Por Frederico Batalha
Fotos: Roberto Sant’Anna
A comemoração dos 50 anos de carreira da banda norte-americana Petra, um dos precursores do white metal, foi marcante para os fãs brasileiros. A apresentação em São Paulo (SP) contou com um set list variado, relembrando vários estágios de sua trajetória positiva, iniciada em 1972. A banda foi fundada pelos guitarristas e compositores Bob Hartman e Greg Hough, enquanto estudavam no Christian Training Center em Fort Wayne, Indiana (EUA). O grupo fazia parte do Jesus Movement, um movimento cristão de contrapartida ao movimento Hippie. Nessa época, o Petra, que quer dizer Pedra no idioma grego, construiu uma base sólida de fãs. O álbum de estreia, homônimo, foi lançado em 1974.
É claro que para uma banda longeva, com 25 álbuns de estúdio, fica impossível apresentar tudo numa única noite, por isso, alguns fãs podem ter comentado: “faltou essa ou aquela música”. O que considero normal. Mas, John Schlitt (vocal), Bob Hartman (guitarra), Greg Bailey (baixo), Cristian Borneo (bateria) e John Lawry (teclado) deram conta do recado e o 50º aniversário não passou despercebido.
Começando pontualmente às 19h30 (de Brasília), “Right Place”, “Dance”, “Counsel of the Holy” e “Fool’s Gold” demonstraram bem isso, levando o púbico que compareceu em bom número ao delírio. Com reação aos presentes, vale uma contratação, pois foi comum ver pais acompanhados pelos filhos jovens, que certamente viram o Petra ao vivo pela primeira vez, como se aos pais tivessem dizendo: “olha aí, filho. Essa banda eu curto muito e que ouvimos juntos em casa”.
Em seguida, veio o primeiro medley, reunindo nada mais do que “Sight Unseen”, “It Is Finished”, “Think Twice”, “I Am on the Rock”, “Mine Field”, “This Means War!” e “It Is Finished”. Que sequência! Neste momento, o tecladista John Lawry e o baterista Cristian Borneo apareceram em destaque. Logo depois, mais uma sequência de tirar o fôlego: “Creed”, “Judas’ Kiss” e “Just Reach Out”, que precedeu alguns acordes e o trecho inicial de “God Gave Rock and Roll to You” – música de 1973, de autoria da banda Argent, que ganhou repercussão mundial por ter sido regravada também pelo Kiss, que curiosamente realizou o seu último show no Madison Square Garden nesta data.
Enquanto Hartman trocava de guitarra, Schlitt citou o amigo Michael Sweet, do Stryper. Depois, outro medley inesquecível: “Rose Colored Stained Glass Windows”, “Road to Zion”, “More Power to Ya”, “No Doubt”, “The Coloring Song” e “Love”. Para não perder potência, mantendo e pegada, mais uma série de respeito: “Jekyll & Hyde”, “Beyond Belief”, “Lord”, “I Lift Your Name on Highv” (cover da banda The Maranatha) e “Somebody’s Gonna Praise His Name”.
Foi o fim? Não… o Petra, que ganhou quatro vezes o Grammy na categoria Melhor Álbum de Rock Cristão, voltou ao palco para “He Came, He Saw, He Conquered”. E, surpreendendo ainda mais aos fãs paulistanos, um bônus com duas músicas, incluindo a lendária “I Love The Lord” para fechar em alta a festa dos 50 anos.
Aberturas
A mineira Allos, que está na parte final de produção para lançar o álbum “Strong Delusion”, abriu o evento com um metal melódico bem executado, que contou com a aprovação do público. Em seguida, os suecos Divinefire / The Waymaker apresentaram juntos, com a presença de Christian Rivel-Liljegren, do Narnia, nos vocais. O Divinefire desde 2011 não realizava um show, enquanto o The Waymaker fez sua estreia nos palcos. Os dois apresentaram juntos um metal melódico na mais pura linha escandinava.
Compromisso: algo comum nas bandas que se apresentaram nesta noite comemorável foi o espaço aberto para falar da Palavra de Deus. Allos, Divinefire/The Waymaker e Petra tiveram o momento de pregação, cumprindo bem o compromisso de uma banda cristã séria e atuante.
