Uma prática comum em bandas de rock e metal com o passar do tempo é transpor músicas para acomodar o efeito do tempo nos vocalistas. Canções são tocadas meio tom ou um tom mais graves para que as notas sejam mais fáceis de acertar. Todavia, certos cantores se recusam. No caso de TODD LA TORRE, a execução no seu aspecto original é motivo de orgulho.
Em entrevista ao The Metal Voice (transcrição via Blabbermouth), o vocalista atual do QUEENSRŸCHE falou sobre o desafio de substituir o frontman clássico GEOFF TATE, em missão iniciada no ano de 2012. O músico, hoje com 50 anos, destacou que há um trabalho contínuo de provar aos fãs sua habilidade como cantor.
Ele disse:
“Tem pessoas que nem sei quem são, mas muitas vezes falam: ‘Olha, te devo desculpas, eu falei umas coisas horríveis ao seu respeito e eu não queria gostar de você, mas você me ganhou e eu sou fã agora’. Sensacional.”
LA TORRE ainda enfatizou como esse tipo de fã é importante. Segundo o artista, eles vão espalhar a palavra de sua capacidade.
“Essas pessoas vão te defender dez vezes mais forte porque estavam tipo: ‘Ah, eu não gostava dele também, mas você precisa escutar isso’, ou ‘Você ainda não escutou o que ele fez com tal coisa’, ou seja lá o que.”
TODD LA TORRE e o tom original no QUEENSRŸCHE
TODD LA TORRE também fez questão de apontar como acertar todas as notas no tom original das músicas é importante. Isso ajuda a provar aos fãs o poder de seus vocais.
“A maioria das guitarras você toca e estão em afinação padrão em Mi… Nos anos 80, rock era quase sempre em afinação padrão em Mi – talvez Mi bemol, quando você transpõe tudo meio tom pra baixo. E cantores que passam dificuldades muitas vezes falam: ‘Ei, talvez a gente precise transpor essa música pra baixo’.”
O artista fez questão de falar que não há nada de errado com a prática, contanto que haja transparência. Muitas vezes, ao seu ver, as canções estão transpostas e a banda não fala nada.
“O que não é legal é quando você age como se não tivesse feito. Há cantores que fazem isso. Ou me frustra quando as pessoas falam: ‘Ah, o cara de tal banda ainda acerta as notas que nem no álbum’. Sem perceber que, não, ele não está acertando. Tudo está transposto.”
Abordagem realista
Questionado se algum dia ele pode aderir à prática, TODD LA TORRE foi realista. O cantor reconheceu que a idade chega para todos, mas por enquanto quer aproveitar seu dom.
Ele comentou:
“Pode chegar um ponto na minha vida em que eu reconheça ser incapaz de acertar tal nota. Mas ainda dá pra cantá-la muito bem em outros tons. Aos 50 anos, eu ainda – quando me sinto bem, não estou doente, cansado ou coisa assim – consigo cantar todo o material do QUEENSRŸCHE em afinação padrão em Mi e está tudo bem. Não é grande coisa.”
LA TORRE também aproveitou para exaltar seu antecessor no QUEENSRŸCHE, GEOFF TATE. O cantor relembrou um encontro dos dois em 2017 na Espanha, no qual deixou clara sua admiração pelo vocalista. Segundo TODD, o frontman clássico não precisa provar nada para ninguém, pois é o responsável por tantas grandes canções ao longo dos anos.
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