A legitimidade de bandas de metal é um assunto recorrente no gênero. Há um constante conflito geracional sobre o que constitui uma representação genuína do estilo. Na visão do frontman do Sodom, artistas modernos não se enquadram.
Em entrevista a Jorge Botas (via Ultimate Guitar), Tom Angelripper explorou o passado da banda alemã de thrash metal e abordou o legado de seus contemporâneos. Durante a conversa, o músico contou de um encontro com um jovem fã.
Ele falou:
“Sempre tento achar tempo de conversar com fãs. E tinha um garoto com uns 13 ou 14 anos, colete cheio de patches — Sodom, Venom, Hellhammer, Tank, tudo isso.”
Ao ser questionado por que nenhuma banda mais nova, o menino respondeu que não tem interesse em estilos recentes, como metalcore ou “outros estilos que surgem todo mês”. Queria apenas saber de música dos anos 80.
Diante disso, o artista refletiu:
“Achei isso muito interessante. Pessoas percebem que bandas de heavy metal verdadeiras vêm dos anos 80. E essas bandas, especialmente aquelas ainda ativas e na estrada, impressionam as pessoas.”
Angelripper confessou que até tentou se manter antenado às tendências mais recentes do gênero, mas se sentiu alienado pelo som. O baixista e vocalista sequer sabia dizer se era metal ou pop.
“Há tantas bandas saindo todo mês. Não sei o que é. É metal? Ou é música pop? Está ficando cada vez mais confuso. Não ouço bandas novas. Está saindo do controle. Não tenho tempo para ouvir todas as músicas, nem dinheiro para comprar todo esse material.”
O legado do Sodom
Quando surgiu, o Sodom causou conflito de gerações dentro do gênero. Isso porque os alemães tocavam de maneira mais extrema, responsável eventualmente por influenciar o desenvolvimento do black e death metal.
Em uma época na qual artistas de heavy metal procuravam sucesso mainstream, a sonoridade de nomes como o Sodom trazia uma abordagem diferente. E o sucesso de grupos mais extremos desde então apenas provou a viabilidade do estilo.
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