Em entrevista ao New Jersey Stage, o genioso guitarrista Ritchie Blackmore revelou um fator que foi prepoderante para sua saída do Deep Purple em 1993: o tédio pela mesmice em tocar em uma banda de “heavy rock”.
“O estresse vinha das viagens relacionadas ao rock ‘n’ roll, da tentativa contínua de criar variações diferentes de riffs pesados, o que pode ser entediante. Eu estava ficando cansado de tocar o mesmo tipo de música: rock pesado só por tocar rock pesado.”.
Após sair do Purple, Blackmore reativou o Rainbow por um curto período. Cansado desse tipo de som, em 1997 ele deu início ao ambicioso projeto Blackmore’s Night. Ao lado de sua esposa e cantora, Candice Night, Blackmore iniciava ali sua outra paixão: a música medieval. Prosseguindo com seu relato sobre o motivo que lhe tirou do Purple, Ritchie disse: “Sempre me interessei por rock melódico – melodias em geral”, admitiu. “No final do Purple, era só fazer barulho por fazer barulho, então quando ouvi música renascentista, havia tantas melodias incríveis que me tocaram profundamente. Isso foi um alívio em muitos sentidos, então eu pulei do trem-monstro apenas para tocar algumas melodias de forma mais orgânica”
Também entrevistada, a própria Candice Night explicou como o mergulho no tipo de música que ela e seu marido fazem no Blackmore’s Night o fez escapar das pressões da indústria musical.
“Realmente começou como uma jornada pessoal e uma fuga do que o mundo do rock ‘n’ roll havia se tornado para Ritchie no final dos anos 90″, disse a cantora. “Tendo tido tanto sucesso nos anos 60 e ao longo dos 70 e 80, ele estava acostumado com a liberdade criativa e a individualidade das bandas. Mas, no final dos anos 90, quando ele reformou o Rainbow, as corporações queriam aprovação sobre tudo. As gravadoras queriam opinar nos títulos das músicas, ouvir demos para entender a direção do álbum. Não era algo com que ele estivesse acostumado a lidar. Então, enquanto os outros membros da banda Rainbow estavam fazendo suas músicas, estávamos sentados ao lado da lareira em um estúdio de fazenda em Massachusetts, tocando violão e escrevendo músicas para nosso próprio prazer. Quando nossos amigos as ouviram e disseram que as amavam, decidimos lançá-las para o resto do mundo. Mas continua sendo um caminho de alívio do estresse das pressões da sociedade e uma forma de escapismo — não apenas para nós quando estamos criando a música, mas para aqueles que a estão ouvindo também.”
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