Triste notícia para o hard rock. CJ Snare, uma das vozes mais encantadoras do gênero, faleceu na última sexta-feira (05), aos 64 anos. A notícia foi confirmada neste domingo (07) no Facebook por seus parceiros de Firehouse, uma das bandas do gênero que fizeram sucesso mundial no início dos anos 90.
Diz a mensagem da banda:
“Hoje é um dia triste para o Rock and Roll.
É com grande pesar que estamos informando ao mundo que perdemos nosso irmão: CJ Snare, o guerreiro do rock and roll, vocalista principal e membro fundador do Firehouse.
CJ Snare faleceu inesperadamente em casa na noite de sexta-feira, 5 de abril de 2024. Ele tinha apenas 64 anos de idade.
Como todos vocês sabem esperava-se que CJ voltasse ao palco com a banda neste verão após se recuperar de uma cirurgia.
Estamos todos em completo choque com o falecimento prematuro de CJ.
CJ era, sem dúvida, um dos melhores talentos vocais de uma geração, excursionando pelo mundo com o Firehouse sem parar nos últimos 34 anos.
Nossas sinceras condolências vão para toda a família Snare, Katherine Little, amigos e todos os nossos queridos fãs ao redor do mundo.
“Reach for the Sky”, CJ! Você será eternamente lembrado pela família, amigos, fãs e por seus companheiros de banda. Você está cantando com os anjos agora”.
Ainda não foi revelada a causa da morte de CJ Snare, no entanto, em 2020 ele foi diagnosticado com câncer de cólon em estágio IV. De acordo com sua esposa, Katherine Little, inicialmente o prognóstico era sombrio quanto à sua recuperação. No ano seguinte, CJ passou por cirurgia e se manteve positivo durante todo o tempo. Enquanto cuidava da saúde, CJ Snare se esteve afastado dos palcos e desde 2023 vinha sendo substituído ao vivo por Nate Peck.
O Firehouse nasceu em 1984, em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA). O surgimento do grupo aconteceu pela junção de duas outras bandas. Vindos do Max Warrior, CJ e o baixista Perry Richardson (hoje no Stryper) se juntaram ao baterista Michael Foster e ao guitarrista Bill Leverty, parceiros de White Heat.
A partir do lançamento de seu homônimo álbum de estreia, em 1990, o sucesso do Firehouse foi imediato. Os hits e clipes Don’t Treat Me Bad, All She Wrote e (a balada) Love of A Lifetime conquistaram inclusive o mercado brasileiro. O álbum Firehouse foi lançado pela Hollywood Rock Records, subsidiária da Sony Music, que naquele mesmo período também lançou no Brasil artistas como The Chimes, Skin Games, Anything Box e Shawn Colvin. O mega hit Don’t Treat Me Bad emplacou em 40° lugar entre os singles da Billboard. Na ocasião, a Circus Magazine, que se auto-intitulava a “primeira revista de rock and roll no mundo”, publicou: “Esperem pelo impacto que o Firehouse causará”. De fato, a publicação não estava errada. A banda ainda permaneceu em voga para mídia e público no álbum seguinte, Hold Your Fire, de 1992.
Embora o Firehouse tenha desperdiçado três anos até lançar seu terceiro álbum, simplesmente intitulado 3, e ainda que no ano de 1995 a mídia já estivesse há algum tempo dando muito mais bola para o movimento grunge e à música alternativa do que ao hard rock, o Firehouse ainda era valorizado pela Sony Music, que viu o grupo fazer ainda mais sucesso no Brasil, com a balada I Live My Life For You sendo tema da novela Global A Próxima Vítima, de Sílvio de Abreu. Naquele mesmo ano, o grupo chegou a vir ao Brasil pela primeira vez, não para tocar, mas sim para fazer uma ‘press tour’ acústica, que atendeu programas como os dos apresentadores Xuxa (veja abaixo), Raul Gil e Serginho Groisman (veja abaixo), além da Rádio Transamérica. Como bom frontman que era, CJ se portava em todos esses programas como o porta-voz do Firehouse.
Ainda em 1995, especulou-se que o Firehouse faria a abertura para o Bon Jovi no Brasil, o que infelizmente acabou não acontecendo. A estreia do Firehouse nos palcos brasileiros só foi rolar em 2007, quando o grupo dividiu palco com Ted Poley (vocalista do Danger Danger) no festival “Hard in Rio”, no Rio de Janeiro. Em 2013, foi a vez de a banda tocar pela primeira vez para o público paulistano, em show ocorrido no Manifesto Bar.
Infelizmente, assim como para a maioria esmagadora das bandas oriundas dos gloriosos anos dourados do hard rock (entre a década de 80 e início da década seguinte), os holofotes já não mais brilhavam como antes e o Firehouse passou a lançar alguns outros álbuns de estúdio e ao vivo, que passaram batido para fãs (exceto os ‘die-hard’) do gênero e principalmente pela mídia, que simplesmente virou as costas.
Nos últimos anos, assim como alguns de seus pares contemporâneos, tais como Slaughter, Poison e o aposentado Cinderella, por exemplo, o Firehouse seguiu fazendo shows, porém desde Prime Time, que foi lançado no longínquo ano de 2003, tendo no baixo o carioca Dario Seixas (Stephen Pearcy, Neil Turbin, Jack Russell’s Great White e outros), parou de investir em novos álbuns de estúdio.
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