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BARONESS – 23 de junho de 2019, São Paulo/SP

Convenhamos, quem de nós não esperava que a estreia do Baroness em solo paulistano fosse um sucesso? Donos de uma sonoridade única e extremamente criativa, com quase duas décadas de história musical, e alguns discos que já figuram entre os clássicos de sua geração, era quase incompreensível o fato de eles nunca terem passado por aqui antes, e essa era a dúvida que motivava parte do sentimento de triunfo dos muitos fãs que lotaram o Fabrique em um domingo que, descontada essa apresentação, parecia moroso e sem graça em São Paulo.

Ao chegar ao Fabrique, o clima da apresentação já estava anunciado: uma enorme fila estava formada diante da casa de shows, e ninguém parecia incomodado em esperar. Afinal, o que seriam alguns minutos na fila depois de tantos anos esperando por aquele momento? Já diante do palco, os muitos presentes tiveram contato com a primeira banda da noite, o Carahter. Confesso que não conhecia a banda, e pouco aproveitei de seu show, já que apenas pude conferir os dez minutos finais. Mas, o que vi foi uma banda segura, e muito bem recebida pela plateia, que arrancou aplausos e que certamente angariou seguidores nesta apresentação.

Dito isto, era hora da atração principal da noite tomar seu posto. Assim, o líder John Baizley (vocal e guitarra), Sebastian Thomson (bateria), Nick Jost (baixo) e a guitarrista Gina Gleason começaram a apresentação com a emblemática A Horse Called Golgotha, uma música que se tornou parte importante da história do sludge desde o seu lançamento dez anos atrás, no hoje clássico segundo álbum completo do BARONESS, Blue Record (2009). Agora, faça a junção dos elementos: banda estreante em solo nacional, considerada uma das líderes do seu segmento, com casa lotada e iniciando a apresentação de forma explosiva, com uma das mais fortes canções de seu repertório. Juntando esses ingredientes, o que poderíamos ver senão uma completa entrega de fãs e banda, uma sinergia como poucas vezes vista, mesmo em uma cidade tão acostumada a receber apresentações internacionais.

O próximo passo seria Morningstar, do louvado penúltimo álbum do quarteto, Purple (2015). Confesso que ainda estava um tanto quanto embasbacado com a incrível performance da dupla de guitarristas na música anterior (sério, como não ficar de queixo caído depois daquele espetáculo?), então, voltei ao meu centro apenas em outro clássico absoluto, March To The Seaii, pessoalmente a minha peça favorita do repertório destes americanos da Geórgia. Com linhas vocais melódicas e cativantes e um instrumental que varia em classe e pegada, este clássico de Yellow & Green colocou todos para agitar, foi cantada literalmente por todos os presentes, e é um daqueles momentos que talvez nunca sairá da minha memória.

A essa altura já era hora de conferirmos ao vivo uma das músicas do novo álbum, e Borderlines foi a escolhida para introduzir o recém lançado Gold & Grey (o álbum tinha sido lançado na semana anterior). A acolhida foi espetacular, e até a banda ficou boquiaberta ao perceber que muitos ali sabiam cantar cada verso de uma canção tão nova. Após o breve interlúdio com Green Theme (de Yellow & Green), o foco voltou a ser o novo álbum, com a sequência I’m Already Gone e Tourniquet, também muito bem recebidas, para o deleite de Baizley e Gleason, que pareciam não conseguir parar de sorrir.

Outro momento que rendeu muita emoção foi com a execução de Chlorine & Wine (outra de Purple). Assim que o baixista Nick Jost assumiu seu posto atrás do teclado e executou a primeira nota, os gritos extasiados da plateia se fizeram sentir com força incrível, ao inesperado, já que cantavam não as linhas vocais, mas uma espécie de acompanhamento para o instrumental. Com a entrada dos vocais, ouvia-se mais o ‘coral do público’ do que a voz de Baizley, e sinceramente, ninguém poderia reclamar. Não é o tipo de experiência que se tem todo dia, e via-se que a banda também estava emocionada. Isso é tão verdade que, durante a execução de Seasons (mais uma do novo álbum) tanto Baizley quanto Gleason tiveram cordas de suas guitarras quebradas. Também isso é algo que eu nunca tinha visto antes, então, vale o registro e a cara de estranhamento divertido dos dois músicos.

Enfim, para o nosso deleite, eles tinham guardado algumas cartas especiais para usar no fim da partida. Foi emocionante ter a chance de ouvir Isak pela primeira vez ao vivo, mais de dez anos depois de seu lançamento em 2007, como parte do primeiro álbum completo da banda, The Red Album. E quanto a Take My Bones Away? Pois é, foram tantos momentos memoráveis que fica até difícil sintetizar em um pequeno texto. Talvez a tarefa fique mais fácil depois de acompanhar mais alguns shows do Baroness por aqui. Aliás, quando eles voltam mesmo?

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