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WARDRUNA – São Paulo (SP)

12 de outubro – Terra São Paulo

Por Marcelo Gomes

Fotos: Alessandra Tolc

Apesar do fim de semana caótico na cidade devido às chuvas, o público paulistano compareceu em peso para a estreia do Wardruna em São Paulo. A apresentação aconteceu no Terra São Paulo e marcou uma noite inesquecível para os fãs da banda norueguesa, conhecida por suas composições que invocam o espírito das antigas tradições nórdicas. Com apenas três apresentações programadas para a América Latina, este retorno ao solo brasileiro após sete anos (a banda se apresentou em Brasília em 2017) foi particularmente aguardado e levou uma atmosfera quase ritualística ao local.

Formado em 2003 na Noruega, o Wardruna combina instrumentos tradicionais, como tagelharpa, kraviklyra, flautas e tambores, com elementos naturais que transportam o público para um mundo de fiordes e florestas. A banda, formada por Einar Selvik (vocal, taglharpa, kraviklyra, bukkehorn), Lindy-Fay Hella (vocal), Arne Sandvoll (percussão), Sondre Veland (bateria e percussão), Eilif Gundersen (bukkehorn, lur, flauta, backing vocals), HC Dalgaard (bateria, percussão e backing vocals) e John Stenersen (moraharpa), é amplamente reconhecida por suas contribuições para a série “Vikings” e o videogame “Assassin’s Creed Valhalla”, consolidando-se como a guardiã das runas e da cultura nórdica ancestral.

Logo que os portões do Terra São Paulo se abriram, uma legião de fãs ansiosos ocupou cada centímetro da casa. Muitos usavam roupas inspiradas na cultura viking e maquiagem tribal, criando um clima de imersão que complementava a estética e a proposta sonora da banda. Dentre os presentes, dois rapazes se destacaram com uma simulação de pele de urso, sendo requisitados para fotos com outros fãs. A ambientação do palco, adornado com tecidos que simulavam uma caverna e imagens do corvo branco, símbolo de Wardruna, completava a experiência visual, preparando o público para a viagem ao passado.

O show começou pontualmente às 20h30 com Skugge e a faixa-título do álbum mais recente, Kvitravn (2021). O som estava baixo, gerando algumas reclamações e até alguns fãs mandando outros se calarem, tamanha a histeria inicial. Apesar disso, o som dos tambores combinado com o canto ancestral de Einar e os coros profundos de Lindy Fay Hella envolveu o público de imediato. As luzes dramáticas e os sons de pássaros evocaram o mundo natural e misterioso dos nórdicos, estabelecendo uma conexão quase espiritual. Durante as músicas, a resposta do público foi de reverência; muitos fechavam os olhos, absorvendo o som como uma experiência meditativa.

A atmosfera xamânica continuou com Solringen e Heimta Thurs, temas que trouxeram uma energia contagiante, enquanto os tambores ecoavam pelo espaço. Lindy-Fay Hella dançava de forma quase ritualística, como uma sacerdotisa guiando o público por uma jornada. O público reagia com fervor a cada batida e a cada acorde, até que o som dos PAs caiu durante essa última, causando um grande alvoroço. Com tudo restabelecido, o clima se intensificou com Hertan, que, com seus ritmos profundos e envolventes, ressoou profundamente nos presentes.

Um dos momentos mais emocionantes veio com Völuspá, interpretada por Einar ao som da kraviklyra, sozinho no palco. A canção, inspirada em uma das profecias mais conhecidas da mitologia nórdica, mergulhou o público numa espécie de transe, com cada nota carregando o peso da ancestralidade. Einar, com uma presença quase xamânica, capturou a atenção e parecia ter hipnotizado todos no recinto.

As trombetas evocaram o deus da guerra em Tyr, enquanto a sequência com Isa, Grá e Runaljod trouxe uma intensidade crescente, assim como em Rotlaust Tre Fell e Fehu, que extravasaram uma energia fantástica, com tambores que fizeram o chão do Terra São Paulo tremer. Depois de Fehu, Einar se dirigiu ao público com um breve discurso sobre a vida e a morte, introduzindo a faixa Helvegen. A canção, uma verdadeira ode aos que partiram, foi acompanhada por tochas acesas e uma iluminação que simulava fogo. O público, emocionado, cantava junto, criando um coro comovente que parecia alcançar os próprios deuses.

No bis, o Wardruna trouxe Raido e, para fechar com chave de ouro, Snake Pit Poetry em modo skáldico. Este momento trouxe à tona uma referência à série “Vikings”, enquanto Einar cantava sobre a trágica morte de Ragnar Lothbrok. Foi uma despedida comovente, e o público respondeu com muitos aplausos e gritos de “Wardruna!”, que ecoaram pelo local.

O Wardruna deixou uma marca profunda na cidade de São Paulo, uma conexão entre culturas que se entrelaçam e compartilham uma admiração pelas raízes ancestrais. Os pontos negativos ficaram por conta das três pilastras no meio da pista, que atrapalharam bastante a visão de qualquer ponto da casa, e do som extremamente baixo. Tirando isso, a apresentação dos noruegueses promoveu uma verdadeira imersão, uma viagem ao ancestral e, para a alegria dos fãs, antes de se despedir, Einar Selvik agradeceu o carinho e anunciou planos de retorno, deixando os fãs com o espírito aquecido por essa experiência inesquecível.

Setlist:

Kvitravn
Skugge
Solringen
Heimta Thurs
Hertan
Kvit Hjort
Lyfjaberg
Voluspá
Tyr
Isa
Grá
Runaljod
Rotlaust Tre Fell
Fehu
Helvegen
Raido
Snake Pit Poetry

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