MIKE PORTNOY admite ter magoado companheiros do DREAM THEATER ao deixar a banda

Em entrevista recente ao programa “Q” da rádio canadense CBC Radio One, o baterista Mike Portnoy falou abertamente sobre sua saída do Dream Theater em 2010, reconhecendo que sua decisão deixou marcas profundas em seus colegas de banda.

Ao comentar o que o motivou a sair do grupo após 25 anos, Portnoy revelou o esgotamento causado pela rotina intensa da banda: “Quando saí do Dream Theater em 2010, foi porque eu estava esgotado da rotina escrever-gravar-turnê, escrever-gravar-turnê… Isso durou 25 anos para mim. E eu, sendo o controlador que era, supervisionava tudo, não só a música e a produção, mas também merchandising, fã-clubes, repertório. Era algo que tomava tudo, e eu estava exausto”.

A ironia, segundo ele, é que o “descanso” virou uma avalanche de novos projetos: “Fui embora para tirar uma pausa e acabei formando tipo 87 bandas”, brincou. Nos anos seguintes, ele gravou mais de 50 álbuns com diferentes músicos e estilos. “Eu precisava abrir minhas asas musicais nesses anos afastado”, explicou, mencionando projetos com nomes como Steve Morse, Billy Sheehan, Richie Kotzen, Tony McAlpine, entre outros.

Mas o ponto central da entrevista foi o impacto emocional da saída. Portnoy admitiu: “Eu sei que os magoei quando saí, e sempre me senti muito mal por isso. Tomei uma decisão que foi essencialmente muito egoísta. Tínhamos acabado de tocar no Madison Square Garden com o Iron Maiden e, um mês depois, eu deixei a banda”. Ele completou: “Eu precisava me coçar, senão me arrependeria. Gosto daquela expressão: ‘é melhor se arrepender de algo que você fez do que de algo que não fez’. E era isso que eu sentia”.

O retorno ao Dream Theater exigiu reconstruir laços pessoais, começando por reencontros informais com John Petrucci, depois com Jordan Rudess e John Myung. Mas o desafio maior foi reconectar-se com o vocalista James LaBrie: “Eu não falava com o James há mais de uma década. Ele guardava mágoas. Tentei me reconciliar várias vezes, mas ele não estava pronto. Até que, no final de 2022, fui ver o Dream Theater em Nova York e o encontrei pessoalmente. Em um minuto tudo derreteu. Foi abraço, beijo, ‘te amo, sinto sua falta’. Toda aquela besteira foi embora”.

Mesmo depois da reconciliação, o baterista não tinha certeza sobre voltar: “Se alguém me perguntasse: ‘Você acha que vai voltar ao Dream Theater?’, eu diria: ‘Não apostaria nisso’. Mas as coisas começaram a acontecer musicalmente. Toquei no álbum solo do John Petrucci, fizemos mais um disco do Liquid Tension Experiment…”. O reencontro musical e pessoal se fortaleceu com o tempo. “Estamos todos com quase 60 anos. Pensamos no que aconteceu com o Rush e o Neil Peart. Quem sabe quanto tempo temos?”, refletiu.

“Sempre temi que fôssemos como Roger Waters e o Pink Floyd, ou Peter Gabriel e o Genesis — que nunca se reuniram. Mas felizmente, aqui estamos”, finalizou.

O novo álbum do Dream Theater, Parasomnia, lançado em 7 de fevereiro de 2025, é o primeiro com Mike Portnoy desde Black Clouds & Silver Linings, de 2009. A banda iniciou a turnê norte-americana “An Evening With Dream Theater” no mesmo dia do lançamento, encerrando o ciclo no dia 22 de março em Nova York.

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Foto: Roberto Sant’Anna (Roadie Crew)
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