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MILLE PETROZZA exime o grunge de culpa pela queda de popularidade do metal nos anos 90

Líder do Kreator aponta quem eram os verdadeiros vilões da indústria musical naquele período

Nos anos 90, o hard rock e o thrash metal enfrentaram uma queda significativa em popularidade, em grande parte devido a mudanças no cenário musical. O hard rock dominou a década de 80, enquanto o thrash viveu seu auge a partir da segunda metade daquele período. No entanto, com a virada da década, as tendências mudaram, assim como o interesse das gravadoras, rádios, MTV e do próprio público, que se voltaram para o grunge, que emergia com bandas como NirvanaPearl JamSoundgardenAlice in Chains, entre outras. Desde então, se tornou comum atribuir ao grunge a “culpa” pelo queda dos outros gêneros. Entretanto, há quem responsabilize as próprias bandas de hard rock e de thrash metal pela repetição excessiva de fórmulas. Nikki Sixx, por exemplo, é um dos músicos que alegam que, no hard rock, muitas bandas estavam copiando seu Mötley Crüe e outras bandas pioneiras. Em recente entrevista para a Kahler Guitar and Bass Bridges, Mille Petrozza, líder, vocalista e guitarrista do Kreator, um dos grupos mais bem-sucedidos do thrash metal alemão, relembrou aquele período, comentou sobre como sua banda sobreviveu à decada de 90 e isentou o grunge de qualquer culpa pelo desinteresse da mídia e do público em relação aos gêneros que haviam feito sucesso anteriormente.

“Estávamos todos apavorados na época. Quer dizer, não é que eu pensasse que tinha acabado. Lembro-me de que nos anos 90, tentei vender uma de minhas (guitarras) Jackson na época. Ninguém queria comprá-las (risos). Todo mundo queria Les Paul ou Fender (marcas de guitarras comumente usadas por músicos de grunge)…” 

Petrozza relembra o conflito entre músicos e fãs desses gêneros e dá sua opinião sobre se o grunge é ou não culpado pela catástrofe que aconteceu com os demais estilos naquela era. “Estou muito feliz que os anos 90 acabaram. Há certas bandas de metal que sempre dizem: ‘O grunge matou o metal’. Eu não acho. Eu acho que o que matou, talvez, tenha sido certas pessoas na indústria que não queriam mais que o metal estivesse lá. E hoje em dia, com tudo sendo mais global através da Internet, através de suas próprias mídias sociais, você pode fazer muito mais”.

O frontman do Kreator conclui, opinando quem eram os reais vilões da indústria no passado:

“Ainda precisamos de um pouco da indústria, é claro, e hoje em dia as pessoas que trabalham em gravadoras são metaleiras. Naquela época, havia principalmente empresários que realmente não sabiam sobre música, a menos que vendesse muitas cópias. Então, hoje em dia é muito mais legal porque a cena se criou. Há pessoas trabalhando na indústria que realmente amam a música, e você não precisa confiar em pessoas que simplesmente amam o que mais vende”.

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Kreator
Mille Petrozza (Foto: Roberto Sant’Anna/Roadie Crew)

 

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