O KISS encerrou suas atividades de forma oficial em dezembro de 2023, após dois shows no Madison Square Garden, em Nova York. As apresentações concluíram a turnê de despedida “End of the Road”, que, considerado o intervalo provocado pela pandemia, durou entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023.
Nenhuma das 250 apresentações realizadas neste período contou com participações de ex-integrantes. Havia, de fato, grande expectativa para que ao menos os membros originais Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (bateria), ambos fora desde o início dos anos 2000, subissem ao palco junto de Gene Simmons (voz e baixo) e Paul Stanley (voz e guitarra) pela última vez. Não aconteceu.
E, de acordo com Simmons, não foi por falta de tentativas. Em entrevista a Daniel Dutra para a edição 279 da Roadie Crew (clique aqui para comprar), o músico revelou que uma reunião para discutir o tema chegou a ser feita na casa de Stanley. Ao menos Frehley participou da ocasião pessoalmente — não foi revelado se Criss também estava no local.
Inicialmente, o Demon contou:
“A verdade é que, nos casos específicos de Ace e Peter, eu e Paul passamos dois anos falando com os dois. Primeiro, perguntamos se eles queriam fazer parte do documentário, no qual poderiam falar o que quisessem, e a resposta foi ‘não’ (N.R.: Simmons se refere também a ‘Biography: KISStory’, produzido e transmitido pela A&E, em 2021, e posteriormente lançado em DVD e Blu-ray). Depois, perguntamos se os dois gostariam de tocar algumas músicas conosco no bis, e eles responderam ‘não’. Perguntamos essas mesmas coisas mais algumas vezes, e eu mesmo liguei para o Ace mais de uma vez.”
Em seguida, a mencionada reunião foi citada por Gene. O vocalista e baixista disse:
“Chegamos a fazer uma reunião na casa do Paul, e Ace disse que a única forma de ele tocar seria se o Tommy fosse proibido de estar no palco, e dissemos que isso não aconteceria. Falamos ao Ace que ele seria mais do que bem-vindo a se juntar a nós durante o bis, para celebrarmos todos juntos, e ele disse ‘não’.”
KISS, Tommy Thayer e Eric Singer
Gene Simmons, então, exaltou os serviços prestados por Tommy Thayer e Eric Singer, respectivamente guitarrista e baterista da formação final do KISS. O primeiro entrou para a banda em 2002, mas trabalhava em seus bastidores desde o fim da década de 1980. O segundo se juntou à formação em 1991, saindo cinco anos depois para a volta de Peter Criss e retornando para substituí-lo entre 2001 e 2002 e a partir de 2004.
“Tommy está na banda há mais tempo do que Ace e Peter, assim como o Eric também está. Os dois sempre aparecem na hora marcada, trabalham duro, não reclamam, não bebem e não usam drogas. Os dois sequer fumam cigarro, e o ambiente sempre foi amistoso com Tommy e Eric.”
Por fim, o Demon pontuou que a história do KISS se desenvolveu de forma independente, sem que outros interesses pudessem exercer influência na atividade principal.
“No fim das contas, a história do KISS começou e terminou sem que tivéssemos de fazer concessões. Sempre foi do nosso jeito. É uma história longa. Quando se sobe no palco com aquelas roupas e com as maquiagens, os fãs esperam algo de você. Não dá para ficar olhando para os próprios pés ou dar as costas para o público presente, então dedicamos muito esforço, tempo e dinheiro nos shows ao vivo para que os fãs sempre recebessem o melhor! Aliás, nós jamais cobramos excessivamente por um ingresso, porque existem shows muito mais caros por aí. Nós investimos muito dinheiro em nossas apresentações, mas os valores dos ingressos não eram insanos.”
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