“Naquela época, a cada duas ou quatro semanas, sabíamos que haveria um novo festival. Era um ponto de encontro onde encontrávamos amigos e nos conectávamos através da música. O Festival da Boa Vizinhança foi o ápice desse espírito comunitário”, relembra Daniel Kojak, que vivenciou de perto essa efervescência cultural de Botucatu e produziu o documentário com Douglas Iglesias e Pedro Barroca.
Botucatu foi berço da primeira banda de grindcore feminina da América Latina, Purulence. O documentário ainda apresenta uma ampla gama de bandas da cidade, desde os estabelecidos nos anos 80, como Podridão, até os mais recentes, como D.I.E. e Sem Ofensas. Bandas como Carbono Road, Purulence, Agon e Death Faces dos anos 90, e Clawn, Hand Gun/Inferius e Poluição Sonora dos anos 2000, também são destacadas.
Além de preservar a história, “Boa Vizinhança” pretende servir como um testemunho vivo da riqueza cultural de Botucatu. “Para aqueles que viveram aquela época, esse movimento foi mais do que apenas uma cena musical. Foi uma parte essencial de nossas vidas, moldando quem éramos e quem nos tornamos”, revela Daniel, que viabilizou a produção através de uma campanha de financiamento coletivo no site Benfeitoria.
“Boa Vizinhança” soma-se a outras obras memoráveis, como “Botinada – A Origem do Punk no Brasil”, “Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão”, “Asfalto”, “Brasil Heavy Metal”, “Ruído das Minas”, “Cabeça Metal”, “Curitiba In Peso – A História do Metal Coré-Etuba”, “Califórnia Brasileira”, “Subversão em Movimento – A História do Punk em SP” e “Pesado – Que Som é Esse que Vem de Pernambuco?”, contribuindo para o registro e reconhecimento da história das vertentes do rock no Brasil.
Veja o documentário “Boa Vizinhança” no YouTube em https://youtu.be/8HPa64Z1X6Y