O ex-guitarrista do Megadeth, Marty Friedman, contou novamente que questões financeiras foram determinantes para recusar uma reunião da formação clássica do álbum Rust In Peace, proposta há quase uma década.
O convite surgiu após a saída de Chris Broderick e Shawn Drover em 2014. Marty se encontrou com Dave Mustaine e o então baixista David Ellefson durante a feira NAMM de 2015, na Califórnia, para discutir a possibilidade de reunir-se à banda, que incluiria também o saudoso baterista Nick Menza.
Em sua autobiografia, Dreaming Japanese, lançada em 3 de dezembro, Friedman detalhou a oferta inicial de retorno feita pelo então empresário do Megadeth, Ron Lafitte. “Nem de longe estava à altura do esperado. Era um valor próximo ao meu salário inicial no Megadeth, em 1990. Se soubesse que seria algo tão baixo, nem teria ido ao encontro em Anaheim.”
Apesar disso, Marty considerou a ideia devido ao potencial impacto de uma turnê com o Iron Maiden, mas destacou que sua contraproposta, ainda abaixo do que recebia no Japão, foi rejeitada. “Estava disposto a aceitar o prejuízo inicial, mas o que eles chamaram de uma demanda financeira exagerada era, na verdade, o mínimo que eu poderia aceitar.”
Friedman enfatizou estar satisfeito com sua carreira no Japão, onde, segundo ele, fazia “dinheiro de verdade” sem os dramas associados ao Megadeth. “Eu estava no Japão há mais de dez anos cultivando uma carreira com recompensas sólidas. Eu estava ganhando dinheiro não apenas para mim, mas também para minha gerência e equipe. Meu manager está comigo há quinze anos”. Marty falou de seus sentimentos com a proposta ofertada: “Quando superei a raiva inicial, fiquei confuso e triste.”
Sobre o controle de Dave Mustaine no Megadeth, Marty comentou: “Se fosse mais uma situação de banda e menos um projeto solo de Mustaine, talvez eu considerasse por menos. Mas, no final do dia, o Megadeth é muito Mustaine porque foi assim que ele o projetou. Eu não senti esse tipo de camaradagem, o diamante de quatro homens, The Beatles, KISS, Metallica… Eu senti que iria lá, faria uma turnê e seria o grande sucesso de Mustaine. Se eu vou fazer isso, certamente não vou perder dinheiro para tal; Eu estava indo muito bem sozinho no Japão.”
A versão de Dave Mustaine
Por sua vez, Mustaine afirmou à Loudwire que as exigências de Friedman eram inviáveis. “Marty tem uma carreira de muito sucesso no Japão, onde ganha muito dinheiro. E esta é a parte em que eu achei um pouco estranho, onde ele disse que tem que pagar toda a sua equipe enquanto ele está fora, em vez de apenas a si mesmo. Porque eu pensei que vamos pagar o que você está fazendo, então isso é trocar de cavalo no meio do rio – não é grande coisa, a menos que você caia. E então, quando descobrimos que ele queria vender seu merchandising, isso, aquilo, isso, aquilo, aquilo, então ele queria essa quantia louca de dinheiro e queria voar de primeira classe para todos os lugares. Eu disse à nossa gerência: ‘Não posso lidar com isso”.
A reunião não se concretizou, mas as reflexões de Friedman e Mustaine evidenciam as dificuldades em equilibrar interesses artísticos, financeiros e de liderança em uma banda icônica como o Megadeth.
- Clique aqui para receber notícias da ROADIE CREW no WhatsApp.