Há bandas que já nascem grandes, independentemente de sua trajetória até turnês como headliner ou como cabeça de chave em festivais. A questão principal é artística, e o THE TROOPS OF DOOM tem dado amostras de inesgotáveis talento e criatividade, afinal, foram dois EPs, The Rise of Heresy (2020) e The Absence of Light (2021); o primeiro álbum, Antichrist Reborn (2022); e uma coletânea com duas inéditas, Prelude to Blasphemy (2023), em apenas quatro anos e sem um deslize sequer.
Natural imaginar que, sendo tão prolífico, o quarteto formado por ALEX KAFER (baixo e vocal), JAIRO GUEDZ e MARCELO VASCO (guitarras) e ALEXANDRE OLIVEIRA (bateria) poderia dar uma patinada, mas a verdade é que os caras deram vida ao seu melhor trabalho até agora.
Mais do que isso, lançaram um dos melhores discos de death/thrash metal old school do metal nacional, e três músicas sintetizam tal afirmação:
- The Impostor King, com riffs matadores, vocais na medida certa e uma levada para arregaçar nos shows;
- a empolgante Psalm 7:8 – God of Bizarre, com um instrumental impecável; e
- Blood Upon the Throne, que, além de uma breve e interessante escala oriental, traz de forma impecável os riffs palhetados – ora thrash, ora death – em cima dos dois bumbos.
Porém, elas fazem parte de um pacote que deve ser absorvido por completo, até porque mostra maior cuidado com os detalhes (especialmente no trabalho de guitarras) e uma produção ainda à moda antiga, só que ainda mais orgânica, o que evidencia, por exemplo, o som do baixo. E entre pedras preciosas como Chapels of the Unholy, Denied Divinity e The Grotesque, todas com um latente quê de SLAYER em alguns dos riffs, há um brilho especial para Dawn of Mephisto, empolgante até o talo; Faithless Requiem, uma aula de como fundir death, thrash e heavy metal; e Venomous Creed, que joga um doom à la BLACK SABBATH no meio da porradaria.
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