceira ele fez soltando a voz, veio a sempre comemorada balada bluesy “Mistreated”. Era de arrepiar ouvir a plateia cantando-a em alto e bom som. No final, Hughes deu uma aula de canto, com direito aos seus tradicionais agudos extensos, sem perder o fôlego e nem a afinação. Emocionado com a recepção calorosa dos fãs, ele se desculpou por não saber falar em “brasileiro”, mas retribuiu o carinho com palavras gentis, e anunciou: “vamos voltar ao California Jam”. Ele se referia à lendária apresentação que o Purple fez naquele famoso festival, em 06 de abril de 1974. E como naquela ocasião, em que Jon Lord solou antes de o grupo tocar “You Fool No One”, o enredo foi copiado com Jay Bo solando e Hughes, Andersen e Escobedo se juntando à ele no decorrer para repetirem aquela sequência com a mencionada música. Durante a execução, rolou solo de Andersen, um blues improvisado entre todos, e também um longo e impressionante solo de Escobedo. Hughes, que assistiu da lateral do palco o ato do baterista, disse: “Eu tenho um novo baterista, este jovem de Santiago (CHI). Ele tem 25 anos de idade!” E aconselhou: “Irmãos e irmãs, qualquer um, em qualquer lugar, pode alcançar seu sonho. Este garoto tinha um sonho e agora ele está sentado na bateria!”. Sob aplausos, o vocalista/baixista apresentou os outros músicos e levou os fãs à loucura com elogios: “Preciso lhes dizer uma coisa, seu povo, os fãs de rock desta cidade, são os filhos da puta mais loucos do mundo. Não há ninguém como vocês!”.

Após o início com uma de “Stormbringer” e de dedicar pouco mais de longos cinquenta minutos ao álbum “Burn”, faltava a Hughes relembrar seu terceiro e último disco de estúdio com o Purple: “Come Taste the Band” (1975). “Vou cantar uma música de quando eu tinha por volta de 23 anos de idade. Escrevi essa canção com Jon Lord. Ela é muito especial e vai me fazer chorar”, revelou. Ele falava da belíssima “This Time Around”, e aí tome outro show de interpretação e de voz. É um absurdo o que este senhor continua cantando no alto de seus 66 anos de idade. Sábio daquele que um dia lhe rebatizou como “The Voice of Rock”! A seguir, após seu roadie ficar no palco por alguns instantes arrumando um problema com o pedal de baixo que acabou sendo trocado, foi a vez da ótima e não menos bonita “Holy Man”. Que música!

Glenn Hughes brincou com o fato de seu cabelo estar novamente ficando comprido, o que vem a calhar para essa turnê, já que assim ele fica apropriadamente parecido com seus tempos de Deep Purple. Antes da próxima ele contou: “Eu tive este cara, que se mudou para minha casa em Beverly Hills em 1975. Ele era Tommy Bolin!” – guitarrista que faleceu no ano seguinte, aos 24 anos de idade, tendo gravado em estúdio com o Purple apenas “Come Taste the Band”. E Hughes complementou: “Ele veio pra minha casa e nós escrevemos algumas músicas. Uma delas eu vou tocar pra vocês agora”. Mas antes ele observou na plateia uma pessoa com uma camiseta ao estilo da da Seleção Brasileira com seu nome estampado, e disse ser fã de futebol e que esteve na Copa do Mundo no Brasil. Depois disso, enfim, ele anunciou “Gettin’ Tighter”, que começou com uma viagem instrumental, que serviu de introdução, e depois passou por várias improvisações no meio do caminho.

Mesmo não sendo de sua fase, Glenn Hughes não ignorou o hino mor do Deep Purple, “Smoke on the Water”, que foi cantado à plenos pulmões por cada alma viva ali presente, e no meio inseriu “Georgia On My Mind”, como o Purple costumava fazer ao vivo quando ele estava no grupo. Antes da próxima, Hughes deixou uma mensagem de paz e amor: “Falarei devagar: eu amo a espécie humana, amo todas as raças, os animais, este planeta… Estou aqui porque quero trazer todo o amor que tenho para vocês. Minha voz é sua voz!”. E então pediu que todos lhe acompanhassem na pacata “You Keep on Moving”, que encerrou a primeira parte do show. Antes de sair do palco, Glenn prometeu que voltará ao Brasil no próximo ano e deixou outra mensagem: “Sejam felizes e sejam livres!”.

Na volta para o bis, a banda retornou com Glenn só no vocal e seu roadie no baixo. A casa então veio abaixo com a festejada “Highway Star”, outra do clássico “Machine Head” (1972), álbum em que o Deep Purple ainda tinha Roger Glover no baixo e não Hughes. Pra encerrar a noite, com Hughes agora empunhando um baixo Rickenbaker, que ganhou até um beijo seu, “Burn”, literalmente, incendiou a Tropical Butantã. Ao final, os músicos largaram seus postos e correram pro centro do palco pra abraçar o sempre simpático e carismático Glenn Hughes. Foi uma cena comovente, que mostrou o quão fãs os três também são do anfitrião da noite. Este foi, nada mais do que um show memorável, pra ficar na história como um dos, senão o mais importante que Glenn Hughes fez em São Paulo. Lhe aguardamos em 2019, Mr. Hughes!

 

GLENN HUGHES – Setlist:

Stormbringer

Might Just Take Your Life

Sail Away

Mistreated

You Fool No One

This Time Around

Holy Man

Gettin’ Tighter

Smoke on the Water / Georgia on My Mind

You Keep on Moving

Highway Star

Burn

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