Por Fernando Queiroz
Rock’n’roll! Pode parecer clichê, mas se tem uma expressão que define o último álbum de Fabiano Negri, é essa. Focado em riffs, o disco tem como destaques, em especial, as guitarras, que apresentam timbres ao mesmo tempo agudos e pesados, remetendo ao hard rock setentista (um bocado de oitentista, também), em ótima performance de Igor Russo e André Pereira – completam a banda o filho de Fabiano, Ian Absurd, no baixo e Tomás Mainieiri na bateria. A vibe do álbum não é de músicas rápidas e velozes, mas sim algo mais arrastado, no melhor sentido da palavra, e os vocais de Fabiano, rasgados e agudos, seguem à risca essa proposta, daquele tipo que você provavelmente vai fazer caretas maliciosas e gesticular com as mãos enquanto ouve se entrar realmente no espírito da música. E, falando nelas, a sequência foi bem escolhida, dando uma sensação de naturalidade quando se passa de uma para outra, nunca perdendo, especialmente nas músicas pesadas, aquela sensação de “rockeiro bad boy” de outrora – e coloque aí pitadas de humor e sarcasmo em várias letras, com críticas de forma divertida a diversos pontos da música mundial, que canalizam a raiva com o mercado musical de forma saudável, irônica e criativa, incluindo uma escrita por Tony Monteiro, redator da ROADIE CREW.
Ponto de destaque, as baladas presentes apresentam uma sensação muito agradável de tranquilidade, daquelas que você facilmente encontraria na trilha sonora de algum filme ou série sobre motociclistas (como, por exemplo, “Sons of Anarchy”), ou algo sobre “pegar a estrada”.
Importante destacar, porém, que a proposta do disco não é ser uma produção milionária, e isso fica nítido com a mixagem, que, embora faça-o soar natural, demonstra alguns problemas, em especial no som de bateria, com pratos muito baixos, e no geral acaba sendo encoberta pelas guitarras. Não tira o brilho do álbum, que se não apresenta qualquer novidade que nunca tenhamos visto, mostra um trabalho feito de rockeiros para rockeiros seguindo apenas a vontade do músico e sua banda, denominada Bebê Diabo, de fazerem, de forma honesta e muito competente, simplesmente um bom e tradicional rock’n’roll.
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