Apesar de ser primariamente associado ao rock alternativo dos anos 1990, Billy Corgan nunca escondeu seu amor por heavy metal. O músico até incorporou ao som do Smashing Pumpkins riffs normalmente associados ao gênero, assim como solos harmonizados.
Especialmente na época do auge, Corgan enfrentou resistência de seus contemporâneos. Agora, ele criticou a cena de volta por ser esnobe.
Em entrevista ao canal The Allison Hagendorf Show (transcrição via Ultimate Guitar), Billy discutiu seu amor pela música pesada e os primórdios de sua banda. A decisão de aplicar elementos de metal ao som alternativo pareceu natural, mas alguns não gostaram da execução.
Ele disse:
“Quando nós começamos nos anos 80 e começamos a tocar riffs de metal em nossas canções de rock alternativo – digo, a quantidade de esnobismo que recebemos por causa disso…”
Evitando mencionar diretamente quem criticava seu trabalho, o músico prosseguiu:
“Não quero dar nomes, mas algumas bandas estavam flertando com elementos de metal e fazendo um ótimo trabalho, mas era sempre feito de um jeito irônico… Tipo: Isso não é o que nós somos, porque não queremos ser associados com toso o resto que associavam o metal na época… Satanás e misoginia. [risos] Nós abraçamos o metal de um jeito que deixou pessoas desconfortáveis. Acho mesmo.”
O heavy metal para Billy Corgan
Segundo o líder do Smashing Pumpkins, a graça do metal é justamente ser um antídoto a qualquer pretensão musical. Então para Corgan, esnobismo não tem lugar na conversa.
Ele comentou:
“Uma coisa que o metal faz é nos lembrar que nem todo mundo quer saber da opinião dos esnobes, seja falando sobre Metallica, Rush ou Mötley Crüe. Se você cresceu no mundo que eu cresci, assim como muitas pessoas para com as quais esse tipo de música fala de uma maneira bem visceral, não é pra soar bonito.”
Billy ofereceu um exemplo da importância da comunidade do metal na forma de Rob Halford. O vocalista do Judas Priest é gay e escondeu sua sexualidade por anos. Entretanto, foi aceito pelo público quando revelou sua orientação.
“Ele era um homem gay enrustido nos anos 80, passando por todo tipo de conflito interno, com medo de ser revelado, que pudesse destruir a carreira de sua banda. E através dessa luta particular, ele encontrou um público que o aceitou por quem ele era.”
O músico também deu um exemplo próprio do poder do gênero. Ele contou sobre como a canção “Fade to Black”, do Metallica, saiu justamente quando sua avó estava morrendo de câncer. Corgan revelou que chegou a agradecer a Lars Ulrich pela canção responsável por salvar sua vida naquele momento.
O Smashing Pumpkins retorna ao Brasil ainda este ano para dois shows. A banda se apresenta em Brasília, dia 1º de novembro, sexta-feira, na Arena BRB Nilson Nelson; e São Paulo, dia 3 de novembro, domingo, no Espaço Unimed.
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