Nesses tempos tenebrosos de quarentena por conta da epidemia de COVID-19, uma das coisas mais bacanas e interessantes que tem acontecido na área musical são as jams sessions feitas com distanciamento social entre músicos de várias bandas diferentes, que se juntam para se divertir e entreter o público, geralmente tocando músicas de terceiros.
Entre tantos músicos que têm adotado essa prática, ontem foi a vez dos companheiros de Exodus, o vocalista Steve “Zetro” Souza e o baixista Jack Gibson, unirem forças ao baterista do Overkill Jason Bittner e ao guitarrista do Angor e ex-Shadows Fall, Felipe Roa, para executarem um clássico do thrash metal. O quarteto mandou bem em uma versão furiosa de Wake Up Dead, clássico do Megadeth, presente no segundo álbum da banda, o respeitado Peace Sells… But Who’s Buying?, uma das maiores pérolas do thrash metal, lançado no ano de 1986.
Assista abaixo o vídeo disponibilizado no canal de Jason Bittner.
Em termos de performance, os grandes destaques do vídeo foram Zetro, que cantou rasgando bonito sua “voz de bruxa”, e também para Bittner, que tocou com uma pegada exímia e intensa, lembrando muito o estilo e o ‘punch’ de Jimmy DeGrasso em seus tempos de Megadeth.
Em recente entrevista ao Metal Pilgrim, Bittner falou sobre com enxerga o futuro da indústria musical após a pandemia.
“Não acho que continue igual”, opinou o baterista. “Vou ser sincero: acho que não iremos continuar assim e voltar à vida normal em alguns meses. Simplesmente não vai funcionar assim. Acho que as pessoas ficarão apreensivas. Sei que as pessoas vão querer sair (de casa) também. Confie em mim – sou tão culpado quanto todo mundo. Estou ficando louco por estar aqui. Amo minha esposa, amo estar aqui com ela e os gatos, mas uma ida à loja por semana? Isso não é o suficiente para mim. Sei que posso sair de minha casa e estar no meu quintal e outras coisas, mas quando você não tem mais essa rotina diária, transforma-se na mesma coisa diariamente, basicamente”, esbravejou.
“Realmente, não acho que o negócio da música vai se recuperar tão cedo”, acrescentou. “Acho que vai demorar um ano até você ver as bandas as bandas fazendo turnês completas. Espero que eu esteja errado – eu realmente entendo. E acho que, se houver alguma coisa, penso na minha situação com o o Overkill, temos muita sorte que isso está vindo no término de um ciclo de turnê e não no início, é pior para bandas como o Testament, que acaba de lançar um disco e é forçado a ficar em casa. Mas quem sabe? Para encurtar a história, acho que isso afetará a indústria da música e toda a indústria do entretenimento – não apenas a música; os filmes, tudo isso. Acho que toda a indústria do entretenimento será afetada”.