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LEATHER LEONE: APETITE PELO FUTURO

Cantora clássica famosa pelo trabalho no Chastain vem ao Brasil celebrar sua carreira, mas querendo muito mais

Foto: Ricardo Ferreira

Por Gustavo Maiato

Leather Leone é uma das cantoras mais respeitadas que surgiu nos anos 1980 e pratica religiosamente o heavy metal até hoje. Com seu novo disco solo “We Are The Chosen” – feito com o guitarrista brasileiro e braço-direito Vinnie Tex -, a veterana americana mostra que seu apetite pela música está longe do fim. A ROADIE CREW conversou com Leather sobre influências, ídolos e a respeito da turnê que desembarca no Brasil para shows em Recife, São Paulo, Limeira e Rio de Janeiro. Ela também confirmou que estará com Paul Di’Anno na turnê do ex-Iron Maiden pelo Brasil. Confira!

Gostaria de começar falando sobre o mais recente álbum, “We Are The Chosen”. Qual o conceito por trás dele? Há uma conexão temática entre as músicas?
Leather Leone: Sim, todas as músicas estão conectadas porque o álbum foi escrito logo quando a pandemia começou. Minha equipe musical se dissipou, minha vida musical estava caótica, e eu estava incerta sobre o que fazer. Foi aí que eu e o Vinnie Tex mantivemos em contato e decidimos escrever um álbum. Durante o processo, eu estava irritada com tudo e todos, descobri que confiei demais nos outros para comandarem as coisas, e eles não estavam do meu lado. Então, há um pouco de raiva no álbum, mas estou forte e venho com tudo.

Como foi gravar o videoclipe de “We are the Chosen”?
Leather: A direção não foi totalmente minha, o Vinnie tomou a frente e contratou o cinegrafista. A paisagem era linda, embora eu tivesse uma visão diferente. No entanto, é uma história legal que representa bem o que a música propõe. Gostei do resultado, especialmente por ser algo mais conceitual do que costumo fazer.

O novo álbum traz músicas com muitas camadas de teclado e orquestrações. Como surgiu essa ideia?
Leather: Isso não foi minha ideia. Eu não costumo usar teclados daquela maneira, mas o Vinnie insistiu, e eu acabei sendo convencida! “We Are the Chosen” sempre foi uma música do Vinnie, desde o começo. Ele teve a ideia para a música, e eu estava envolvida mais nas letras. Eu respeito muito o trabalho dele nisso.

Qual faixa do novo álbum você acha que foi seu melhor trabalho vocal?
Leather: Não acredito que já tenha atingido meu melhor. Eu sou crítica do meu próprio trabalho e não gosto de ouvir o que gravo. O estúdio me enlouquece, mas estou tentando crescer com este álbum, já que foi a primeira vez que sentei com um guitarrista para compor. Acho que “We Take Back Control” e “Off With Your Head” são fortes, significativas para mim. Estou muito grata ao Vinnie, e embora essa música tenha sido diferente, talvez isso remeta à época do Chastain, onde David fazia muitos teclados. Agora que ouvi o conceito de teclado, quero explorar mais, mas de uma maneira mais distorcida. E, sabe, todo mundo parece estar gostando.

“We Are The Chosen” traz muitas influências, do power ao thrash. Como classificar seu som? O que seus fãs costumam dizer sobre isso?
Leather: Infelizmente, as pessoas me rotulam como uma cantora de rock clássico. Não me preocupo com o que dizem. Sou muito abençoada pela minha reputação com o Chastain e diversas influências musicais. Acho que as pessoas ouvem minha música por causa disso. Eu queria algo mais agressivo, como o Arch Enemy, mas Vinnie, vindo de um background diferente, queria compor uma música mais melódica nesse disco. Ele apoia minha voz e compreende as conversas que tivemos. Ele incorpora todos os gêneros, como em “Off with Your Head,” com o aumento gradual do ritmo no início. Ele tem um senso real da música completa, algo que eu não tenho. As pessoas geralmente me veem apenas como uma cantora de metal, e não me importo em ser classificada. Sou apenas uma veterana do metal dos anos 80.

“The Voice of the Cult” é a música do Chastain com mais reproduções no Spotify. Já são 360 mil! O que explica?
Leather: Eu não faço ideia do motivo. Parece que as músicas que se tornaram populares na época do Chastain eram sempre as que eu menos gostava, mas minha opinião não importa. Nunca fomos uma banda grande, mas sou abençoada por ainda quererem ouvir músicas de 1984. Estou nos palcos, e há garotas de 20, 21 anos me pedindo “Angel of Mercy”. Não sei o que era sobre o Chastain, mas sou muito abençoada. E, vocês são todos jovens demais, mas quando eu comecei, meu Deus, “banda liderada por uma mulher”, era algo grande. Não havia muitas de nós, e acho que isso é o que ajuda as pessoas a se manterem comigo.

Algum disco da sua carreira obteve menos reconhecimento do que merecia na sua opinião?
Leather: Sim, e novamente, muitas das coisas antigas. Você fala com alguns atores, e, você sabe, eles fazem filmes e nunca conseguem se assistir. Mas ainda posso ouvir “We Are The Chosen” e ainda posso ouvir o “We Bleed Metal”. Eu acho que todos foram subestimados, mas não se trata de talento. Trata-se de popularidade. Sempre foi assim. Eu não sou popular. Não mostro meus peitos. Não saio por aí envolvida romanticamente. Eu não tenho esse apelo sexual, que ainda é muito importante.


E se você pudesse escolher sua banda dos sonhos – qualquer guitarrista, baixista, baterista e vocalista de todos os tempos para formar uma banda – quem seriam?
Leather: Não faço ideia. Mas o vocalista seria Ronnie James Dio. Eu não sei. Eu não penso nesses termos. Olha, acho realmente importante encontrar músicos que te entendam. E eu sou realmente estranha, excêntrica e às vezes bem impulsiva, então você precisa encontrar alguém. Vinnie, por exemplo, é fã da minha voz. Então eu acho que você realmente precisa encontrar alguém que esteja do seu lado. Eu gosto do jeito… qual é o nome dele? Portnoy! O cara do Dream Theater. Eu gosto muito dele. Amo o cara. E nem consigo lembrar o nome dele, mas gosto do baixista do Metallica. Estou tão feliz com a minha banda brasileira. Só queria estar de volta ao palco.

Sei que Dio é muito importante para você, certo?
Leather: Eu só canto metal por causa dele. Quando me mudei para a Califórnia em 1977 e ainda cantava música pop – Heart, Zeppelin e Boston – então, por meio da minha banda Rude Girl, eles me apresentaram à música dele. E então eu o conheci. Havia algo nele sobre a sua fraseologia e sua melodia… Aquilo entrava na alma! E ele era obviamente uma pessoa muito legal. É verdade que ele se lembrava de tudo sobre você. Eu o vi talvez uma vez por ano, cinco ou seis vezes, sabe? Ele era muito natural, e sempre foi muito gentil comigo. Ele me dava conselhos sobre o que fazer e o que não fazer, e eu o observava em certas noites, quando ele estava realmente cansado, aprendi a brincar com oitavas através dele, o que eu não sou treinada e não sei realmente o que faço. Odeio parecer tão ignorante, mas eu apenas faço. Mas o Ronnie me ensinou, sabe?

Bem, você é uma pessoa dos anos 80, mas ainda curte músicas novas?
Leather: Ah, sim! Estou realmente envolvida com músicas pesadas. Lamb of God. Estou apaixonada por Spirit Box. Oh, meu Deus, aquela garota! Adoro o conteúdo lírico dela. Mas gosto de bandas mais pesadas. Claro, não consigo lembrar delas agora, mas eu gosto. Lamb of God, Jinjer, Spirit Box, Arch Enemy. Gosto dessa tensão. Não gosto de músicas que tentam ensinar como escrever músicas – com uma introdução, meio e uma resolução. Eu não quero uma resolução. Quero a tensão. E é isso que essas bandas fazem por mim.


Deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros e diga o que podem esperar dos seus shows aqui!
Leather: Eles todos me conhecem, não me veem há muito tempo. O Brasil é para mim como na primeira vez que desembarquei. Vocês têm o metal profundamente enraizado no sangue. Tem gente que anda por aí como eu fazia nos anos 80, com a mecha de cabelo e o cinto de balas, mas para eles é real. Eles são muito solidários. Não sei por que eles se apegaram a mim. Eles são tão amigáveis, e há um senso de gratidão que recebo deles. Não sou uma chorona o tempo todo, mas toda vez que faço um show, choro. Há uma base muito forte de metal, então é sempre uma honra compartilhar o que escrevemos com vocês. Estou trazendo algumas outras coisas do Chastain, e é claro que faremos algumas do “We Are The Chosen”. Estou muito empolgada, cara. Eu não subo em um palco há tanto tempo, e estou tão animada com esses caras. Ainda não começamos os ensaios, mas a banda incluirá Vinnie Tex, Kiko Shred, Marcus Dotta na bateria e o baixista Fábio Carito. Eles são todos profissionais, já trabalhei com a maioria deles, e tenho confiança de que será incrível, embora eu fique nervosa com essas coisas e precise ensaiar bem. E tenho uma novidade! Acabamos de descobrir que conseguimos agendar a turnê com o Paul Di’Anno, que começa em maio. Eu não sabia se podia dizer algo, mas serão cerca de 30 datas, e ele está trabalhando em mais. Eu não tenho uma agenda assim desde sei lá quando! [risos]

 

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