Por Nelson De Souza Lima
E o furacão Tarja Turunen devastou de novo a terra brasilis. Foram seis shows, entre o final de agosto e o começo de setembro, nos quais a finlandesa divulgou o novo álbum, “Act II”, registro ao vivo da turnê The Shadow Show. O set list contou majoritariamente com canções do mais recente disco de estúdio da cantora, “The Shadow Self”, lançado em 2016. Tarja já deixou claro que existe vida após o Nightwish, banda que empunhou o mic de 1996 a 2005. Em consolidada carreira solo, tem lançado bons trabalhos, mostrando os dotes de cantora lírica, equilibrando o lado sinfônico com sua cara metade heavy metal.
Antes de falar de Tarja no palco, pudemos conferir o quanto seus fãs são de várias vertentes, se assim podemos dizer. Tem bangers cabeludos, pessoal mais maduro, galera jovem e camisetas pretas aos montes. Todos ali para conferir o vozeirão da musa. O público foi aumentando gradativamente e, no fim das, contas foi razoável – não lotou, nem decepcionou.
A abertura ficou por conta da Rec/all, formada por uma galera de peso do metal brasuca: Rod Rossi (vocal), Felipe Andreoli (baixo), Marcelo Barbosa (guitarra) e Pedro Tinello (bateria). Os caras têm bagagem e estão sempre envolvidos em outros grupos/projetos. Basta dizer que Andreoli e Barbosa integram atualmente o Angra. Rod Rossi também é vocalista do Saint Seiya e Tinello já empunhou as baquetas do Almah. No bom estilo tudo junto e misturado o quarteto mandou legal.
Trupe pesada, concisa, riffs impecáveis, baixo e bateria matadores. Tudo isso servindo de base para o grande vocal de Rossi. Durante 45 minutos só tocaram pedradas sonoras. Me chamou atenção o ótimo solo de Barbosa em “Indestructible”. Além disso, mandaram também “Angels & Demons”, do Angra, e “Beyond Tomorrow”, do Almah. Cumpriram o papel de aquecer o público. Rossi é um bom frontman, com trejeitos de Bruce Dickinson. O que não é nenhum demérito.
Terminada a apresentação da Rec/all hora de tomar uma água e esperar por Tarja Turunen. Até que não demorou. Com apenas cinco minutos de atraso as luzes apagam, o clima aumenta, celulares a postos e entra a banda. A musa foi recebida aos berros e, de cara, mandou “The Bitter End”, de “The Shadow Self”, que foi a base do show. Foram oito, para ser exato. Entre elas, “Eagle Eye”, “Diva”, “Calling from the wild” e “Supremacy”, cover do Muse.
Porém, para delírio dos fãs, músicas de outros discos também foram apresentadas. De “What Lies Beneath” (2010), mandaram “Little Lies” e de “Colours in The Dark”, detonaram “500 Letters”. E não dá para deixar de falar da banda de apoio, que é muito competente. Alex Scholpp (guitarra), Kevin Chown (baixo), Timm Schreiner (bateria), Christian Kretschmar (teclados) e Max Lilja (Celo) não deixam a bola baixar e mantém a galera ligadaça. Na ‘sessão remember’, tocando algumas do Nightwish, mandaram bem tocando na sequência “Tutankhamen”, “Ever Dream”, “The Riddler” e “Slaying the Dreamer”.
Após a turbulência elétrica veio o set acústico no qual, sentados e devidamente munidos de violões, emendaram, entre outras, “Until Silence” e a surpresa que já não era tão surpresa: “Lanterna dos Afogados”, dos Paralamas do Sucesso. A resposta do público foi positiva. Terminada a sessão um banquinho, um violão, volta a porradaria com a já obrigatória “The Phantom of the Opera” um dueto bacana de Tarja com o baixista Kevin. Na sequência detonaram “Love to Hate”, que a vocalista revelou recentemente na seção Profile, da ROADIE CREW, ser sua música favorita para cantar.
No encore aquela que a musa diz ser a música que melhor define sua carreira, “I Walk Alone”, seguida de “Innocense” e “Die Alive”. Para encerrar veio a emblemática “Until my Last Breath” – me perdoe o trocadilho, mas foi o último respiro… E já deixando saudades após uma apresentação pra cima. Tarja mandou coraçõezinhos, cantou enrolada na bandeira do Brasil, fez a mão chifrada do metal. Enfim, todos os clichês que um bom show de rock pede.
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