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PAUL McCARTNEY – São Paulo/SP

15 e 16 de outubro de 2024 – Allianz Parque

1° NOITE – 15 de outubro

Por Antonio Carlos Monteiro

Fotos: Marcos Hermes

“Mas você vai ver de novo o mesmo show?”, pergunta o espírito de porco (sempre tem um, não é mesmo?) quando comento que iria assistir Paul McCartney mais uma vez. E isso leva à reflexão… Costumo dizer que há três vantagens em ser, digamos assim, entrado em anos (fora isso, é só ladeira abaixo, é bom que fique claro): você estaciona na porta do shopping, entra primeiro no avião e teve a rara oportunidade de vivenciar alguns dos maiores momentos da história do rock. No meu caso, entre esses grandes momentos que experimentei, está num lugar de honra ter conhecido os Beatles quando eles ainda estavam na ativa. Apesar de ser criança na época, tenho até hoje alguns discos deles comprados na época em que foram lançados – e que são verdadeiros tesouros na minha vasta coleção. Portanto, vi uma história maravilhosa sendo construída. Tanto que no Ranking Crew que tive a oportunidade de gravar sobre os Beatles com os grandes Sergio Martins e Vitão Bonesso (caso queira rever, é só clicar aqui) não foi difícil concluirmos que o Fab Four não foi apenas o grupo de música mais importante da história da música popular, mas também o mais influente.

Portanto, respondendo ao espírito de porco do início desta história, é claro que eu ia ver Paul McCartney mais uma vez. O show é o mesmo que ele apresentou aqui no Brasil no final do ano passado, já que faz parte da mesma tour, “Got Back”, mas é sempre uma experiência única ver e ouvir temas como A Hard Day’s Night, Get Back, Blackbird, Hey Jude e tantos outros interpretados por um dos caras que as escreveu e gravou. A voz de Paul não é mais a mesma? Ele está com 82 anos!!! E, diga-se, provavelmente por ter tido alguns dias de descanso (seu show anterior foi no Chile dia 11 de setembro, portanto, teve 4 dias de folga), sua voz se mostrou clara, afinadíssima e até certo ponto ousada – até uns drives ele arriscou em I’ve Got a Feeling.

Mesmo as frases que ele arriscou em português (lendo uma colinha colocada no chão) eram as mesmas. Mas é impossível não se divertir com Paul falando “o pai tá on”, chamado George de “parça” e John de “mano”.

Chegando ao show propriamente dito, o eterno beatle estava acompanhado pela sensacional banda que o acompanha há décadas: Rusty Anderson (guitarra), Paul Wickens (teclados, violão, gaita), Brian Ray (guitarra e baixo) e o espetacular Abe Laboriel Jr. (bateria e vocal), que além de ser um baterista de encher os olhos é um verdadeiro showman. Além deles, estava em cena o trio de metais Hot City Horns, com Mike Davis (trompete), Kenji Fenton (saxofone) e Paul Burton (trombone). Paul, que fica mais de duas horas e meia direto no palco e nem água bebe, responde por todos os vocais e alterna baixo, guitarra, violão, mandolim, ukulele e teclados.

O início com A Hard Day’s Night mostra, de cara, que um truque mostrado ano passado continua valendo: nas músicas mais exigentes em termos vocais, Abe canta junto com Paul, dando aquele “empurrão” sempre bem-vindo. Mas é bom que fique claro: não é um truque pra encobrir a voz de Macca, que continua em primeiríssimo plano.

Músicas da banda mais rockeira de Paul, o Wings, também estiveram no set, como as ótimas Junior’s Farm, Letting Go e Band on the Run, assim como temas de sua carreira solo, mas eram os Beatles que a galera queria ouvir. E ouviu! Drive My Car (como ele consegue cantar e tocar aquela linha de baixo ao mesmo tempo é algo que desafia a lógica), Got to Get You into My Life, Getting Better (nessa ele mostrou que é humano e errou o início) e Love Me Do vieram em seguida e essa última nos leva a refletir. Trata-se do primeiro single lançado pelos Beatles, lançado nos idos 1962. Ou seja, a imensa maioria do público, na faixa dos 40 anos, não era nem um brilho diferente nos olhos de papai e mamãe quando a música saiu. Pois foi difícil ouvir Paul, já que um coro de milhares de vozes entoou a música junto com ele do início ao fim a plenos pulmões. Lembra que falamos da importância dos Beatles para a história de música logo no começo desta história? Então…

Novidade mesmo só a inclusão no repertório de Now and Then, música que John gravou no final dos anos 70 e cuja fita Yoko Ono entregou a Paul, George e Ringo apenas nos anos 90. Para situar: na mesma fita estavam Free as a Bird e Real Love, que fizeram parte do projeto Anthology (1995). Só que a qualidade de Now and Then estava sofrível e só pôde ser restaurada mais recentemente, graças à Inteligência Artificial (pra algo de bom isso tem que servir, não é mesmo?). Não é uma canção tão marcante quanto as outras duas, mas é absurdamente melhor do que 99% do que sai nos dias de hoje.

Outros momentos marcantes se repetiram neste show: a dancinha divertida de Laboriel durante Dance Tonight, Paul no alto de uma plataforma acompanhado apenas por seu violão entoando a obra de arte que convencionamos chamar de Blackbird, a linda homenagem a George (o parça…) em Something e, auge cênico, as explosões, os fogos de artifício, os lança-chamas e o show de luzes durante a espetacular Live and Let Die (e olha que essa nem dos Beatles é!).

Rolou aquela saidinha de palco fraudulenta que não engana mais ninguém e na volta a banda entra em cena portando bandeiras do Brasil, da Grã-Bretanha e do movimento LGBTQIA+, para tristeza dos preconceituosos. E aí, meu amigo, é hora de se segurar porque o bicho pega. A sequência é avassaladora: I’ve Got a Feeling traz a participação de Lennon através de som e imagem tirados do famoso “Rooftop Concert”. Nessa hora  até o mais forte sucumbe de emoção…  E chega o momento em que o rock impera: vêm em seguida Birthday, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise) e aquele que para muitos é o primeiro heavy metal da história, Helter Skelter, numa versão especialmente furiosa. Mais uma bela sequência pra fechar: Golden Slumbers, Carry that Way (com Paul, Rusty e Brian se revezando nos solo de guitarra) e a linda e meteórica The End. Antes de deixar o palco, Paul deixou aquela esperança no ar: “Até a próxima!”, mandou em português.

Pois pode vir, Paul. Venha mais 10 vezes com o mesmíssimo show que eu e mais umas 50 mil pessoas vamos estar lá pra ver – e nos emocionar.

2° NOITE – 16 de outubro

Por Marcelo Gomes

Fotos: Marcos Hermes

Paul McCartney voltou a São Paulo com a Got Back Tour, e o show foi uma celebração épica da história do rock. Foram duas apresentações no Allianz Parque, sendo que a segunda noite contou com algumas surpresas no setlist que diferenciaram esta apresentação da primeira noite. Desta vez, o ex-Beatle incluiu três faixas que não foram tocadas anteriormente: Can’t Buy Me Love, All My Loving e Day Tripper, criando uma experiência única para os fãs.

O público foi um espetáculo à parte, abrangendo todas as idades, desde jovens admiradores até pessoas que viveram os anos dourados dos Beatles. O que chamou atenção logo de início foram vários casais mais velhos na pista que arriscaram alguns passos durante a apresentação. Esse tipo de cena ilustra bem como a música de McCartney transcende gerações e continua a inspirar, movendo corações de fãs de todas as idades.

A energia do público estava incrível desde o início, parecendo esperar por uma divindade. Quando McCartney começou com Can’t Buy Me Love, uma onda de nostalgia percorreu o estádio, com o público cantando junto e mostrando o impacto duradouro dessa canção de 1964. A plateia conectou-se com a música, mostrando que um clássico não tem prazo de validade.

O setlist foi uma aula de rock, com faixas icônicas do Wings como Junior’s Farm, Letting Go e de sua fase solo como Come on to Me. A surpresa veio com All My Loving, que, com seu ritmo dançante e melodia contagiante, colocou muitos para dançar onde havia espaço. A reação da multidão foi visivelmente calorosa, afinal era a trilha sonora de suas vidas. Paul não deixou de homenagear seus antigos companheiros de banda. Em Let Me Roll It, uma homenagem a Jimi Hendrix com Foxy Lady marcou o momento, enquanto Something, dedicada a George Harrison, emocionou o público. McCartney tocou a música no ukulele, um dos instrumentos favoritos de Harrison, em um arranjo delicado que trouxe lágrimas aos olhos dos presentes.

A atmosfera romântica do show ganhou ainda mais força com My Valentine, uma canção dedicada à sua esposa, Nancy Shevell. A balada, tocada com sensibilidade, foi um dos pontos altos da apresentação, demonstrando o lado mais terno e pessoal do ex-Beatle. A partir desse momento, o show foi um misto de emoção, nostalgia e alegria contagiante.

A execução de In Spite of All the Danger, anunciada em português como a primeira gravação dos Beatles, e Love Me Do, a primeira composição da banda, emocionaram os fãs mais assíduos. O clima mudou em Dance Tonight, trazendo leveza e diversão, com o baterista Abe Laboriel roubando a cena ao realizar dancinhas hilárias. Em seguida, o clássico Blackbird foi tocado de uma plataforma elevada, transformando o Allianz Parque em um ambiente intimista, iluminado por um mar de celulares, quase como se todos estivessem na sala de estar de McCartney.

Outro ponto emocionante veio com Here Today, dedicada ao seu antigo parceiro de banda, John Lennon. A canção, que é uma carta de despedida a Lennon, foi acompanhada por milhares de vozes no estádio, em uma espécie de homenagem coletiva. A nostalgia continuou quando imagens dos Beatles foram projetadas durante Now and Then, que foi muito celebrada naquela noite.

O bloco final foi uma verdadeira viagem pela história do rock. Desde Something, passando por Ob-La-Di, Ob-La-Da, que colocou o público para dançar, até Band on the Run, Get Back e Let it Be, que deixou o estádio inteiro aos seus pés. O ápice do show ficou para os momentos mais explosivos. Em Live and Let Die o palco foi invadido por pirotecnia e fogos de artifício, mas o ponto culminante foi Hey Jude, que uniu todos em um coro inesquecível, transformando o estádio em um mar de vozes e emoção, enquanto levantavam suas plaquinhas de “na na” para coroar esse momento épico. A despedida foi emocionante, e a expectativa para o bis estava enorme.

McCartney não deixou a desejar e incluiu um tocante dueto virtual com John Lennon em I’ve Got a Feeling. Arrancou lágrimas e, em seguida, surpreendeu com Day Tripper, com seu riff icônico de guitarra, que levantou até a última fileira da arquibancada. Sua banda foi impecável, e o público respondeu calorosamente a essa faixa, uma das favoritas dos fãs que evocam o lado mais experimental dos Beatles. Além dessas, apresentou clássicos como Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band (Reprise), Helter Skelter e as emocionantes Golden Slumbers, Carry that Weight e The End. Foi uma despedida épica de uma noite que ficará marcada na memória de todos os presentes.

Com mais de 30 músicas no repertório e 2h30 de show, Paul McCartney reafirmou seu status não apenas como lenda viva da música, mas como uma divindade que mereceu ser louvada por mais de 40 mil devotos. Aos 82 anos, o distinto Sir ainda comanda o palco com energia e paixão, esbanjando simpatia com os fãs. Suas canções provaram ser atemporais e continuam atraindo fãs de diversas gerações. A apresentação no Allianz Parque foi mais do que um show; foi uma celebração de um legado que emociona e continuará a inspirar fãs ao redor do mundo.

Setlist 15 de outubro:
A Hard Day’s Night
Junior’s Farm
Letting Go
Drive My Car
Got to Get You into My Live
Come on to Me
Let me Roll It
Getting Better
Let ‘Em In
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty Five
Maybe I’m Amazed
I’ve Just Seen a Face
In Spite of All the Danger
Love Me Do
Dance Tonight
Blackbird
Here Today
Now and Then
New
Lady Madonna
Jet
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Something
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Band on The Run
Get Back
Let it Be
Live and Let Die
Hey Jude

Bis:
I’ve Got a Feeling
Birthday
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)
Helter Skelter
Golden Slumbers
Carry that Weight
The End

Setlist 16 de outubro:
Can’t Buy Me Love
Junior’s Farm
Letting Go
All My Loving
Got to Get You into My Life
Come on to Me
Let Me Roll It
Getting Better
Let ‘Em In
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty Five
Maybe I’m Amazed
I’ve Just Seen a Face
In Spite of All the Danger
Love Me Do
Dance Tonight
Blackbird
Here Today
Now and Then
New
Lady Madonna
Jet
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Something
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Band on the Run
Get Back
Let it Be
Live and Let Die
Hey Jude

Bis:
I’ve Got a Feeling
Day Tripper
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)
Helter Skelter
Golden Slumbers
Carry that Weight
The End

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