Em entrevista recente ao podcast Outsider, Vince Neil, vocalista do Mötley Crüe, revelou qual é o disco da banda que ele mais detesta. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, ele não mencionou o álbum homônimo de 1994, que é o único até hoje do Mötley gravado com outro vocalista – no caso, John Corabi (hoje no The Dead Daisies). Assim como a maioria dos fãs do Mötley Crüe, Vince admitiu que o álbum que marcou o seu retorno ao grupo, o indigesto Generation Swine, de 1997, está aquém da qualidade do restante da discografia da banda.
Disse Vince:
“Eu odiei aquele disco. Ainda odeio aquele disco. Não há boas músicas nele. E eu disse a eles, eu falei: ‘Este disco é uma porcaria!”. Segundo Vince, os demais integrantes que gravaram o disco – Nikki Sixx (baixo), Mick Mars (guitarra) e Tommy Lee (bateria) – discordam de sua opinião e lhe responderam: “Não. Nós amamos. Nós amamos!”
A princípio, Generation Swine deveria se chamar Personality #9. O disco começou a ser composto com John Corabi, no entanto, os resultados catástroficos do (ótimo) álbum Mötley Crüe, que vendeu pouco e como consequência levou à banda a cancelar sua turnê após pouquíssimos shows devido a baixa venda de ingressos, fez a banda trazer Vince Neil de volta após cinco anos de afastamento. O depressivo single de Afraid (assista ao videoclipe abaixo) já havia assustado os velhos fãs do Mötley. Quando o disco foi lançado, em junho de 1997, apenas reforçou a suspeita dos mesmos. A banda havia apelado ao tentar se adequar aos novos tempos. Seguindo a onda de bandas como Prodigy, por exemplo, o Mötley Crüe mudou seu visual para algo mais ‘clubber’, por assim dizer, e sonoramente começou a misturar riffs imundos a artifícios eletrônicos, limou os solos e ainda aproveitou algo de grunge para essa insossa mistura. Na época, ao invés de começar o disco do zero, a banda preferiu remodelar músicas experimentais que vinha testando e, como dito, seguindo tendências daquela confusa segunda metade dos anos 1990. Além disso, ainda tentou adequá-las para a voz de Neil.
Pouco menos de um mês após o lançamento do disco, John Corabi processou o Mötley Crüe em 4 milhões de dólares por quebra de contrato, fraude e calúnia. Na ocasião, Corabi alegou que ele não havia recebido royalties ou crédito por seu trabalho e contribuições ao disco enquanto ainda estava na banda. Nos créditos de Generation Swine, Corabi só é citado em duas músicas, Flush e Let Us Prey, entretanto ele afirma que foi responsável por pelo menos 80% de todo o material.
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