Pacatuba (CE) foi palco do calendário de eventos da música pesada no último dia 16 de março. Um público numeroso lotou o “Waldo War Fest” (festival de inauguração da Waldo War Produções). Logo na entrada, movimentação constante, todos ansiosos a conferir as cinco atrações.
Às 16h, o Fireline sobe mostrando fibra, o seu ‘set’ soma técnica e postura dos músicos a começar pelos riffs e solos de André Rodger. Wilenaina Barros, então, carrega consigo não apenas a beleza estética, mas outra qualidade: o carisma. Perfeita é a sua locomoção e vocais extraídos da alma. Hard Rock com gosto apimentado e que ao vivo se torna mais ardente formam músicas como, Crossing Lines e The Final Storm (temas do trabalho atual).
Ainda à tarde, o Fist Banger seguiu às festividades tocando músicas de sua demo e várias canções que formarão o ‘debut’. A banda que tem pouco tempo já conseguiu nesse curto período erguer uma pequena legião de fãs. Com o seu Speed/Thrash Metal o grupo coloca na pista a galera da fase oitentista e a turma juvenil desse ‘revival’. Muitas comparações eram feitas ao ‘frontman’, Vinny Fist, uns associando a sua voz com a de Rob Halford (Judas Priest) e postura à la Bobby Blitz (Overkill), outros comentando sobre uma grata influência de Nuclear Assault, enfim, o que o grupo faz consegue agradar a “gregos e troianos” ainda mais com ‘covers’ demolidores: Deathrider (Anthrax), Shadows Of The Down (Living Death) e Violence & Force (Exciter). Em certo momento Vinny chama Tales Groo (Darkside) e Sula Batera (Betrayal, Criokar) para acompanhar na instigante Invaders Of The Thrash. Um belo encontro de gerações também no palco.
A noite foi surgindo com a primeira amostra ao vivo da nova formação de Darkside. Marcelo Falcão (vocal) e Tales Groo (guitarra) agora trabalham com Ânderson Meneses (guitarra), Kaio Castelo (baixo), e Acácio Vidal (bateria, Gstruds). O quinteto foi bem recebido e fez um ótimo número com Marcelo expondo a sua agressividade ao público reafirmando o poder da banda, já Tales, menos movimentado (uma atitude atípica), parecia concentrado na desenvoltura de seus novos colegas, o que certamente encheu de orgulho o velho batalhador. A abertura com Apocalypse Bell II / Legacy Of Shadows, tema do próximo álbum, levanta a reação do público, assim como as já carimbadas, Sacrificed Parasites, Born For War e Crossfire. O ‘set list’ foi o menor do evento, mas diante do pouco tempo de entrosamento, o dever de casa foi feito com classe. Durante a apresentação, uma surpresa: Dust Devil, executada pela primeira vez. O show foi encerrado com Bubonic seguida de um ‘stage diving’ de Tales.
O momento brutal ficou a cargo de outra banda respeitada no cenário nacional, Encéfalo. O repertório focado nas composições do futuro álbum, Die To Kill, trouxe uma banda fincada em seus trilhos. Nada menos que sete canções novas fizeram balançar a estrutura do ambiente, entre elas, Age Of Darkness, Assassin e Night Of The Dead com riffs bem trabalhados, solos nervosos e vocais grotescos. Brevemente elas causarão o mesmo efeito de All The Hate In My Soul, Reactions e Slave Of Pain, que ajudaram a conquistar o Brasil.