Shane Embury, o “Papa” do grindcore, está lançando neste mês de outubro a sua tão aguardada biografia, Life…? And Napalm Death, via Rocket 88. Mais conhecido como o integrante mais antigo fazendo parte do Napalm Death, ao longo de sua longeva carreira Shane se envolveu também com um sem-número de bandas, tais como Brujeria, Lock Up, Venomous Concept, Bent Sea, Meathook Seed, Unseen Terror e muitas outras. Em seu livro, Shane documenta toda a sua jornada neste plano, desde o início humilde até a vida como um músico respeitado e bastante requisitado.
Um fato curioso, é que apesar de ser o membro mais antigo do Napalm Death, ele não é um dos fundadores da banda inglesa e nem tocou no álbum de estreia, o cultuado Scum. A história de Shane com o Napalm começou depois disso, em 1987, e desde então ele esteve presente em todo o vasto catálogo da banda.
Em seu livro, Shane adotou um estilo de escrita autodepreciativa e se destaca pela memória privilegiada de relembrar muitos detalhes vividos, relatando passagens obscuras na carreira com o Napalm, o que torna a leitura ainda mais interessante. Em entrevista ao Blabbermouth, Shane Embury falou bastante sobre o livro. Sobre de que forma ele relembrou das histórias contadas, ele garantiu que tudo está vivo em sua memória.
“Deus conhece minha memória, considerando o estilo de vida festivo quando todos vivíamos juntos. No início dos anos 90, em Birmingham, uma banda diferente tocava todos os dias e estávamos todos bebendo, mas parece que lembro de muita coisa. Claro, encontrei vídeos antigos de nossos shows. Nossa base de fãs e fãs obstinados foram capazes de tapar alguns buracos, como, ‘O que aconteceu neste dia em particular?’ / ‘Ah, você fez esse show’. Às vezes, me pergunto se estava sempre me preparando para fazer um livro”.
Shane também falou das partes do livro em que aborda as brigas internas do Napalm Death durante os anos 1990.
“Definitivamente, houve momentos em que todos pensávamos que não passaríamos mais por isso. Essa casa onde eu estou agora é onde nós quatro moramos em um ponto (de nossas vidas). Agora sou eu e Danny (Herrera, baterista). Isso nos ajudou, essa camaradagem, suponho. Barn (Mark “Barney” Greenway) estava sempre se movendo. Ele ficou em Londres por um tempo. Coisas diferentes estavam acontecendo. Fizemos o (álbum) Utopia Banished porque Jesse (Pintado, saudoso guitarrista), Mitch (Harris, bateria) e eu estávamos entrando em lances diferentes, bandas e batidas diferentes e o lance do nu metal entrou e ficamos um pouco inconscientes. Lembro-me de voltar da primeira turnê sul-americana, onde tocamos para seis mil pessoas no Chile, depois fomos para Hamburgo e tocamos nos clubes menores. As cenas foram mudando. Avançando 20 anos, é diferente. Está istá inclinado para o outro lado. De alguma forma, conseguimos enfrentar a tempestade. Foi muito difícil. Éramos mais jovens e imaturos; era difícil se comunicar.Fear, Emptiness, Despair foi difícil de fazer. Barney estava tentando processar como ele percebeu que estávamos mudando. Acho que eu e Mitch diríamos: ‘Temos um riff esmagadoramente pesado e dura quatro segundos e é isso. Por que não usamos mais? Estávamos ouvindo Helmet, que tinha mais a ver com batidas do que qualquer outra coisa. Tendemos a dizer abertamente: ‘Gostamos do Smashing Pumpkins. A reação natural foi: ‘O que está acontecendo com o Napalm?’ Não vou dizer que adoro o Smashing Pumpkins, mas adoro o baterista Jimmy Chamberlin. Ele é incrível. Por que não colocamos algumas dessas batidas aí? Foi uma época confusa. Danny estava nervoso. Barn estava nervoso. Então aconteceu o negócio da Columbia (Records), mas todos os outros apoiaram. Foi um momento difícil. A única maneira de entender isso é que teria sido fácil fazer outro Utopia (Banished), mas não estávamos nessa mentalidade. Esse era o acordo.”
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