IHSAHN (EMPEROR) critica era do streaming: “Relação com a música perdeu valor”

Em entrevista ao jornalista Jorge Botas, do programa português Metal Global, o vocalista e guitarrista da banda Emperor, Ihsahn (nome real: Vegard Sverre Tveitan), compartilhou reflexões sobre como o streaming transformou a maneira como ouvimos música e o impacto disso nas bandas mais jovens.

Para ele, o cenário atual dificulta a construção de vínculos duradouros entre público e artistas. “Estes dias, infelizmente, sinto que isso tudo perdeu valor, porque há muitas pessoas que não têm uma relação com os artistas; elas têm uma relação com playlists, seja lá o que for. É apenas o que está em alta no momento.”

Ihsahn vê a situação com certo pesar, embora reconheça os benefícios do acesso digital: “Adoro ter acesso a toda a música digitalmente — posso encontrar coisas que não tenho mais em formato físico e descobrir músicas novas que talvez nunca teria ouvido.” No entanto, ele lamenta a saturação das plataformas como Spotify e Apple Music, que dificultam a ascensão de novos talentos. “É muito lamentável porque, claro, ainda se faz música incrível, mas a maior parte provavelmente nunca será ouvida ou alcançará quem poderia gostar.”

Relembrando sua própria juventude, ele aponta como o acesso limitado no passado contribuía para uma conexão mais profunda com os álbuns: “Quando você era criança e economizava para comprar aquele disco de vinil… Você não tinha acesso a tudo, então era uma prioridade. Você desenvolvia uma relação com os artistas.”

O músico também destacou a perda de mistério na era das redes sociais: “Você tinha o Kiss e o Alice Cooper, e era mítico… Hoje em dia, sabemos o que os artistas comeram antes do show. Isso tira um pouco do mistério.” Para ele, bandas como Ghost, Slipknot e Sleep Token ainda conseguem preservar certa teatralidade, graças ao uso de máscaras e conceitos visuais fortes. “As pessoas querem esse senso de teatro e empolgação. Elas não querem ver apenas o artista comum — querem ver o ‘Metal God’ no palco.”

Apesar de tudo, Ihsahn adota uma postura realista: “Tivemos esse período incrível em que nos conectamos aos discos. Agora, voltamos a um momento em que a experiência ao vivo é o que há de mais exclusivo. E espero que demore até que a I.A. tome conta disso também.” [risos]

O último álbum de Ihsahn, autointitulado, saiu em fevereiro de 2024 pela Candlelight. O disco contou com participações de Tobias Ørnes Andersen e Tobias Solbakk na bateria e percussão, além do filho do músico, Angell Solberg Tveitan, em percussões adicionais. Os violinos ficaram a cargo de Chris Baum. A arte do álbum foi criada por Ritxi Ostariz, com fotos promocionais de Andy Ford.

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