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CHARLIE BENANTE diz que Spotify é o túmulo da música e LARS ULRICH acertou no caso Napster

A disseminação da internet ao redor do planeta mudou fundamentalmente a maneira como as pessoas escutam música. Seja a época anterior de compartilhamento de arquivos ou a era atual do streaming, alguns artistas não gostam dessa nova realidade. Charlie Benante se inclui entre os insatisfeitos.

Em entrevista ao The Irish Times (via Blabbermouth), o baterista do Anthrax e Pantera examinou as mudanças na indústria musical. O músico se mostrou muito pessimista com relação à situação atual.

Ele disse:

“Não existe uma indústria musical. Isso que mudou. Não existe mais nada. Existem pessoas escutando música, mas não estão escutando música como costumavam. Vivemos em tempos diferentes.”

Segundo Benante, tal colapso da indústria musical se deve em grande parte à complacência coletiva. Pessoas viram comodidade e não questionaram o impacto maior.

“Deixaram acontecer. Não havia proteção nem nada. Subconscientemente essa pode ser a razão pela qual não fazemos álbuns mais a cada três anos ou coisa assim. Porque não queremos dar de graça.”

Quanto ao comentário sobre não querer oferecer sua música de graça, Benante expandiu seu argumento. Para o baterista, até mesmo serviços de streaming pagos são formas de roubar artistas.

“Eu levo música super a sério e o que faço e componho é bem pessoal, e para alguém pegar sem retorno algum é errado. Tipo, eu pago US$ 12,99 por mês pra Amazon e posso entrar no site para pegar o que quiser. É basicamente roubo. É roubar artistas.”

Foto: Roberto Sant’Anna / Roadie Crew

Charlie Benante sequer assina Spotify

O Spotify, maior plataforma de streaming do Ocidente, não ficou a salvo da fúria do músico. Pelo contrário. Charlie Benante direcionou as palavras mais duras ao serviço.

“Eu não assino Spotify. Acho que é pra onde a música vai para morrer. Nós temos o catálogo lá porque precisamos jogar a p*rra do jogo, mas estou cansado de jogar esse jogo.”

Defesa a Lars Ulrich

Entretanto, talvez o comentário mais curioso da entrevista foi a defesa das ações do Metallica em 2000. A banda processou o Napster por pirataria, num caso que viu 300 mil usuários banidos da plataforma e gerou muita publicidade negativa pro grupo. Benante declarou:

“Eles tinham toda a razão. Você vê para onde foi. Todas aquelas pessoas que falaram: ‘F*da-se o Metallica. Eles são babacas ricos’. Eles estavam protegendo sua arte, sua propriedade intelectual para que um idiota não viesse do nada e roubasse sua arte. Eles fazem dinheiro enquanto você faz a arte e ganha nada por isso.”

Apesar da insatisfação do baterista, nem todos seus companheiros de Anthrax parecem concordar com sua opinião. Em 2018, Scott Ian afirmou que era cético quanto ao Spotify no começo, mas disse que o serviço acabou funcionando muito bem para o grupo.

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