O lendário Bill Ward foi entrevistado na nova edição da revista britânica Rock Candy, que estampou sua capa com a formação clássica e original do Black Sabbath. Entre os pontos principais debatidos em uma longa conversa entre Ward e o jornalista Howard Johnson, destaca-se o sentimento antagônico de amor e decepção do baterista em relação à Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler, devido ao fato de ele não ter feito parte da reunião da banda em 2012, por discordâncias contratuais.
“Deixei ao conhecimento de todos que eram importantes, que eu queria algo justo, e isso simplesmente não aconteceu”, revelou Ward. “Mesmo que alguém tivesse apontado uma arma na minha cabeça, eu não poderia ter assinado esse contrato. Foi uma das coisas mais lamentáveis que já passei em minha vida e fiquei particularmente triste pelos fãs sobre como as coisas terminaram. Mas isso não me impediu de amar os caras. O Sabbath é onde meu coração está.”, afirmou.
Ward, Iommi, Osbourne e Butler estavam todos presentes quando o Sabbath anunciou sua reunião no final de 2011, no entanto, o baterista se separou do grupo em 2012. Os outros três seguiram em frente, gravaram o álbum 13 com Brad Wilk (Rage Against the Machine) no lugar de Bill Ward, e partiram para a “Black Sabbath Reunion Tour” contando com os serviços do baterista americano Tommy Clufetos (Ozzy Osbourne, Ted Nugent, Alice Cooper, Rob Zombie).
Ao longo da entrevista, Bill Ward falou também de seus altos e baixos na carreira, inclusive sobre sua saúde e suas batalhas com bebidas e drogas. Além disso, Ward comentou sobre sua importância como baterista, bem como sobre seu estilo único de tocar, algo que foi primordial para a sonoridade do Black Sabbath.
Se por um lado as divergências contratuais são para Bill Ward as principais (e talvez únicas) razões pelas quais ele não prosseguiu com a banda, na versão de Ozzy Osbourne o baterista “não estava em condições de participar”, segundo contou ao The Pulse of Radio, durante a turnê de reunião do Sabbath. Ozzy disse ainda: “Bill Ward tem o trabalho mais exigente de todos nós, porque ele é o “cronometrista”. Acho que, pessoalmente, ele não teve coragem de fazê-lo. O mais triste é que ele precisava lidar com essa questão, e poderíamos ter resolvido isso se tivéssemos um baterista ao lado dele, ou algo assim”.
Quanto ao que foi dito por Osbourne, comentava-se que o Black Sabbath queria trazer um segundo baterista na estrada para compartilhar as tarefas com Ward, informação que foi confirmada pelo próprio Tony Iommi em 2017, durante uma sessão de perguntas e respostas sobre o box-set The Ten Year War do Black Sabbath.
Embora triste com seus ex-companheiros, Ward garantiu à Rock Candy que não carrega pensamentos negativos quanto à eles: “Desejo o melhor aos outros, de verdade. Eu ainda os amo? Sim. Certamente, não tenho ressentimentos. Só desejo o melhor à eles”.
