Ok, os argumentos para regravar Bestial Devastation (1985) e Morbid Visions (1986) eram plausíveis, afinal, a produção e a execução originais dos dois primeiros trabalhos do SEPULTURA são a prova de que de boas intenções o inferno está cheio. Agora, o Schizophrenia (1987)? Sério mesmo que alguém achou que havia necessidade de regravar o disco que marcou época no metal nacional exatamente por ser um produto final bem acima da medida?
Cara, é o disco que já mostrava IGOR CAVALERA – com apenas um “g” – como realidade entre os grandes bateras do estilo; é o disco que apresentou MAX CAVALERA como um dos melhores vocalistas do gênero; e é o disco que mostrou que a entrada de ANDREAS KISSER era o que faltava para o SEPULTURA rumar ao topo do mundo (o que teria acontecido, não fosse a separação em 1996).
Enfim, MAX e IGGOR – que aqui contaram com TRAVIS STONE (guitarra, PIG DESTROYER) e IGOR AMADEUS CAVALERA (baixo, GO AHEAD AND DIE e HEALING MAGIC) – têm inegável direito de revisar a própria história, mas isso não os torna imunes a críticas, e a crítica aqui é que a empreitada foi e é absolutamente desnecessária. Um professor de Física disse uma vez: “Não se mexe no que já nasceu perfeito. Como o clipe. Você já viu um digiclipe, por exemplo?”. Exatamente.
Nada neste Schizophrenia 2024 chega aos pés do original – sequer a capa reimaginada por ELIRAN KANTOR –, e nem mesmo a inédita (e ótima) Nightmares of Delirium ajuda a hipotética ideia de que pode se tratar de uma homenagem.
***A nova versão de Schizophrenia será lançada no próximo dia 21 de junho. Ouça abaixo a regravação de From the Past Comes the Storms.
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