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GRETA VAN FLEET – 8 de abril de 2019, São Paulo/SP

Sim, estamos diante de um fenômeno. Seja para bem, seja para o mal. Afinal, qual banda que se tornou conhecida há míseros dois anos, tem apenas dois EPs e um álbum completo no currículo e mesmo assim consegue dividir o mundo em dois, os que a amam e os que a odeiam? Enfim, o grande pecado do vocalista Josh Kiszka parece ser mesmo ter um timbre muito semelhante ao de Robert Plant – e isso, associado ao som setentista produzido pelo quarteto, lhe rendeu a pecha de “cópia de Led Zeppelin” da qual parece que não vai ser muito fácil se livrar. Porém, a pequena multidão que lotou a casa Áudio em São Paulo na noite de 8 de abril fazia parte do outro time. E o que esse público proporcionou provavelmente vai demorar para sair da memória de Josh, Jake Kiska (guitarra), Sam Kiszka (baixo) e Danny Wagner (bateria).

Com a casa lotada a despeito de se tratar de uma segunda-feira chuvosa, a abertura com o Far from Alaska foi uma aposta arriscada. Afinal, o som inclassificável do quarteto potiguar não guarda muitas semelhanças com o Greta van Fleet, mas a qualidade do som da carismática Emmily Barreto (vocal), de Rafael Brasil (guitarra), de Lauro Kirsch (bateria) e da talentosa Cris Botarelli (vocal, baixo, sintetizador e lap steel) conquistou a galera, que se divertiu a valer.

Missão cumprida, seguiram-se uma rápida troca de palco e uma demorada (demoradíssima!) entrada em cena da atração principal. Quase uma hora e nada… Geral já ensaiava uma vaia quando o Greta van Fleet surgiu no palco. Josh de cara distribuiu algumas flores para a plateia e foi inevitável imaginar que algum mal-humorado de plantão passasse a chamá-lo de “imitador de Roberto Carlos”… Só que a turma que lá estava, como já dito no início, fazia parte da turma que adora o Greta. E a partir daí viu-se uma interação banda x plateia que raramente temos oportunidade de presenciar. Os caras que no começo da década ainda ensaiavam na garagem se surpreenderam de verdade ao ouvir a turma bradar o velho grito de guerra “olê, olê, olé, olá, Greta, Greta!!” e, mais que isso, ao perceber que a turma cantava junto as letras – vejam, eu disse as letras, não apenas os refrãos. Em When the Curtain Falls, apresentada logo no início do show, o alarido da multidão era tão alto que às vezes chegava a encobrir a banda – e olha que os caras não tocam em volume exatamente baixo…

Logo na segunda música já rola um solo de bateria e não demora para Sam deixar o baixo de lado e se sentar diante do Hammond (considero totalmente dispensáveis comentários sobre o fato de John Paul Jones fazer o mesmo no Led, combinado?). E em You’re the One Jake troca a guitarra por um violão e assim vamos, com bateria, vocal, violão e teclado, formação totalmente improvável mas que funciona perfeitamente nas mãos do quarteto.

Observando com atenção, acaba ficando claro o que faz do Greta van Fleet um grupo diferenciado. É óbvio (e muito bom, claro!) que o rock tenha se profissionalizado. Isso faz com que tenhamos shows melhores e mais organizados. Mas em alguns casos isso gera apresentações mecânicas, apenas profissionais e sem tesão. No Greta van Fleet isso não acontece. Os caras são profissas, claro, mas ao mesmo tempo conseguem se divertir. As músicas recebem versões vitaminadas, muito maiores, com direito até a alguns improvisos – algo quase impossível de se ver hoje em dia. Isso acaba tornando o show muito mais orgânico e o público, talvez até inconscientemente, percebe isso e entra na onda.

E nesses improvisos houve muito espaço para Jake (para quem não sabe, irmão gêmeo de Josh) mostrar que é um guitarrista excepcional. Dois longos solos geraram verdadeiro frisson na galera, que chegou a aplaudir durante a execução. E pra encerrar foi a fez de Highway Tune, faixa de abertura do primeiro EP da banda e que foi cantada pela plateia do início ao fim.

A sensação após acompanhar o Greta Van Fleet durante uma hora e meia (sim, show curto) é que estamos diante de uma banda de grande futuro. Sabendo administrar bem sua carreira, amadurecendo naturalmente e preservando o feeling que mostram em cena, Josh, Jake, Sam e Danny vão continuar dividindo o mundo em dois por muito tempo – e talvez até aumentando a fatia dos que admiram o Greta Van Fleet…

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