Por Thiago Rahal Mauro
Fotos: Dani Moreira (@danimoreirafotografia)
Após alguns anos sem turnê pelo Brasil, o Primal Fear finalmente se apresentou em várias cidades do país. A banda de heavy metal alemã passou por regiões como Santo André (SP), Brasília (DF), Curitiba (PR), Limeira (SP) e em São Paulo (SP). No domingo (29/10), o grupo se apresentou no Fabrique Club. O local estava com bastante público, e uma constatação precisa ser feita: somente nesta cidade é possível realizar quatro shows internacionais no mesmo dia. Além do Primal Fear, São Paulo estava recebendo Machine Head (no Tokio Marine Hall), Obscura (no Carioca Club) e Marduk (no Vip Station), sem que um afetasse diretamente ao show do outro, afinal, por mais que as bandas tenham estilos diferentes tudo é metal e o público é o mesmo. Isso pode ter dividido? É um fator considerável, mas que cidade comporta isso? Só São Paulo mesmo.
Com um line-up reformulado e formado por Ralf Scheepers (vocal), Tom Naumann e Alex Beyrodt (guitarras), Alex Jansen (baixista substituto temporário de Matt Sinner nesta turnê) e Michael Ehré (bateria – também Gamma Ray), o Primal Fear veio ao país divulgar Code Red. O sucessor de Metal Commando (2020) voltou a colocar o grupo em destaque no heavy metal mundial, além de reforçar a criatividade do mesmo em seus 25 anos de carreira.
Pontualmente às 19h30, uma introdução apoteótica foi a deixa para o início dos trabalhos para o Primal Fear. Com os músicos entrando um a um, a clássica Chainbreaker, do álbum de estreia, Primal Fear, foi cantads em uníssono pelos fãs. O público estava muito animado e levantava os braços o tempo todo, como uma torcida que vibra por seu time favorito. Rollercoaster, faixa de Seven Seals (2005), seguiu com a velocidade e peso característico da banda.
Aqui vale um adendo sobre o vocalista Ralf Scheepers, o cara tem uma presença de palco muito divertida e o público na mão. Pudemos ver isso quando na sequência ele brincou cantando trechos de We Will Rock You, do Queen. O público simplesmente o seguiu e aí virou uma cantoria emocionante. Apenas Ralf e a plateia, uma sinergia muito interessante. Já a dupla de guitarristas formada por Tom Naumann e Alex Beyrodt foi um show à parte, com os dois fazendo duetos e interagindo com a plateia.
Como era a divulgação de Code Red, o Primal Fear aproveitou para tocar duas músicas deste disco. E The World is On Fire e Deep in the Night foram muito bem recebidas pelo público, que cantou os refrãos. Isso prova que os fãs do Primal Fear gostam das novas músicas e de fato acompanham os lançamentos.
Infelizmente, o baixista e líder Matt Sinner está afastado dos palcos devido à problemas de saúde, tendo sido substituído pelo mencionado Alex Jansen. E em Face the Emptiness e Another Hero ficou claro que o baixista suplente mostra uma presença de palco fora do comum para um músico contratado para uma turnê.
Nuclear Fire, um dos maiores hinos do Primal Fear, teve grande aceitação do público e foi cantada novamente em uníssono pela plateia. Foi, talvez, um dos pontos altos do show e teve grande performance de Ralf Scheepers. Em um momento de interação com o público, o vocalista elogiou a beleza de uma fã na pista, chamando-a de “tchutchuca”, porém lhe pediu desculpas em seguida ao perceber que o namorado estava do lado. “Sorry”, brincou o cantor.
O épico show do Primal Fear em São Paulo foi uma jornada sonora que ecoará eternamente nos corações dos fãs. Desde os riffs poderosos de Hear Me Calling até a intensidade de When Death Comes Knocking, a banda entregou uma performance inesquecível do início ao fim. O solo estendido em Fighting the Darkness hipnotizou a plateia, enquanto clássicos como Metal Is Forever e Angel in Black fizeram a primeira parte do show terminar com muito poder. Impressionante como os fãs cantaram essas faixas, composições que não devem faltar nos shows.
O bis com Angel in Black e Running in the Dust (faixa com grande influência de Judas Priest) encerrou a noite com uma explosão de energia, solidificando o status do Primal Fear como um dos maiores nomes do metal alemão e mundial.
Setlist:
Chainbreaker
Rollercoaster
The World Is on Fire
Deep in the Night
Face the Emptiness
Another Hero
Nuclear Fire
Hear Me Calling
Fighting the Darkness
King of Madness
The End Is Near
When Death Comes Knocking
Metal Is Forever
Final Embrace
Encore:
Angel in Black
Running in the Dust